segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

510 - Ter Saúde!

 510  -  Ter Saúde!

Como é bom ter saúde, todo o organismo funcionando direitinho! Só que a gente não pensa nisto, a não ser, quando algum sistema deixa de funcionar a contento. Como o meu sistema respiratório ontem! 

Meu esposo disse que iria apanhar umas goiabas bem maduras, para eu fazer um doce; mas que fosse feito com rapadura. E pensei: domingo à tarde? Até limpar aquilo tudo?...

E lá se foi ele, apanhar as goiabas. E trouxe muitas! Encheu a pia e comecei a limpá-las. Quando o miolo estava bom, eu os comia, porque usamos apenas as cascas. Faço normalmente tudo muito rápido e, num instante, as goiabas estavam no jeito de ir para o fogo.

Pus na boca um pedacinho da rapadura - que não era nada dura! - e logo se derreteu formando um caldo docinho muito gostoso.

Estava com esse caldo na boca, quando ele entrou na cozinha e me perguntou algo. Ao tentar responder, me engasguei feio, tendo a impressão de que aquele caldo docinho havia entrado para o tubo errado. Ele repetiu a pergunta e eu não conseguia responder. Quando perguntou de novo foi que, com grande dificuldade, consegui balbuciar: "Não vê que estou engasgada?"

Acho que ele não entendeu direito. Corri para o banheiro, num estado péssimo, sentindo muito mal, coloquei o dedo na garganta e comecei a colocar pra fora, todo miolo de goiaba que havia ingerido. Porém o estado geral do corpo não melhorava. Na verdade, eu estava pondo pra fora o que estava no aparelho digestivo e não no respiratório, por mais que eu tossisse. 

Tossi... tossi... tossi... e nada de melhora. Subi, sentei-me na cama, já cansada de tanto fazer esforço; e desanimada... 

Daí a pouco, ele subiu e perguntou: "Melhorou?" Respondi, entre dentes: "Não! Acho que aquele caldo foi mesmo todo para a  laringe e não, para o esôfago." E ele, animador, com gracejo: "Nada pode ir para o pulmão, senão a gente morre!"- "Pois é: vou morrer!"

Ele me olhou assustado, ficou ali um pouco, pensativo, e desceu! Fui para a janela e comecei a respirar devagar e profundamente. Inspirava, segurava, e expirava, metodicamente. Tentei cantar; a voz estava ruim; mais que isto: estava péssima! E pensei: "amanhã, segunda-feira, eu tenho que cantar o Salmo, lá no Santuário. E depois dirijo a oração do Santo Rosário. Mas como?"

Fui respirando conscientemente, me acalmando, cantando baixinho, rezando... E foi passando aquela sensação horrível. 

Demorou, viu? Muito mesmo! Fui à Missa hoje, fiz tudo o que normalmente faço; mas minha garganta ainda dói muito. Também, com todo aquele esforço... 

Como é bom ter saúde, o corpo todo funcionando normalmente! Obrigada, Senhor!

(Celina  -  18/01/21)