Mais uma crônica dos
tempos de Diamantina:
255 - O TRABALHO
Perguntaram-me por que
a CRÔNICA DO DIA não tem saído. É
difícil, vocês sabem: a casa, a escola, a Faculdade... Com todos os espaços
preenchidos, não tenho tido tempo para dar o meu recado. Os assuntos são
muitos, mas o tempo é curto.
Alguém me disse que
gostou especialmente daquela mensagem de que “televisão não é babá.” Realmente a nossa TV está cansando a mente
e a vista de nossas crianças, ocupando em suas vidas um espaço que não
estava vazio. E não só as crianças:
também os adolescentes e adultos perdem seu precioso tempo à frente de um
aparelho de televisão! Pessoas sadias que poderiam estar trabalhando.
Já disse alguém: “Não
coma quem não trabalha!” Realmente, deveria ser assim. Que bom se todos
produzissem tudo aquilo de que são capazes! Temos as nossas crianças, os
idosos, os doentes, de produção deficiente, dos quais não poderemos exigir
muito. Mas uma pessoa normal, física e intelectualmente sadia, deveria dar o
máximo de si para aumentar o nosso setor de produção. Por que trabalhar quatro
horas por dia, se posso trabalhar oito? E se trabalho oito lá fora, por que não
ocupar mais quatro em casa com uma atividade diferente? Quanto quintal vazio,
quanta terra improdutiva, quanta coisa poderia ser feita. Quase não se vê mais
uma horta bem cuidada, um terreno bem explorado...
O trabalho enobrece o
homem e fortalece o físico e o espírito, fá-lo sentir-se mais útil, mais
necessário; mais gente, mais feliz!
Gosto de ver pessoas
que têm o tempo todo preenchido. Fico feliz por isto. Faz-me sentir que ainda
existem pessoas que sabem aproveitar o tempo; um tempo que se vai... e que
jamais voltará. Cada minuto vivido é um espaço que não se repetirá. Por isto,
vamos aproveitá-lo.
Trabalhar, preencher o
tempo com atividades sadias, é para mim, tão necessário que, se me é dado ficar de
folga, parece-me estar “sobrando”, faz-me sentir inútil.
Exatamente, no dia
primeiro último, alguém me disse, gracejando: “Se eu encontrasse quem inventou
o trabalho, juro que o mataria!” Ao que eu respondi: “Deveríamos dar-lhe
flores!”
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(Continuo pensando desta forma!
(Sete Lagoas, 01/10/16)