114 - DIAS DIFÍCEIS
A notícia chegou como uma bomba, que explodisse de repente em meus ouvidos, com toda força! Sentei-me sem saber o que fazer. Como chegar até lá, o mais rápido possível? Perguntei a meu esposo se ele iria bem cedinho comigo e a resposta veio pronta: " De jeito nenhum. Você não tem condição nenhuma de ir dirigindo!"
Telefonemas pra lá e pra cá, pela madrugada... Minha sobrinha Cristina, solícita, tentando ajudar... minha irmã Aparecida, aos prantos, na busca de uma solução. "Oi, tia, vou ver na internet, horários de ônibus pra senhora."
De repente, linhas que se cruzam, informações que vão chegando, família que se preocupa... E minha irmã já liga com a solução: "Fica no jeito, que Luzia está em Brumadinho, Marquim vai te buscar aí e você vem com eles pra cá".
E assim aconteceu. E foi um domingo bem triste, o domingo passado: sepultamos nosso irmão, o Geraldinho! É mais um desfalque na família, é mais um suspiro de saudade. É menos um personagem importante, nos momentos de bate-papo, nas horas de descontração, nos encontros de família.
É... a vida é assim! Amanhã, a missa de sétimo dia. Como entender a morte?!... Como conviver com as perdas nossas de cada dia, nossos vazios, as ausências?...
Meu Deus! Como somos pequenos, insignificantes, perante a grandiosidade do Universo! Nossa inteligência só vai até o momento da passagem para a eternidade. Depois disto, só Deus pode explicar; nada sabemos do além! Nada... nada!!! Fica sempre uma grande interrogação - ou exclamação! Nada sabemos...
Suspiros... lágrimas... saudade!
Suspiros... lágrimas... saudade!