quarta-feira, 3 de outubro de 2018

321 - GENTE!

321  -  GENTE!

Uma vez, escrevi esta frase: Gente é um presente, quando presente, na vida da gente! Sinceramente, gostei muito e fiquei feliz quando minha irmã, então diretora de uma escola, utilizou a mesma num grande cartaz, em um seminário de Educação Inclusiva, do qual tive a oportunidade de participar.

Tenho constatado sempre a veracidade do que disse. Muitas vezes, a gente não elabora em palavras, aquilo que sente; mas quando isto acontece, começa a prestar mais atenção no cotidiano, no que diz respeito ao fato. No último final de semana, pensei muito sobre isto.

Convidada para um almoço de comemoração de aniversário de uma irmã,  logo fiquei apreensiva, na quase certeza de que meu esposo não quisesse ir, já que não gosta muito de viajar. Pensei sinceramente se eu deveria deixá-lo sozinho, ou não iria ao tal aniversário. 

Foram passando os dias, e eu sem saber que resposta dar à aniversariante. Afinal, criei coragem, falei com ele que, a princípio, ficou na dúvida se deveria ir ou não; a resposta não saiu - e os dias foram passando.

Afinal, por mais que se possa adiar, chega um tempo em que a decisão se faz necessária. E pra minha surpresa, ele aceitou ir comigo. Parece uma coisa tão simples, e pode ser para muita gente, mas pra nós, não. Fiquei feliz com a resposta e aí se começa a discutir outras  questões: a gente vai de carro, ou de ônibus; que dia; que horas... E eles, de lá,  esperando uma resposta.

Fomos de ônibus.  Só nós dois. Ali, conversando, abordamos vários assuntos de interesse comum,  ou de aspecto geral, inclusive as eleições que se aproximam. A viagem foi ótima, melhor que da última vez, quando fomos de carro. Também, só nós dois! Mas a preocupação com o trânsito, com quem vem de lá, "cuidado! a gente tem que dirigir pra gente e pro outro; olha aquele caminhão; agora dá pra ultrapassar; cuidado com radar; que trânsito horrível; deixa ele ir, pra que pressa..." e por aí afora. É um dirigindo, e o outro orientando... Como se, quem está ao volante, não estivesse vendo o mesmo que aquele, exatamente ali do seu lado. E como ele não dirige, morre de medo de tudo!

Nada disto desta vez. Estávamos bem folgados como se estivéssemos no sofá da sala. A viagem foi ótima, a recepção maravilhosa e a volta pra casa melhor ainda, porque o ônibus era muito mais confortável que o anterior; assentamo-nos em um lugar privilegiado, tempo exato nas trocas de ônibus, e tudo saiu às mil maravilhas. Ficamos juntos um tempo grande como muitas vezes não se consegue em casa, cada um cuidando de seus afazeres. 

Foi maravilhoso, e só tenho a agradecer a Deus e à família por momentos de tanta ternura e aconchego. Foi uma das melhores viagens que já fizemos. E repito: Gente é um presente, quando presente, na vida da gente! Minha gratidão ao meu companheiro de caminhada, que há exatos cinquenta anos está a meu lado, tornando meus sonhos realizáveis e realizados. 

(Sete Lagoas, 03/10/18)