sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

271 - ESPERANÇA!



271 - ESPERANÇA!


Somos movidos pela Esperança! E o que é exatamente a Esperança?... Difícil definir? Não, não é! Ter Esperança é ter uma expectativa boa do que poderá vir a acontecer. É esperar sempre o melhor, com a quase certeza de que vai dar certo.

Por que “somos movidos pela Esperança”? Porque todos sonhamos com dias melhores. Ninguém de sã consciência pode desejar coisas ruins para si mesmo. Todos sonhamos com o melhor para nós e, altruisticamente, para os outros também.

É a Esperança que move o mundo. Se projetamos uma viagem, muito antes de a mesma acontecer, nós pensamos nas possibilidades de um encontro, de uma realização predefinida, de vivenciarmos bons momentos... Assim, vamos antevendo e antegozando as delícias que esperamos.

Estamos sempre esperando algo. Quase toda mulher anseia ser mãe um dia e assim segue esperando seu tempo chegar. E aí, por longos meses, espera a chegada do filho, pedindo a Deus que seja uma criança perfeita e já sonhando muita coisa para o mesmo. Espera suas primeiras palavras, seus primeiros passos, sua ida para a escola, seu sucesso nas tarefas escolares... Espera que seja um bom cidadão, um adolescente feliz, um jovem normal, um adulto equilibrado...

Percebeu o valor e a constância da Esperança? Porque a vida continua e, numa grande espiral, os fatos se sucedem, num crescente ininterrupto, e as responsabilidades crescem enquanto o tempo vai desenrolando um misterioso pergaminho, onde vamos registrando a nossa história. Acho lindo isto! Não há como fugir: é assim!

Você! O que espera hoje? Qual sua maior Esperança neste momento?... Dizem que “quem espera sempre alcança!” Bem... Nem sempre se alcança... Mas, a gente espera... e pronto! Se vier como esperávamos – que bom! Se não for, exatamente, é aceitar. E esperar de novo; o mesmo; ou outra coisa qualquer. Mas é assim! E seguimos – esperando!

Só uma certeza a gente não fica esperando, e raramente pensa nisto: a nossa passagem para um plano superior. E é tão certo como “dois mais dois são quatro”. Porém, a gente não pensa nisto, repito! E por quê?... Não sei. Talvez pela incerteza do que será exatamente, o deixar este mundo. É um grande mistério. Ninguém sabe o que virá depois. Minha mãe sempre repetia: "Quem já foi, não voltou para contar!”

Agora, ela está do lado de lá. Mas eu ainda estou do lado de cá! E assim, não dá pra ela me contar como foi recebida, e como é ter a alma desprendida do corpo. Desta verdade, você não duvida, não é mesmo?  Porque, se quiser saber o que é alma, é só fitar um corpo sem alma – ou seja, um defunto: Já não pensa, não fala, não vê, não ouve, não caminha...

Mas, já está ficando muito sério o assunto – e vou me despedir desejando a você um ANO NOVO muito feliz, com ótimas Esperanças e grandes Realizações.


(Sete Lagoas, 30/12/16 – Eu amo você!)

sábado, 24 de dezembro de 2016

270 - DE NATAL EM NATAL!!!


270 - DE NATAL EM NATAL!!!


Esta expressão - DE NATAL EM NATAL - foi utilizada hoje, pelo sacerdote, no Santuário da Adoração. Achei legal e fiz uma breve retrospectiva: de Natal em Natal, aqui estamos nós! Principalmente a família católica, que vive realmente o Santo Natal de Jesus, pensar nos natais que já viveu é bom demais. 

Quando eu era pequena, bem criança mesmo - mais precisamente, até os oito anos, aproximadamente - vivíamos um Natal lá na roça, numa simplicidade meio mística, ouvindo falar muito no Menino Jesus que ia nascer numa manjedoura, no dia vinte e cinco e lá pelos meados de dezembro, as mães e avós começavam a fazer os doces. Era muito doce! Preparados e armazenados em grandes latas, tipo essas de dezoito litros de tinta, imagine! Era doce de leite, de figo, de manga, cidra, mamão, arroz-doce... E as famílias se visitavam e comiam dos doces que parentes e vizinhos fizeram. Era uma grande festa - simples assim!

Familiares e amigos rezavam o terço, entoavam ladainhas, juntos repetiam cânticos católicos - sempre os mesmos! - que eram passados de geração em geração. No máximo, se ouvia pelo antigo rádio -  enorme! - uma música ou outra, que ninguém conseguia decorar.

Depois, por um incidente que marcou muito, familiares, vizinhos e amigos, meus pais precisaram se transferir para a cidade - e lá se foram as comemorações alegres a que estávamos acostumados. Aos poucos, começamos a conhecer um vizinho ou outro, mas os hábitos eram muito diferentes e aí, já não tínhamos mais como compartilhar aquela devoção tão antiga, alegres hábitos que marcavam, para todos,  esta época do ano.

Na cidade foi que ouvimos falar do tal papai noel,  mas ele não mostrava as caras lá em casa, pobres que éramos, um pai lavrador à procura de um terreninho pra cultivar a fim de alimentar seus muitos filhos; e, embora cantássemos na escola, com professora e coleguinhas – “Como é que papai noel, não se esquece de ninguém, seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem” – embora cantássemos, até com bastante convicção, lá em casa, ele não aparecia! Acho que a casa era muito feia – ou distante demais – de difícil acesso – ou coisa parecida...

Não fez falta alguma! Fomos crescendo, estudando, e todos começamos a trabalhar com responsabilidade; hoje todos nós, temos família, casa, trabalho... vencemos! Nada dessas futilidades, tão proclamadas, nada faz falta para um crescimento do corpo e do espírito!

Faz falta, sim, o alimento de cada dia, que não deve ser exagerado, mas num hábito saudável de alimentar-se sempre com moderação; alimento para o corpo e para a alma, o famoso “Pão nosso de cada dia” o suficiente para um crescimento sadio!

Assim, DE NATAL EM NATAL, aqui estou eu, no meu sexagésimo sétimo natal, caminhando com aqueles que vão me acompanhando, ou que vou conhecendo ao longo do caminho. Porque assim é a vida – e VIVER É BOM DEMAIS!!!

UM FELIZ E SANTO NATAL A TODOS!!!


(Sete Lagoas, 24/12/16 – um lindo sábado de sol!)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

269 - ENTÃO É NATAL!


269 - ENTÃO É NATAL!

Tenho recebido mensagens lindíssimas de whatsApp; respondo quase todas, acrescento comentários, compartilho algumas... É um tempo lindo este que estamos vivendo, quase chegando o Natal. Preparamo-nos com orações, votos sinceros, abraços e desejos de Paz verdadeira... 

E aí, meu filho vai levar a filha ao shopping e , quando pego o carro novamente, lá está um folheto com algumas propagandas e dizeres enormes, assim: “TEM PRESENTÕES E PRESENTINHOS PRA VOCÊ SER O PERSONAGEM PRINCIPAL NESTE NATAL.”

(?)... Dá vontade de chorar!... Como chegam a deturpar os valores deste jeito?... Quem é o personagem principal do NATAL???...  Esqueceram completamente?... 

É assim. Bem assim! As coisas vão acontecendo... as pessoas vão se afastando dos valores passados pela família, pela igreja... a escola silencia... a mídia deturpa tudo, filmes e novelas televisivas, são aspectos fictícios, mas um tanto quanto maldosos... e por aí vai...

E as verdades eternas deixam de existir – ou se escondem debaixo de nuvens traiçoeiras, imensas nuvens tenebrosas que tudo camuflam, deixando um vazio que precisa ser preenchido. E aí... acontece!

Culpados?... Quem?... Não sei! Dirão a mim, certamente, que é assim mesmo, muito normal... que as coisas são assim, complicadas, obscuras...

E eu peço a Deus clareza, sabedoria, muita luz para procurar compreender, ou talvez, aceitar, aquilo que me machuca, que me entristece e me preocupa... Uma vontade imensa de dizer como o próprio Jesus, na cruz: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem.”

PERSONAGEM PRINCIPAL DO NATAL  -  é JESUS! Simplesmente! Os presépios belíssimos falam disto; as crianças sentem isto, nossos ancestrais sempre proclamaram isto, há músicas maravilhosas, até no mundo laico, que proclamam essas verdades!

Falei da mídia!... Retomo agora – e falo  diferente: canais católicos e emissoras de rádio estão aí, vinte e quatro horas no ar, falando da beleza deste tempo do advento, falando do Natal de Jesus... Mas, quem os acessa?... Quem está ouvindo... sentindo... proclamando... testemunhando...  compartilhando?...

E nós rezamos hoje, na igreja, com muita fé: “Sagrado Coração de Jesus, fazei arder em todos os corações, o fogo do Vosso Amor!” Que Ele nos ouça, que nos abençoe, que faça despertar uma fé imensa em todos os corações pois, sabemos, Ele deseja que todos sejam salvos! E foi por isto que se encarnou, viveu entre nós, deixou inúmeros ensinamentos, fez prodígios e morreu na cruz por nós. E para nossa maior alegria, ressuscitou, apareceu muitas vezes para seus amigos – de uma vez, para mais de quinhentas pessoas! - e a igreja que fundou prevalece por todo o sempre! UM FELIZ E SANTO NATAL DE JESUS PARA TODOS!

(Sete Lagoas, 23/12/16)

sábado, 10 de dezembro de 2016

268 - TÍTULOS!

268 - TÍTULOS!

Motivos de vanglória, são os títulos que as pessoas carregam e exibem, muitas vezes, acaloradamente! Folheando, certa vez , uma obra, lá estavam vários títulos, que o autor exibia com orgulho, e que me fez pensar... 

Por que me veio isto agora?... Porque o Padre falou sobre os títulos de Maria em sua homilia e eu pensei: ninguém tem mais títulos que Ela, a Mãe de Jesus! O Padre falava de Nossa Senhora da Luz; então ele explicou que cada título de Maria, tem um sentido especial. E é! Se você procurar saber, verá que, espiritualmente falando,  é uma riqueza imensa, pra todos nós, cristãos, a vida de Maria, Mãe de Jesus e Nossa Mãe!

É sempre a mesma pessoa, mas dependendo da situação, de acordo com a necessidade do momento, Ela é invocada com um título diferente. E são tantos....

Como se não bastassem os universalmente conhecidos, a todo momento, se cria mais um. É impressionante! Os mais comuns, você sabe, são invocados com fervor! Às vezes, quando a coisa aperta, se grita apenas: NOSSA SENHORA!!!  Mas, geralmente, se acrescenta: Aparecida, das Graças, de Fátima, da Medalha Milagrosa,  do Perpétuo Socorro, da Ajuda, da Rosa Mística, do Bom Parto, da Boa Viagem, de Guadalupe, do Silêncio, do Pilar, da Conceição, do Amparo, das Mercês, do Santíssimo Sacramento, da Paz... e por aí vai...

Mas há os títulos mais genéricos, como na sua Ladainha, quando é invocada tantas vezes, como Santa, como Virgem, como Mãe, como Rainha,  como Auxílio em situações diversas... e há aqueles, do momento: Nossa Senhora dos Alimentos, da Saúde, do Combate Espiritual...

E os inúmeros títulos que encontramos no Ofício da Imaculada?... Predicados retirados lá do Antigo Testamento, títulos que, na maioria das vezes, são repetidos sem entendimento; mas é só buscar, que você acha explicação pra todos eles...

Porém, se você já conhece muitos dos seus títulos, eu o convido a, neste tempo do Natal, ficar apenas com a Nossa Senhora do Presépio, Aquela que esperou, como nós, mães, durante nove longos meses, pela chegada do Filho, tão especial, tão divinamente gestado... e cuidado... e esperado... e imaginado... e amado...

E quando puser lá no presépio o Menino, na noite de Natal, não deixe de agradecer à Mãezinha do Céu, o seu poderoso SIM, o Sim que lhe deu tantas alegrias, mas que lhe custou também, copiosas lágrimas... E lhe concedeu tantos títulos, que ninguém é capaz de superar!

Que a Mãezinha do Céu nos abençoe e nos ajude a sermos verdadeiras Mães – ou Pais - sempre presentes na vida de nossos filhos, que são os Filhos de Deus, que a nós foram entregues, de presente, para que cuidássemos deles.

UM SANTO E FELIZ NATAL PARA TODA A HUMANIDADE!!!

(Sete Lagoas, 10/12/16)

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

267 - A CRÔNICA DO DIA

Esta também foi publicada no jornal VOZ DE DIAMANTINA:


267 - NATAL

Tempo de Natal. Tempo diferente, eufórico. As lojas se enfeitam de motivos natalinos, para receberem os curiosos. Paira no ar uma atmosfera de festa, um ar de sinos repicando; de famílias que chegam; e sorriem; e se abraçam; e comemoram.

O final de ano; a expectativa do ano vindouro; tempo de férias; estudos diferentes no próximo ano; pessoas pelas ruas, assim à toa, a se embriagarem nesse mar de euforia. É a festa máxima da Cristandade!

Porém, em meio a tantas comemorações, não devemos nos esquecer do personagem central de tudo isto: o Aniversariante! Como não se lembrar dele que é o dono da festa, o motivo primordial de toda essa euforia?... Como não se lembrar do pequenino da manjedoura de Belém, Aquele que caminhou conosco, Aquele que pisou este imenso chão, Aquele que nos encantou a todos com a sua mansidão, com seus sábios ensinamentos, com suas palavras tão simples e profundas; com seus atos, capazes de endeusá-lo realmente e, por outro lado, capazes de levá-lo à morte?...Como esquecer dele que aqui veio em tão importante missão, cumprindo-a à risca até a Cruz?!...

Historiadores e Cientistas, talvez se esqueçam de sua importância, quando, tentando localizar no tempo os grandes fatos, registram em seus livros: a.C. e d.C. Pensarão eles no fato de ter sido essa pessoa muito mais importante que quaisquer de seus personagens, dividindo a História da Humanidade em duas grandes partes, reconhecidas por todos?

Talvez se esqueçam eles disto! Mas nós, não! Nós, cristãos, não podemos nos esquecer de que Cristo é nosso guia, de fato, “o Caminho, a Verdade e a Vida”!

E, neste Natal, com muita fé vamos elevar os nossos corações aos céus e suplicar ao Menino de Belém, ao nosso Deus-Menino que continue conosco em nossa caminhada. Deixemos um pouquinho os festejos desse grande dia, afastemo-nos por alguns momentos daqueles que nos cercam, deixemos por um instante as comemorações materiais e cheguemos até Ele para cumprimentá-lo, dar-lhe um sorriso,  um abraço de Parabéns!

Um NATAL muito feliz, em Cristo Jesus, a todos os leitores da VOZ DE DIAMANTINA.

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(Creio não precisar acrescentar coisa alguma, a não ser que, para o grande Dia que se aproxima, quero desejar a todos os leitores das minhas pobres crônicas, que, pensando muito no verdadeiro sentido do Natal, façam uma fervorosa prece para que o Menino-Deus ilumine nossas ações – e as ações daqueles que têm nas mãos o destino do nosso Brasil. FELIZ NATAL A TODOS e um NOVO ANO de muita PAZ!!!)

Celina Carvalho de Queiroz Almeida
Sete Lagoas, 06/12/16



quarta-feira, 16 de novembro de 2016

266 - ENQUANTO DESCANSA, CARREGA PEDRAS!

Já que na crônica anterior falávamos da necessidade de ocuparmos nosso tempo, trabalhando, aqui vai mais  uma crônica publicada no jornal VOZ DE DIAMANTINA, há mais de vinte anos:
                                                                  
266 - ENQUANTO DESCANSA, CARREGA PEDRAS!

Você está de férias - férias escolares, férias de trabalho. Tempo bom; você descansa; esquece o relógio; deixa o tempo passar, indolente, sem os compromissos rotineiros de sempre.

Mas, é bom lembrar: Você não está de férias da vida! Férias, sim, de suas atividades habituais. Todavia, há um milhão de outras atividades sadias a que podemos nos dedicar.

Curtir as férias, não é certamente ficar de braços cruzados o tempo todo, totalmente inerte, em dias ociosos e improdutivos. Não! Não deve proceder assim.

Dirá talvez que quer descansar, que deseja repousar um pouco. Mas eu lhe respondo que descansar de determinada atividade é fazer outra que exija um esforço diferente daquele que lhe é habitual. Se você está acostumado a trabalhar com a mente, escolha nas férias, uma atividade que lhe permita trabalhar com o físico e vice-versa. É uma questão de equilíbrio. E como você não está acostumado a esse tipo de atividade, logo se cansará e terá prazer em retornar a seu campo de ação.

Mas se você se entrega à ociosidade, à inércia total ou quase, como muitos pensam fazer, terá certamente dificuldade em se readaptar à sua atividade, quando tiver que dizer adeus às férias.

Um velho provérbio diz: “enquanto descansa, carrega pedras” – sabedoria antiga, mas sempre renovada por uma reflexão consciente das nossas capacidades.

Que seus dias de férias sejam preenchidos de maneira útil e agradável e que você possa retornar à escola ou ao trabalho, dizendo: não perdi meu tempo!

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(Minhas férias eram ótimas: aproveitava o tempo para pintar as grades das janelas, envernizar as treliças do telhado, refazer canteiros e outras coisas mais que não me era possível fazer na rotina diária. Mais pesado ainda era o trabalho, quando estudante e morava com meus pais: nas férias de julho, minhas irmãs e eu tínhamos que abastecer de lenha, um cômodo reservado para esse fim, já que só possuíamos fogão a lenha. Era  excessivamente cansativo, mas gostávamos de fazer. Você, certamente, não sabe o que é isto! Era preciso buscar lenha longe, antes do tempo das chuvas. Nas férias de dezembro e janeiro, tínhamos muito trabalho na roça; enxada nas mãos, lá íamos nós, ajudar nosso pai que era – sem sombra de dúvida – o MELHOR PAI DO MUNDO!)   

(Sete Lagoas, 15/11/16)

domingo, 13 de novembro de 2016

265 - ORA ET LABORA!




265 - ORA ET LABORA!

Este é o  lema de São Bento. Ele dizia: "Orai como se tudo dependesse de Deus e trabalhai como se tudo dependesse de vós." Estar sempre em oração - e trabalhar com dignidade. Uma vida laboriosa, que afaste pra bem longe a ociosidade, este deve ser o lema de todos nós. 

Convidada para fazer a segunda leitura hoje na Igreja de Santo Antônio, qual não foi minha surpresa ao ver que se tratava de um trecho da carta de São Paulo aos tessalonicenses. Por quê?!... Recentemente,  falei sobre isto ao nosso grupo, numa mensagem e um sobrinho perguntou se tinha mesmo na Bíblia alguma coisa sobre a necessidade de cada um dedicar sua  vida  a uma ocupação que preencha seu tempo e lhe proporcione o pão de cada dia. Minha resposta foi: Procure ler as cartas de São Paulo que você vai encontrar lá. São só catorze. Como sabia que ele não faria isto, indiquei-lhe o exato lugar onde encontrar o assunto.

Na verdade, sempre me preocupei com isto. Considero que a ociosidade é realmente, a mãe de todos os vícios. Por isto, acho essencial ocupar o tempo com coisas úteis, procurando fazer sempre o melhor que puder; ficar à toa, nada tendo para se fazer, deve ser horrível!

São Paulo diz em sua carta, no trecho que li hoje: “... não temos vivido entre vós na ociosidade. De ninguém recebemos de graça, o pão que comemos. Pelo contrário, trabalhamos com esforço e cansaço, de dia e de noite, para não sermos pesados a ninguém”. E mais adiante: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer. Ora, ouvimos dizer que entre vós há alguns que vivem à toa, muito ocupados em não fazer nada. Em nome do Senhor Jesus Cristo, ordenamos e exortamos a estas pessoas que, trabalhando, comam na tranquilidade, o seu próprio pão”.

Pessoas que trabalham de sol a sol, durante longos anos, ao se aposentarem, se não assumirem uma outra ocupação qualquer remunerada, devem se dedicar a um trabalho voluntário. São tantas as oportunidades de se fazer um bem imenso `aqueles que necessitam de ajuda. E o bem maior, com certeza, quem o recebe é aquele que faz, aquele que doa um pouco de si, para preencher o seu tempo, fazendo o bem.

E, seguindo o lema de São Bento, Ora e Trabalha, peço agora que você faça comigo uma fervorosa oração por aqueles que não estão trabalhando, não porque são preguiçosos, mas porque este direito, neste momento, lhes é negado. Que Deus os abençoe para que encontrem logo o que fazer, saindo assim deste terrível estado de prostração. Que o Divino Pai Eterno possa ouvir nossas preces. Obrigada!


(Sete Lagoas, 13/11/16)

sábado, 12 de novembro de 2016

264 -A AMIZADE



264 - A  AMIZADE


"Se uma boa amizade você tem/ Louve a Deus, pois a amizade é um bem..." Conhece esta música?... Enquanto professora, sempre gostei de passá-la para os meus alunos. Aliás, pautei muito minhas aulas, fazendo estudo de texto, utilizando músicas que trazem boas mensagens; poemas belíssimos, que dizem tudo em poucas palavras. Sabia que tal prática iria ajudar muito na formação deles. Pelo que colho hoje - e colhi durante todo o tempo de efetivo exercício - acredito na mágica força de um bom poema, bem trabalhado! Esmerava mesmo, na escolha do repertório. Muito bom!

Tarde de sábado; neste momento estou sentindo falta do futebol infantil do Náutico. Também, já está quase terminando o campeonato.  No ano passado, boas e sólidas amizades surgiram entre os pais que lá se encontravam, torcendo pelos filhos. Muito bom ver os adultos ali, incentivando, aplaudindo... e a meninada levando a sério sua missão. E  aprendendo, pois ali temos uma verdadeira escolinha de futebol. Os instrutores se empenham muito na formação das crianças, não só no que diz respeito às técnicas do esporte, mas também, à valorização do trabalho em equipe, da  disciplina, do limite de cada um e do bom relacionamento entre todos.

E ao término do campeonato passado, houve um momento bonito de confraternização com uma festa linda para as famílias dos jogadores. Foi muito bom. Esperamos contar com o mesmo procedimento de novo. Agora será ainda mais gratificante participar de tal momento, já que os vínculos estão se estreitando cada vez mais. 

Digo sempre aos meus netinhos: É muito bom cultivar boas amizades! Como é gostoso encontrar um amigo, quando a gente menos espera; um sorriso, uma palavra boa, um bate-papo rápido - e a gente ganha o dia! 

Agradeço a Deus por vocês, que estão sempre lá, assistindo aos jogos, ou treinos, incentivando nossas crianças que, de repente, se tornam de todos. Todas elas, estejam no nosso time ou no time adversário, merecem louvores por suas jogadas, que podem nem sempre ser as melhores, mas que exigiram esforço e boa vontade. 

Que  os nossos pequenos possam crescer com uma multidão de amigos, bons companheiros de jornada.  E que, acompanhando o crescimento físico, possam, o intelectual, o psicológico e moral,  fazer jus ao ambiente que  frequentam, convivendo na fraternidade, no respeito ao outro, como construtores da paz!

Nossos agradecimentos ao Clube por proporcionar tamanha alegria às nossas crianças, que fazem de cada partida de futebol, uma festa! E parabéns  a todos os participantes! Está quase no fim; teremos mais, no próximo ano, se Deus quiser!

(Sete Lagoas, 12/11/16)



quinta-feira, 3 de novembro de 2016

263 - "PUBLICAI TODAS AS SUAS MARAVILHAS!"





263 - "PUBLICAI TODAS AS SUAS MARAVILHAS!"


Hoje a Liturgia Diária trouxe o salmo cento e quatro e num de seus versículos, proclamamos o que foi dito no título acima. E aí a gente se pergunta: Como publicar todas as maravilhas de Deus? Como, se só se dá conta realmente do que se tem, na falta do mesmo?... São tantas as maravilhas, que é impossível listar todas!...

Há aqueles que são cegos. Você enxerga?... Há os surdos. Você ouve?... E você fala?... Há pessoas paralíticas, pessoas pequenas demais, ou grandes demais... Isto é notório e fácil de se comprovar.  Mas  dentro de você há vários órgãos, cada um com sua função específica: seus rins, estão trabalhando direitinho? Os pulmões -  funcionam normalmente?... Como está o funcionamento do seu coração?...  As glândulas todas, como estão?... E o pâncreas... o estômago... o baço... o fígado... a vesícula biliar... a bexiga... os órgãos genitais?... 

Está ficando cansativo?...  Sim, está! Mas eu estou só começando a minha reflexão!  Ainda não falei de seu intelecto, de sua integridade,  de sua capacidade de pensar, de sua locomoção... Apenas, iniciando a falar de sua saúde física!  Ainda não falei de educação, de moradia, de trabalho, de lazer... Ainda não falei de sua família, de seus relacionamentos, de tudo o que adquiriu até o presente momento...

E há os vícios, as drogas pesadas... Se você não é um viciado, um dependente químico... é outra maravilha de Deus. E se você tem uma religiosidade, se ama a Deus sobre todas as coisas, como quer o primeiro mandamento, é outra maravilha...

Dá pra publicar todas as maravilhas do Senhor?!... Não, não dá! Apenas O louvo pela saúde de que gozamos, pelo lar que nos abriga, pelos familiares, vizinhos, amigos, pessoas todas de nosso relacionamento, pelo trabalho de todos, pelo direito de ir e vir... E por Ele ter me concedido mais um dia para pensar em tudo isto e agradecer a cada momento todas estas coisas de que dispomos para as nossas delícias! E ainda, considerarmos e agradecermos o que nos sobra, para dividirmos com os demais.

E agradecer, sobretudo, a capacidade de lutarmos e compreendermos que a força e vontade que temos quando necessitamos, nas adversidades, também são maravilhas do Senhor! E a graça de sermos gratos a Ele por aceitarmos Seus projetos a nosso respeito.

Não sei se falei muito. Considero que seja apenas o início, para sua reflexão. Bom dia!

 (Sete Lagoas, 02/11/16)

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

262 - POR QUE ESCREVO

262 - POR QUE ESCREVO

Motivos?.... São muitos! - Listei alguns:


POR QUE ESCREVO

Se os sonhos em minh’alma transbordam,
Se não consigo conter as emoções,
Se me é difícil dizer o que penso,
Então escrevo!

Em minhas palavras, preciso de muita gente,
Que possa dividir comigo sentimentos bons,
Multiplicando vivências,
Somando sorrisos,
Para diminuir a solidão,
Potencializando o Amor!

Porque gente é um presente,
Quando presente
Na vida da gente!

*******
(Celina – Sete Lagoas 29/10/16)


terça-feira, 1 de novembro de 2016

261 - EXERCÍCIO POÉTICO

261 - EXERCÍCIO POÉTICO

Foi-nos proposto recentemente, em uma reunião do Clube de Letras de Sete Lagoas, um exercício poético, intitulado "Por que escrevo". A princípio, como todos os membros que lá frequentam gostam mesmo de escrever, pensei que as respostas seriam tão óbvias que todos diriam a mesma coisa. Enganei-me! Uma diversidade imensa de gêneros textuais, com argumentos bem diferentes entre si. Cada um escreve por um motivo qualquer e há os que parecem fazê-lo sem motivo aparente, apenas pelo simples fato de querer fazê-lo. Interessante!

Sempre gostei de escrever. Desde que entendi o processo, comecei a brincar com as palavras. E só não tinha o hábito de ler muito, porque não se tinha muito o que se ler, no meio em que eu frequentava. Com meus filhos, foi bem diferente: já era professora quando me casei e as mesas viviam repletas do que se ler, muita literatura boa. Além do mais, sempre valorizando a leitura, eu comprava muitos livros para eles, além daqueles que as escolas pediam. Assim, eles cresceram lendo muito.

Na minha infância, esse tipo de material era bem restrito na casa de meus pais. Assim sendo, aquilo de que eu dispunha, lia e relia muitas vezes, mas essas leituras não me saciavam. Por isto, parti para a escrita. Escrevia recados, bilhetes, cartas, cartões, escrevia pequenos poemas, historinhas, e um dia, ganhando um caderno grosso, não me lembro de quem, comecei a escrever uma história - um romance! Intitulei-o "Vasos de samambaia!". Lembro-me bem do seu início, pois toda vez que ia escrever mais um trecho (capítulos?...) começava sempre a leitura, do começo, que era exatamente assim: “Dez horas da manhã. As badaladas acordaram-me, se é que ainda dormia, envolta na doce magia daqueles momentos. Dançara com ele a noite toda...” 

Ficava até tarde escrevendo e no dia seguinte, lá estava a minha irmã a lê-lo. Não sei se ela se lembra disto, pois foi há tantos anos... Caminhei com a história durante muito tempo. Não sei que fim levou esse caderno, não tenho a mínima ideia de onde ele foi parar. Nem sei dizer se terminei o conto e se os dois chegaram ao "felizes ´para sempre". Era um caderno espiral de duzentas folhas. Será que fui até o final do mesmo?... E onde será que ele foi parar?...

Meu pai assinava um jornal da Cidade de Ubá. Certo dia, encontrando lá uma notícia bem triste da morte inesperada do filho de um dos diretores do mesmo, todo mundo abalado com ao fato, sensibilizada, escrevi um soneto e mandei para o jornal. Foi publicado! Fiquei feliz demais e continuei escrevendo. E eles publicando. Nenhum desses trabalhos foi guardado. Que pena! Devia haver coisa boa para eu reler hoje. Mas, tudo bem! Leio outros trabalhos...

Até hoje continuo com a mesma mania. Já que sabemos, "cada mania com seu doido", deixe-me continuar com a minha. Gosto de escrever! E quando sei que há amigos que perdem seu precioso tempo, lendo o que escrevo, aí é que fico feliz de verdade! Obrigada! Tudo de bom pra você que acabou de ler isto! Deus o abençoe sempre. Que Ele continue iluminando seus caminhos!


(Sete Lagoas, 30/10/16)

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

260 - QUERO MUITO!


260 - QUERO MUITO!


Quero muito que o mundo compreenda o valor da Família, o valor do relacionamento de  Pais e Filhos, o valor de um verdadeiro lar!

Quero muito que todos compreendam o valor da Educação, em todos os seus estágios, na sua real hierarquia, num crescente progresso do  corpo e do espírito, num equilíbrio salutar!

Quero que toda a sociedade compreenda que é possível  viver sem muitos atritos, cumprindo cada um, com responsabilidade, o seu papel,   em sua esfera de interesses e atuações!

Quero muito uma humanidade coesa, que comungue os mesmos ideais, homens e mulheres que respeitem os seus limites e o limite do outro, sem invasão de uma privacidade que é direito de todos! 

Quero muito que se instale em todas as comunidades, uma convivência fraterna, um amor verdadeiro de pessoas que  se conheçam, se compreendam e se ajudem mutuamente!

Ah! O amor verdadeiro! Ele não parte dos homens: o amor verdadeiro vem de Deus! Ele é fruto do nosso relacionamento com Ele, pois só quem O conhece verdadeiramente é capaz de se entregar por inteiro, só quem vive o amor eterno que vem do Pai, é capaz de um amor incondicional; é capaz de se doar, de fazer sacrifícios pelo bem estar do próximo.

Não é fácil, nem difícil; só é necessário que se empenhe, com determinação! E isto é um treino, um trabalho constante consigo mesmo, focado sempre num objetivo maior. É a disposição para o querer fazer, sem pressa, mas com vontade, o olhar no infinito que nos espera.

Quero uma humanidade submissa à sabedoria de Deus - e não dos homens! Porque só as Suas leis são eternas. Quando vamos entender que não "somos", mas que "estamos"?!

Quero que você pense nisto e que, pensando nisto, conheça a verdadeira felicidade. Quero que você seja sempre muito feliz! São os meus mais sinceros votos!!!


(Celina Carvalho de Queiroz Almeida - Sete Lagoas, 30/10/16)

259 - DOIS NOMES - MUITOS LOUVORES!

Pensei neste texto que agora registro, ao participar da celebração eucarística de hoje. E vim para casa montando mentalmente o mesmo, mas só agora me é possível colocá-lo no Blog: 

259 - DOIS NOMES, MUITOS LOUVORES!

João: Parece ter sido este o primeiro contato de Jesus com seres humanos, ainda na vida intrauterina. Quando Maria foi visitar Isabel, as duas crianças se encontraram, ambas no seio materno. E conta o relato bíblico que ele, o João, se estremeceu no ventre de sua mãe quando esta foi saudada por Maria. Trinta anos depois, ao se encontrarem às margens do Rio Jordão, ele batiza Jesus, que dá início à sua vida pública e sai pregando um Reino de Amor, de Perdão, de Paz.

Nesse ponto, Jesus, já adulto, encontra outro João e convida-o a estar com Ele em suas andanças pelas redondezas. Um João companheiro, amigo de todas as horas. Um João que o vê transfigurado no Monte Tabor, todo luminoso,  glorificado  –  e que o vê desfigurado, pregado numa cruz,  fazendo-lhe companhia ao lado de Sua Mãe. Um João que sai correndo depois, a toda pressa, sabendo-O ressuscitado; que passa na frente, mas, gentilmente, espera Pedro na entrada do túmulo, para que ele tome a dianteira e possa confirmar,  primeiro, a Verdade afirmada pelo Anjo: “Não está aqui; ressuscitou”. A esse João, Jesus entregou Sua Mãe, no momento de Sua morte; e ele a levou para sua casa.

E estamos agora na igreja de Santo Antônio, aquele, de Pádua, lembrando hoje, Santo Antônio de Santana Galvão, após comemorarmos  ontem, Santo Antônio Maria Claret.  

E eu fico pensando em quantos Antônios e Joões que se santificaram, ao seguir os passos do Grande Mestre! Quantas pessoas deram a vida pela causa do Evangelho, crendo na Trindade Santa, crendo nos ensinamentos da Igreja, na determinação de seguir os passos de Jesus, o Filho de Deus...

Por que será que tantas pessoas não acreditam no Filho de Deus, que veio ao mundo e se encarnou por obra do Espírito Santo, se foi tão importante sua vinda que dividiu a História da Humanidade em duas grandes partes – o “antes de Cristo” e o “depois de Cristo” -  na contagem dos nossos dias?

O que podem considerar essas pessoas como Verdade quando dizem que estamos no ano de dois mil e dezesseis? O que significa para elas esta afirmativa?!...


(Sete Lagoas, outubro/2016)

sábado, 15 de outubro de 2016

258 - NOVA CRÔNICA



NOVA CRÔNICA

Em alguns lugares, denominam a esses coletivos "o lotação"; em outros, dizem "a lotação". Vou deixar o título original neste texto dos tempos de Diamantina:

258 - NO LOTAÇÃO

    _Nossa! Que trânsito horrível! Que chatice!
   _A senhora está com muita pressa? (Ela olhava para o relógio a cada segundo!)
    _Se estou! Deixei as crianças sozinhas em casa e fico preocupada.
    _Não tem ninguém com elas?
    _Não! A minha babá é a Xuxa. Quando preciso sair, deixo os meninos vendo TV. E eles ficam lá vendo a Xuxa, enquanto eu faço minhas compras. A Xuxa é a única empregada que consegui. Como está difícil, não é?
     Daí a pouco, ela dá o sinal, o lotação para, e ela se vai.
   E eu fico a pensar:  Que pena! Uma televisão como babá! Mas, afinal, naquele momento, ela não tinha outra opção.
    Infelizmente, a televisão - por sinal, um excelente meio de comunicação - entrou em nossas casas, com sua programação constante, e tirou a liberdade de muitas pessoas. Então as nossas crianças... Viraram escravas da TV! Onde estão as brincadeiras, os folguedos infantis?!
     Porém, perguntarão: "Brincar, onde?'
   Pois é: esses apartamentos, essas aglomerações humanas nos grandes centros, acotovelando-se uns aos outros, brigando por um metro quadrado de chão...
     É o progresso!
   Contudo, sempre que possível, vamos tirar a televisão de nossas crianças. Elas precisam de movimentos, de exercícios físicos ao ar livre, para se desenvolverem na sua totalidade: "Mens sana in corpore sano!"

(Sete Lagoas, 15/10/2016)

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(“A lotação” ou “O lotação”?
As duas formas estão corretas. A palavra lotação, enquanto substantivo feminino, se refere principalmente à capacidade máxima de pessoas que um recinto pode comportar. Pode se referir também ao ato de lotar, ao cálculo da capacidade de carga de um meio de transporte, a um orçamento ou cálculo e à mistura de vinhos de qualidades diferentes. Enquanto substantivo masculino, lotação se refere a um meio de transporte coletivo, sinônimo de autolotação e micro-ônibus. Contudo, os dicionários não são unânimes neste ponto, defendendo que também se deve usar o feminino para designar o meio de transporte. Fonte: Internet)

sábado, 8 de outubro de 2016

257 - A CRÔNICA DO DIA

257 - A CRÔNICA DO DIA

Esta é  mais uma crônica, escrita quando morávamos em Diamantina; mas poderia ser de hoje - ou de amanhã, talvez! Infelizmente... Mas digo que me arrepio, ainda agora, ao relembrar a cena. Intitulei-a "Por quê?” Estamos sempre cheios de interrogações pelas cenas que presenciamos a cada dia, e a tristeza é grande, ao reconhecer nossa impotência  perante tal situação. Mas, vamos à crônica: 

POR QUÊ?...

Temos poucos minutos para irmos da Praça Sete à rodoviária. A gente voa quase, pois corremos o risco de perder o ônibus das quinze e trinta. Que sufoco! Gente trombando na gente; gente empurrando a gente; gente, gente, gente! E nós, trombando também, porque... o tempo está realmente curto! E atravessando ruas na frente de carros, pois não dá pra esperar o sinal.

De repente, eu paro. Paro e olho; e começo a pensar. Meu corpo todo se arrepia. Alguma coisa me sufoca... Suspiro!... Recupero. Dou a volta. E continuo a correr. 

Por quê, meu Deus? Por que tanta miséria? Por que esses farrapos humanos pelas ruas se nos deste uma terra fértil, uma terra tão rica, tão boa? Por quê?...

Meu filho havia dito, momentos antes "de tanto ver miséria pelo mundo, a gente acaba se acostumando." Mas, não! Aquilo era demais! Um senhor já de idade avançada, jogado ali, daquela forma, uma ferida enorme na perna! Um buraco de uma carne podre, purulenta, hedionda! Que coisa horrível, meu Deus!

E gente pra lá e pra cá, gente cheia de vida, carregada de embrulhos, de saúde, de dinheiro... de indiferença!

Por que ninguém faz algo por este ser miserável, que jaz vivo na calçada?... Por que eu não faço nada por este, que também é filho de Deus? Por quê?

Uma vontade de gritar, de chorar, de clamar em altos brados, gritar como Castro Alves: "Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?!"

O que poderemos fazer por aqueles infelizes? Você, leitor, o que poderá fazer? E os governantes? Não têm condições de fazer alguma coisa?

Gente, vamos fazer, pelo menos, isto: uma corrente de oração, uma corrente bem forte, suplicando a Deus: piedade! piedade! piedade!

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Misericórdia, Senhor!!!
(Sete Lagoas, 08/10/16)
   

domingo, 2 de outubro de 2016

256 - A SOBERANIA DE DEUS!


256 - A SOBERANIA DE DEUS!

DEUS é o Criador de todas as coisas! É difícil, crer nisto?...  Pensar que tudo já foi criado por ELE e que daí pra frente, só transformações! Quando o homem pensa que está criando alguma coisa... não! Ele está apenas brincando com o que encontra pela frente. A matéria-prima que ele utiliza, já está aí, à sua disposição, no Universo criado por Deus!

Há muito, já foi dita esta grande verdade: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!” Grande Lavoisier! Entende por que precisamos reconhecer a soberania de Deus? Toda a Natureza é de Deus! Toda a Criação é de Deus! Somos de Deus e só estaremos aqui até que Ele o permita. Se você já é um “ancião de muitos dias” - como o denomina a Bíblia - parabéns: foi-lhe concedido um tempo grande aqui na terra! Se ainda não o é, reze e peça a Deus que lhe conceda um tempo maior de maturação, para que possa pensar melhor sua vida – e voltar para Ele, purificado de suas paixões. E peça principalmente inteligência para entender estas coisas, um espírito decidido, uma mente sábia para perscrutar as “coisas do alto”, como dizia Padre Leo...

É gratificante reconhecer nossa pequenez diante da Criação! Saber que podemos cooperar com Deus na perpetuação da espécie – e mais, que Ele quer contar conosco para que tal aconteça... é muito gratificante! Uma sementinha microscópica do papai e da mamãe, veja o que Deus faz com isto: um novo ser brota dentro da barriga da mamãe! Certamente, você compreende que não foi a mamãe quem fez os pezinhos, as mãozinhas, aquele rostinho - lindo! - os órgãos internos, tudo funcionando direitinho – aquele ser perfeito – claro! – você entende – não foi a mamãe quem fez nada disto: foi Deus! Só Ele é capaz de realizar uma obra assim, tão grandiosa!

Qualquer sementinha lançada ao solo, se o mesmo for favorável, de dentro dela sairá uma nova planta de sua espécie. Não é maravilhoso? Está na Bíblia! Tudo isto já foi dito!

Como duvidar da existência de Deus?!... E o mais grandioso: Ele quer contar conosco! Ele nada faz sozinho agora: somos instrumentos em suas mãos. Ele quer sempre contar conosco. Ações boas ou más... tudo depende de nós! Diz a Bíblia que, no início da Criação, Ele viu que “tudo era bom!”  Agora, se não está tão bom assim, a culpa não é de Deus, a culpa é nossa que não o fazemos bem. Pensemos nisto!

(Sete Lagoas, 02/10/2016)


domingo, 25 de setembro de 2016

255 - O TRABALHO

Mais uma crônica dos tempos de Diamantina:

 255 - O TRABALHO

Perguntaram-me por que a CRÔNICA DO DIA não tem saído.   É difícil, vocês sabem: a casa, a escola, a Faculdade... Com todos os espaços preenchidos, não tenho tido tempo para dar o meu recado. Os assuntos são muitos, mas o tempo é curto.

Alguém me disse que gostou especialmente daquela mensagem de que “televisão não é babá.” Realmente a nossa TV está cansando a mente e a vista de nossas crianças, ocupando em suas vidas um espaço que não estava  vazio. E não só as crianças: também os adolescentes e adultos perdem seu precioso tempo à frente de um aparelho de televisão! Pessoas sadias que poderiam estar trabalhando.

Já disse alguém: “Não coma quem não trabalha!” Realmente, deveria ser assim. Que bom se todos produzissem tudo aquilo de que são capazes! Temos as nossas crianças, os idosos, os doentes, de produção deficiente, dos quais não poderemos exigir muito. Mas uma pessoa normal, física e intelectualmente sadia, deveria dar o máximo de si para aumentar o nosso setor de produção. Por que trabalhar quatro horas por dia, se posso trabalhar oito? E se trabalho oito lá fora, por que não ocupar mais quatro em casa com uma atividade diferente? Quanto quintal vazio, quanta terra improdutiva, quanta coisa poderia ser feita. Quase não se vê mais uma horta bem cuidada, um terreno bem explorado...

O trabalho enobrece o homem e fortalece o físico e o espírito, fá-lo sentir-se mais útil, mais necessário; mais gente, mais feliz!

Gosto de ver pessoas que têm o tempo todo preenchido. Fico feliz por isto. Faz-me sentir que ainda existem pessoas que sabem aproveitar o tempo; um tempo que se vai... e que jamais voltará. Cada minuto vivido é um espaço que não se repetirá. Por isto, vamos aproveitá-lo.

Trabalhar, preencher o tempo com atividades sadias, é para mim,  tão necessário que, se me é dado ficar de folga, parece-me estar “sobrando”, faz-me sentir inútil.

Exatamente, no dia primeiro último, alguém me disse, gracejando: “Se eu encontrasse quem inventou o trabalho, juro que o mataria!” Ao que eu respondi: “Deveríamos dar-lhe flores!”
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(Continuo pensando desta forma!

(Sete Lagoas, 01/10/16)

254 - REVIVENDO BONS MOMENTOS...

Como disse anteriormente, estamos revendo algumas crônicas que foram publicadas em jornais de Diamantina, quando morávamos naquela mágica cidade - entre os anos oitenta e sete e noventa e dois:

254 - A FAMÍLIA

É quase meia noite. Sozinha aqui, sentada, aguardo o ônibus de uma hora para Belo Horizonte. O silêncio é completo. Apenas, de vez em quando, a musicazinha indesejável de um ou outro pernilongo, intrusos que teimam em dar continuidade à sua seresta.

Um carro sobe a Rua São Francisco com grande barulho. E... outra vez o silêncio! Todos dormem. Então, eu penso: realmente, o homem é um animal social; nasceu para viver em comunidade. Realmente, não dá pra viver sozinho! Como agora, na calada da noite, que silêncio pesado, que sensação de abandono, que medo!...

É certo: nascemos para vivermos em comunidade. E a comunidade mais importante é indiscutivelmente, a família; é a primeira; a última; é aquela que nos acompanha a vida toda. Infeliz daquele que, por motivos diversos, precisa viver longe de sua família. Coitado! Conviver com outros grupos sociais, fazer amigos, isto é ótimo! Mas nada como o aconchego gostoso de um lar bem constituído.

Amigos -  homens e mulheres - papais e mamães - vamos pensar bem nossas atitudes. Como se não bastassem as célebres palavras: "Amai-vos uns aos outros" - há ainda as que ouvimos aos pés do altar, em um dia muito importante de nossa vida. Portanto, vamos fazer de nosso lar um abrigo sagrado, um local de alegrias e prazeres para aqueles que vivem ao nosso lado. 

Principalmente - reflitamos - vamos criar os nossos filhos num ambiente sadio e gostoso de se viver; vamos usar como escudo, uma só palavra: Amor. 

Já está quase na hora. Vou chamar meu esposo para ir comigo à rodoviária. Lá fora tenho medo, muito medo!...

E eu fico pensando naqueles que não têm um lar!.... 

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(Lembro-me bem desse dia: precisava ir sozinha visitar meus pais, deixando para trás, esposo e filhos.  Morávamos bem perto da rodoviária e, como não podia dormir, enquanto esperava o tempo passar, registrava o acontecimento. Sempre gostei de fazer isto.  Coisas da vida...)

Sete Lagoas, 25/09/16
  

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

253 - MAIS UMA CRÔNICA DOS VELHOS TEMPOS...

253 - APENAS UMA...  SUGESTÃO!

       - Meu filho não sabe redigir.
       - Ele lê?
       - Lê o quê?
       ... Que pena! "Lê o quê?" - foi o que a mãe perguntou.
       Olho para ela um tanto quanto abatida, constrangida com tal situação.
    "Lê o quê?" Há tanta coisa boa que pode ser lida, tanto livro bom que deve ser colocado na mão das crianças para que elas leiam, para que ampliem seus conhecimentos. Leituras recreativas para as  suas horas de lazer...
       E aqui em Diamantina, temos tantas bibliotecas, com livros ótimos que podem ser lidos pelas nossas crianças...
      Se o seu filho não tem o hábito de ler, faça para ele uma ficha numa das nossas bibliotecas (a Municipal, por exemplo) e ele poderá entrar para o mundo maravilhoso da leitura. As moças lá estão sempre com um sorriso, muito gentis, para atender a todos, com muita presteza. 
        É adágio bem conhecido: "Quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê”.
        Vamos fazer com que nossos filhos adquiram o hábito da leitura e sua compreensão crescerá à medida que se aprofundam no mundo das boas obras; ser-lhes-á então muito mais fácil, falar, ouvir, escrever...
        Vá lá. Faça a ficha e a cada dia, seu filho poderá ter um livro novo nas mãos o qual lhe proporcionará momentos de prazer, enquanto lhe desenvolve o automatismo da leitura, a compreensão e o senso crítico. Tudo isto sem lhe custar um centavo.
         Não é uma boa ideia?! Vale a pena!


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(Sempre me preocupei muito com isto. Quando meus filhos nasceram, já era professora há algum tempo, a mesa vivia cheia de papéis,  revistas, livros, apostilas, desenhos; assinava pra eles o “Nosso Amiguinho” e outras revistas infantis; adquiria coleções diversas como a gente vê tantas por aí. Livros de literatura infantil podem ser bem baratinhos e, ao invés de dar outro tipo de presentes para as crianças, ofereçamos historinhas que vão  diverti-las, ao mesmo tempo que instruem e ajudam a resolver seus conflitos. Mas se o dinheiro está curto, podemos ler muito, também aqui em Sete Lagoas, frequentando a Biblioteca Pública. Sei de crianças que têm ficha lá e estão sempre trocando livros. E isto é muito bom!)

Sete Lagoas, 24 de setembro de 2016)  

252 - MAL INEVITÁVEL

252 - MAL INEVITÁVEL 
                                                                           (Continuando com as crônicas publicadas no Jornal "Voz de Diamantina")

"A velhice dói. E como dói! Não, não é psicológico não! É dor física mesmo! Dói na pele, sabe? Sabe o que é sentir na pele? É o peso dos anos. A dor da velhice.

É a dor da velhice estampada na face, exposta a todos, em sulcos profundos, que vão se formando, visíveis, indesejáveis, inevitáveis!

É a dor dos anos, do tempo que se vai, das insônias, das tristezas, das desilusões, dos desenganos, das decepções, dos muitos invernos, dos tantos verões, numa alternância de temperaturas, que enregelam, que sufocam, que massacram a pele... É o outono da vida, porque a primavera (flores, colorido, euforia...) esta já se foi, já ficou para trás!

É a velhice física, um mal inevitável! E a criatura humana vai se desfazendo, vai ficando fisicamente feia, enrugada, mostrando a todos que já viveu algum tempo, que alguns anos já se foram...

Porém, muito pior que a física, é a velhice mental. Esta, sim, é triste de se ver! A velhice física, cronológica, não é degradante como a velhice mental precoce.  Esta é que realmente conta: encontramos velhos aos quinze anos, como podemos encontrar jovens aos oitenta, exibindo uma juventude exuberante, lúcida, eufórica, consciente, que não se deixou abater, apesar das intempéries, apesar do bom ou mau tempo.

A velhice física é inevitável; ninguém foge a ela. E nem se deve procurar escondê-la: ela indica simplesmente que tal ser humano é um vitorioso, que traz em si uma série de vitórias, que outros não conseguiram conquistar. Os fracos tombam nos campos de batalha. Só os fortes conseguem ir além; só aos fortes, é dado o privilégio de continuar a lutar, de erguer a cabeça e seguir adiante... e caminhar mais... muito mais...

Porém, a velhice mental não é inevitável. Podemos fugir a ela que não é consequência de bom ou mau tempo. Muito pelo contrário: quanto mais experiência de vida se tem, maior, e mais rica, e mais forte, e mais abrangente, e mais madura se torna a nossa capacidade mental.

Ouvir muito, e ler muito, e viver intensamente, estudando cada fato, procurando compreender as pessoas que nos cercam, procurando sempre acrescentar algo às nossas experiências.

E sorrir!... Ah, como é bom sorrir!... Como nos faz bem, dar e receber sorrisos, um sorriso franco, aberto, jovial, sincero! Sorrir com todos os músculos da face

No dizer de Bilac: Envelhecer rindo - como as árvores fortes envelhecem!"

(Sete Lagoas, 20/09/16)