390 - Santificação
Nossa meta é santificar-nos - levando o outro também à santificação, com nosso testemunho, com nossa ajuda, mas, principalmente, com a graça de Deus! Porque tudo é graça! Por isto, precisamos estar unidos a Ele. Nossa sintonia com Ele é que nos levará a uma vida de verdadeiros cristãos, como deve ser.
Amei uma palestra do Padre Paulo Ricardo, em que ele fala da santificação dos pais de Santa Teresinha do Menino Jesus; não por serem os pais dessa humilde e poderosa Santinha, mas por viverem santamente, o Sacramento do Matrimônio.
Ele conta que Louis Martin e Zélia Guérin tinham, a princípio, o desejo de viverem o celibato, mas como a vida lhes ofereceu o sacramento do matrimônio, viveram, de comum acordo, a virgindade durante alguns meses após o casamento. Ao conversarem com um sacerdote, ele lhes disse que deveriam viver a vida sacramental do matrimônio, já que a finalidade do casamento católico é gerar filhos para Deus. Assim, começaram a formar uma família numerosa.
Ambos, filhos de militares, haviam recebido uma educação severa, com muita disciplina e de cunho religioso. Ele era relojoeiro e ela tinha uma pequena empresa das famosas rendas de Alençon. Ambos, enquanto jovens, tiveram o desejo de uma vida religiosa bem austera, mas isto lhes foi negado por motivos diversos: ele porque não conhecia o latim e ela, por motivos de saúde. Assim ele se dedicou ao ofício de relojoeiro, transferindo-se para Alençon; e ela, com suas rendas, servia à alta sociedade parisiense e de outras cidades.
O encontro entre os dois acontece em 1858 na ponte de São Leonardo, em Alençon. Ao vê-lo, Zélia compreendeu no mesmo instante, que ele seria o homem de sua vida. Tinham uma vida exemplar, enquanto casal: missa diária, oração constante - pessoal, familiar e comunitária - confissão frequente, participação ativa na vida paroquial.
Como a profissão de Louis não estava sendo muito rendosa, ele resolveu vender sua relojoaria e ajudar Zélia em sua empresa, assumindo a parte de vendas que, até então, era terceirizada. Assim, ele sempre viajava para levar encomendas e pegar novas. Como eram um pouco demoradas essas viagens, Zelia sempre lhe escrevia cartas. Certa vez, ela lhe disse numa delas: "Eu sempre cantei para meus filhos, enquanto no ventre, canções de ninar e músicas que falam de Nossa Senhora; mas nesta nona gravidez, é diferente, pois eu canto e a menina que está no meu ventre, canta comigo!".
Tiveram nove filhos, dos quais os quatro do sexo masculino morreram prematuramente e as cinco filhas, todas escolheram a vida religiosa, entrando, uma a uma, para o convento. Teresa, a caçulinha, precisou de licença especial para isto pois com treze anos apenas já tomara a decisão de ir para o Carmelo, contando isto corajosamente ao pai, quando tinha menos de quinze anos.
Zélia morreu de câncer, quando Teresinha tinha apenas quatro anos. Quando o médico lhe disse que estava com câncer, ela foi para casa e contou tranquilamente para a família, sabendo que não teria mais, muito tempo de vida, pois na época, a medicina nada podia fazer nesses casos.
Cuidando da catequese de Teresa, a mãe lhe falava de uma vida feliz no céu. Por isto, a pequenina rezava pedindo a Deus que sua mãe morresse logo. Ao ouvirem isto, as pessoas a repreenderam pois esta não era uma boa oração, ao que aquela menininha de três aninhos respondeu: "Eu amo tanto a minha mãe que quero que ela conheça logo a felicidade de viver no céu!"
Depois da morte de Zélia, o pai se desdobrou ainda mais em cuidados com suas queridas filhas: brincava com elas, construía-lhes brinquedos diversos, fazia com elas momentos lindos de oração e atendia a todos os seus desejos.
Uma a uma, foram saindo para o convento, até a sua "rainha", a caçulinha. Estando apenas a Celina com ele, um dia ele lhe agradeceu por não ter se decidido ir também para o convento, ao que ela lhe respondeu: "Papai, estou aqui para cuidar do senhor que está doente, mas já me decidi há muito tempo - também eu vou para o Carmelo". E ele: "Vamos então, frente ao Sacrário, agradecer pela sua decisão." E dirigindo-se a Deus, conclui. "O Senhor me pediu tudo, tudo: meus filhos, minha esposa, minhas filhas!"
Vidas santas!...
Uma a uma, foram saindo para o convento, até a sua "rainha", a caçulinha. Estando apenas a Celina com ele, um dia ele lhe agradeceu por não ter se decidido ir também para o convento, ao que ela lhe respondeu: "Papai, estou aqui para cuidar do senhor que está doente, mas já me decidi há muito tempo - também eu vou para o Carmelo". E ele: "Vamos então, frente ao Sacrário, agradecer pela sua decisão." E dirigindo-se a Deus, conclui. "O Senhor me pediu tudo, tudo: meus filhos, minha esposa, minhas filhas!"
Vidas santas!...
(Celina - 14/08/19)