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- ALEGRIA, ALEGRIA!
Nossa,
Arthur! A semana inteira pra escrever esta crônica. Incrível como a vontade é
grande - e o tempo, curto. Toda vez que pego o computador para fazê-lo, alguém
me chama. E todos reclamam, se demoro a atender, mas preciso desligá-lo
devidamente. Aí grito: "Já vou!"... E sei que não dá pra voltar tão
cedo! Assim é que estou acrescentando este inicio numa tentativa de justificar
a demora, pois comecei a rabiscá-la no dia seguinte, tal era a alegria que me
invadia ao saber que você estava iniciando seu processo de catequese. Mas o que
desejo frisar hoje é que o dia trinta e um de julho, tão esperado, chegou,
reinou e já se foi, mas vai ficar na memória.
Levantei-me
muito cedo no domingo passado. Que dia maravilhoso, Arthur! Bem preparado pelas
mensagens de whatsAap. (Você nem sabia, mas foi tudo organizado em torno do seu
nome. Queríamos valorizar muito o evento.)
Às
cinco da manhã, os legumes já estavam todos limpos, descascados, picados.
Porque isto não poderia ser feito na véspera. Mas as duas postas enormes de
salmão já haviam recebido, no dia anterior, um bom trato, eliminando-lhes as
escamas e oferecendo-lhes uma passada de limão e um pouquinho de sal. Foram
colocadas cuidadosamente em duas panelas grandes, sobre rodelas de
cebolas e pedacinhos de alho. Ali esperavam os legumes que iriam ornamentá-las.
No final, tudo regado com um bom azeite e estava preparado o prato principal.
Depois
foi a vez de preparar as frutas. Mesa mais ou menos organizada, saí para a
Igreja, fiquei mais atrás na nave lateral, porque havia feito uns implantes
dentários e não podia ficar conversando. Quietinha no meu canto, ouvi quando a
Gabi gritou: "Vovó!!! Vovó!!! Achei a Vovó!" (Ai, meu
Jesuscristim, já me acharam aqui!...) Mas sua mãe procurou distraí-la e voltar
para onde estavam pois ela queria que eu a carregasse.
Terminada
a celebração, vim rápido para organizar a mesa. Foi muito gratificante, receber
todos aqui em casa para o café da manhã e depois, o almoço. Ter a família
reunida em torno da mesa, pra mim, é o máximo! Todos se fartaram com as
delícias do café, almoço e a sobremesa deliciosa que a Fernanda preparou; e ainda sobrou
muita coisa para o dia seguinte, enriquecendo o macarrão que foi feito na
segunda-feira, à noite, não é, Wálmisson? Uma panelada de macarrão com ovos e legumes
que todos devoraram avidamente, com alegria.
Alegria!...
Alegria nas coisas simples do cotidiano! Alegria do encontro, do estarmos juntos,
do partilharmos momentos do tudo e do nada, simples assim! A vida pode mesmo
ser bem simples: basta cada um cumprir o seu dever, respeitando-se mutuamente, colaborando
uns com os outros, na medida do possível, e sempre que necessário. Obrigada,
Senhor, por tantas bênçãos!
E como se tudo isto não bastasse, era o dia de
rezar o terço da Mãe Rainha aqui em casa; e qual não foi minha alegria ao ter
você, Arthur, rezando conosco e ficando com o terceiro mistério que era o que
seu pai, na sua idade, mais gostava de rezar, nos nossos encontros em Diamantina!
É muita bênção, meu Deus! Obrigada por tudo!
(Sete
Lagoas, 04/08/16)