QUE ALGUÉM LEIA!
Meu
Deus! Como dá trabalho fazer um Livro! Quem nunca fez um, não tem, certamente,
noção disto, não sabe o quanto é trabalhoso, dispendioso, preocupante,
cansativo...
E
o pior: sempre se faz, na esperança de que alguém leia! E quantos livros,
novinhos, sem sinal de que foram abertos, anos e anos depois!... Que pena!
Talvez pudesse fazer bem a alguém...
Pensei
nisto agora, quando é mandado para o prelo, o meu décimo livro... De vez em
quando, a gente tem um feedback, mas isto é tão pouco para alguém que gasta
dias e dias, noites e noites, madrugadas a dentro, colocando no papel, aquilo
que o incomoda.
Sim,
porque o pensar incomoda. Como a semente que se encontra dentro de uma fruta e
quer sair para o mundo, quer se transformar numa criatura como aquela de onde
veio, deseja germinar, crescer, florir, frutificar, para novas sementes, assim
também, a ideia que brota, quer gritar, sair por aí, quer convencer... quer se
mostrar e... viver! Ser aplaudida, talvez!
Não
que se necessite de aplausos, não é isto. Pouco importa se quem o lê, concorda
ou não com o que é dito; se o que pensa vai exatamente de encontro ao que ali é
proposto. O que o autor deseja é que se tome conhecimento do seu jeito de
pensar, o seu modo de ser, de fazer, de se mostrar. É possível que um texto,
uma frase, uma palavra, leve o leitor a refletir, a questionar... E isto é o
que se propõe.
Livros
não são feitos para ficarem fechados em gavetas e prateleiras. Eles querem,
certamente, que sejam abertos, lidos, questionados, fazendo chorar, ou sorrir
ou, no mínimo, pensar. Livros querem ser presença! São um presente! Querem
sê-lo!
Meu queridíssimo "Décimo Livro" -
que as Crianças o leiam, já que você nasceu para elas, tão somente! Foi
encomendado, pensado, gestado... ficou pronto, de leve roupagem. Tenho
certeza de que você vai ser útil a elas, fazendo-as voar, nas asas do
pensamento! Elas vão gostar de conhecê-lo. E você vai ficar feliz ao vê-las
felizes! Vai ser bom!
(Celina -
07/07/25)