quinta-feira, 22 de setembro de 2016

253 - MAIS UMA CRÔNICA DOS VELHOS TEMPOS...

253 - APENAS UMA...  SUGESTÃO!

       - Meu filho não sabe redigir.
       - Ele lê?
       - Lê o quê?
       ... Que pena! "Lê o quê?" - foi o que a mãe perguntou.
       Olho para ela um tanto quanto abatida, constrangida com tal situação.
    "Lê o quê?" Há tanta coisa boa que pode ser lida, tanto livro bom que deve ser colocado na mão das crianças para que elas leiam, para que ampliem seus conhecimentos. Leituras recreativas para as  suas horas de lazer...
       E aqui em Diamantina, temos tantas bibliotecas, com livros ótimos que podem ser lidos pelas nossas crianças...
      Se o seu filho não tem o hábito de ler, faça para ele uma ficha numa das nossas bibliotecas (a Municipal, por exemplo) e ele poderá entrar para o mundo maravilhoso da leitura. As moças lá estão sempre com um sorriso, muito gentis, para atender a todos, com muita presteza. 
        É adágio bem conhecido: "Quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê”.
        Vamos fazer com que nossos filhos adquiram o hábito da leitura e sua compreensão crescerá à medida que se aprofundam no mundo das boas obras; ser-lhes-á então muito mais fácil, falar, ouvir, escrever...
        Vá lá. Faça a ficha e a cada dia, seu filho poderá ter um livro novo nas mãos o qual lhe proporcionará momentos de prazer, enquanto lhe desenvolve o automatismo da leitura, a compreensão e o senso crítico. Tudo isto sem lhe custar um centavo.
         Não é uma boa ideia?! Vale a pena!


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(Sempre me preocupei muito com isto. Quando meus filhos nasceram, já era professora há algum tempo, a mesa vivia cheia de papéis,  revistas, livros, apostilas, desenhos; assinava pra eles o “Nosso Amiguinho” e outras revistas infantis; adquiria coleções diversas como a gente vê tantas por aí. Livros de literatura infantil podem ser bem baratinhos e, ao invés de dar outro tipo de presentes para as crianças, ofereçamos historinhas que vão  diverti-las, ao mesmo tempo que instruem e ajudam a resolver seus conflitos. Mas se o dinheiro está curto, podemos ler muito, também aqui em Sete Lagoas, frequentando a Biblioteca Pública. Sei de crianças que têm ficha lá e estão sempre trocando livros. E isto é muito bom!)

Sete Lagoas, 24 de setembro de 2016)  

252 - MAL INEVITÁVEL

252 - MAL INEVITÁVEL 
                                                                           (Continuando com as crônicas publicadas no Jornal "Voz de Diamantina")

"A velhice dói. E como dói! Não, não é psicológico não! É dor física mesmo! Dói na pele, sabe? Sabe o que é sentir na pele? É o peso dos anos. A dor da velhice.

É a dor da velhice estampada na face, exposta a todos, em sulcos profundos, que vão se formando, visíveis, indesejáveis, inevitáveis!

É a dor dos anos, do tempo que se vai, das insônias, das tristezas, das desilusões, dos desenganos, das decepções, dos muitos invernos, dos tantos verões, numa alternância de temperaturas, que enregelam, que sufocam, que massacram a pele... É o outono da vida, porque a primavera (flores, colorido, euforia...) esta já se foi, já ficou para trás!

É a velhice física, um mal inevitável! E a criatura humana vai se desfazendo, vai ficando fisicamente feia, enrugada, mostrando a todos que já viveu algum tempo, que alguns anos já se foram...

Porém, muito pior que a física, é a velhice mental. Esta, sim, é triste de se ver! A velhice física, cronológica, não é degradante como a velhice mental precoce.  Esta é que realmente conta: encontramos velhos aos quinze anos, como podemos encontrar jovens aos oitenta, exibindo uma juventude exuberante, lúcida, eufórica, consciente, que não se deixou abater, apesar das intempéries, apesar do bom ou mau tempo.

A velhice física é inevitável; ninguém foge a ela. E nem se deve procurar escondê-la: ela indica simplesmente que tal ser humano é um vitorioso, que traz em si uma série de vitórias, que outros não conseguiram conquistar. Os fracos tombam nos campos de batalha. Só os fortes conseguem ir além; só aos fortes, é dado o privilégio de continuar a lutar, de erguer a cabeça e seguir adiante... e caminhar mais... muito mais...

Porém, a velhice mental não é inevitável. Podemos fugir a ela que não é consequência de bom ou mau tempo. Muito pelo contrário: quanto mais experiência de vida se tem, maior, e mais rica, e mais forte, e mais abrangente, e mais madura se torna a nossa capacidade mental.

Ouvir muito, e ler muito, e viver intensamente, estudando cada fato, procurando compreender as pessoas que nos cercam, procurando sempre acrescentar algo às nossas experiências.

E sorrir!... Ah, como é bom sorrir!... Como nos faz bem, dar e receber sorrisos, um sorriso franco, aberto, jovial, sincero! Sorrir com todos os músculos da face

No dizer de Bilac: Envelhecer rindo - como as árvores fortes envelhecem!"

(Sete Lagoas, 20/09/16)