terça-feira, 1 de novembro de 2016

261 - EXERCÍCIO POÉTICO

261 - EXERCÍCIO POÉTICO

Foi-nos proposto recentemente, em uma reunião do Clube de Letras de Sete Lagoas, um exercício poético, intitulado "Por que escrevo". A princípio, como todos os membros que lá frequentam gostam mesmo de escrever, pensei que as respostas seriam tão óbvias que todos diriam a mesma coisa. Enganei-me! Uma diversidade imensa de gêneros textuais, com argumentos bem diferentes entre si. Cada um escreve por um motivo qualquer e há os que parecem fazê-lo sem motivo aparente, apenas pelo simples fato de querer fazê-lo. Interessante!

Sempre gostei de escrever. Desde que entendi o processo, comecei a brincar com as palavras. E só não tinha o hábito de ler muito, porque não se tinha muito o que se ler, no meio em que eu frequentava. Com meus filhos, foi bem diferente: já era professora quando me casei e as mesas viviam repletas do que se ler, muita literatura boa. Além do mais, sempre valorizando a leitura, eu comprava muitos livros para eles, além daqueles que as escolas pediam. Assim, eles cresceram lendo muito.

Na minha infância, esse tipo de material era bem restrito na casa de meus pais. Assim sendo, aquilo de que eu dispunha, lia e relia muitas vezes, mas essas leituras não me saciavam. Por isto, parti para a escrita. Escrevia recados, bilhetes, cartas, cartões, escrevia pequenos poemas, historinhas, e um dia, ganhando um caderno grosso, não me lembro de quem, comecei a escrever uma história - um romance! Intitulei-o "Vasos de samambaia!". Lembro-me bem do seu início, pois toda vez que ia escrever mais um trecho (capítulos?...) começava sempre a leitura, do começo, que era exatamente assim: “Dez horas da manhã. As badaladas acordaram-me, se é que ainda dormia, envolta na doce magia daqueles momentos. Dançara com ele a noite toda...” 

Ficava até tarde escrevendo e no dia seguinte, lá estava a minha irmã a lê-lo. Não sei se ela se lembra disto, pois foi há tantos anos... Caminhei com a história durante muito tempo. Não sei que fim levou esse caderno, não tenho a mínima ideia de onde ele foi parar. Nem sei dizer se terminei o conto e se os dois chegaram ao "felizes ´para sempre". Era um caderno espiral de duzentas folhas. Será que fui até o final do mesmo?... E onde será que ele foi parar?...

Meu pai assinava um jornal da Cidade de Ubá. Certo dia, encontrando lá uma notícia bem triste da morte inesperada do filho de um dos diretores do mesmo, todo mundo abalado com ao fato, sensibilizada, escrevi um soneto e mandei para o jornal. Foi publicado! Fiquei feliz demais e continuei escrevendo. E eles publicando. Nenhum desses trabalhos foi guardado. Que pena! Devia haver coisa boa para eu reler hoje. Mas, tudo bem! Leio outros trabalhos...

Até hoje continuo com a mesma mania. Já que sabemos, "cada mania com seu doido", deixe-me continuar com a minha. Gosto de escrever! E quando sei que há amigos que perdem seu precioso tempo, lendo o que escrevo, aí é que fico feliz de verdade! Obrigada! Tudo de bom pra você que acabou de ler isto! Deus o abençoe sempre. Que Ele continue iluminando seus caminhos!


(Sete Lagoas, 30/10/16)

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