segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

311 - ASAS!

311 - ASAS!

Muitas vezes, eu,
adolescente,
erguia os braços
e voava!

Que delícia!
Era só erguer os braços
e sentir o vento,
brisa suave,
a embalar o voo!

Com que facilidade
eu podia fazer isto!
Com que tranquilidade,
leveza nos movimentos,
eu deslizava,
acima das plantas,
acima mesmo das casas,
vendo colinas e montes
e enormes montanhas!

E acordava
com a deliciosa sensação
de belos passeios pelos ares!
E era tão frequente
que já me acostumara
àquelas delícias...

Hoje, 
cruzando os céus,
e observando as nuvens
que me encobrem o chão,
e casas, e colinas, e montanhas,
e cidades inteiras,
já nada vejo;
apenas delicio
com a dança das nuvens,
abaixo, muito abaixo de mim!

 E acima,
apenas o céu azul,
muito azul!
Então me lembro,
com saudades, 
de meus sonhos adolescentes
em tempos que se foram!

Nas tardes brilhantes,
voando,
eu vejo o céu azul!
E as nuvens abaixo,
tudo encobrem:
não vejo mais a terra,
apenas grossas nuvens brancas
como imensos blocos de algodão!

E acima, o céu azul.
Tão azul! 
Tão longe!
De mim, distante...

***
Deus, ó Deus!
Onde moras???

(05/02/18)

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