segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

312 - DÁ-ME ASAS!

312 - DÁ-ME ASAS!

Deus, ó Deus,
onde moras?

Eu quero te ver,
eu preciso te encontrar,
preciso te contemplar!

Onde moras?
Eu preciso saber!

Dá-me asas espirituais
para que eu possa voar 
até as alturas dos céus,
ou às profundezas do mar,
 aos maiores abismos....

Quero voar 
ao âmago do meu ser,
ou de outros seres,
onde eu possa te ver.

Quero voar
lepidamente,
para onde tu estás.

Onde moras?
Na inocência de uma criança,
nas feridas de uma alma penitente,
no sorriso dos enamorados,
na alegria dos vitoriosos,
ou nas agruras de um derrotado?...

Onde moras, meu Senhor?
Dá-me asas espirituais
para que eu possa ir,
bem ligeiro,
ao teu encontro.
Eu quero te ver!
Eu preciso te ver!

Só então  me declararei
completamente feliz, 
na plenitude de teu Ser!
Por favor,
dá-me asas!

(05/02/18)

311 - ASAS!

311 - ASAS!

Muitas vezes, eu,
adolescente,
erguia os braços
e voava!

Que delícia!
Era só erguer os braços
e sentir o vento,
brisa suave,
a embalar o voo!

Com que facilidade
eu podia fazer isto!
Com que tranquilidade,
leveza nos movimentos,
eu deslizava,
acima das plantas,
acima mesmo das casas,
vendo colinas e montes
e enormes montanhas!

E acordava
com a deliciosa sensação
de belos passeios pelos ares!
E era tão frequente
que já me acostumara
àquelas delícias...

Hoje, 
cruzando os céus,
e observando as nuvens
que me encobrem o chão,
e casas, e colinas, e montanhas,
e cidades inteiras,
já nada vejo;
apenas delicio
com a dança das nuvens,
abaixo, muito abaixo de mim!

 E acima,
apenas o céu azul,
muito azul!
Então me lembro,
com saudades, 
de meus sonhos adolescentes
em tempos que se foram!

Nas tardes brilhantes,
voando,
eu vejo o céu azul!
E as nuvens abaixo,
tudo encobrem:
não vejo mais a terra,
apenas grossas nuvens brancas
como imensos blocos de algodão!

E acima, o céu azul.
Tão azul! 
Tão longe!
De mim, distante...

***
Deus, ó Deus!
Onde moras???

(05/02/18)