RELEMBRANDO...
Preciso falar sobre isto! Porque me veio, com muita nitidez,
neste final de semana. Fiz em poucos segundos, uma retrospectiva perfeita de
como e quando tudo aconteceu.
Lembrei-me de que meu pai assinava a “Folha de Ubá” - um
jornalzinho municipal e, quando chegava, eu o devorava rapidamente. E, certa
vez, vejo a notícia da morte do filho de um dos donos do jornal: um acidente
violento e fatal; comoção geral!
Senti o drama, me assentei e escrevi um soneto.
Parabenizaram-me, agradeceram e se puseram à disposição para publicarem outros
poemas. Foi como “jogar o sapo n’água!” Passei a mandá-los e ficava
aguardando, com ansiedade, o próximo número.
Quem me fez acreditar em meus escritos, foi a professora de
Português, Dona Maria Emilce, no primeiro ano de Ginásio, quando pediu para
fazermos um texto intitulado: “Meu Ideal”. Escrevi rapidamente, dizendo que
gostaria de ser Professora; ela, que era muito exigente com a escrita, saiu de
sala em sala, lendo o meu texto, frisando a correção e demais características
positivas e dizendo a todos: nota máxima!
E eu, pobre, humilde, quieta no meu canto, estudando com
bolsa de estudos, comecei a ser procurada para aulas particulares. Quanto mais
comentavam meus aproveitamentos nos estudos, mais eu me esforçava para ser
melhor a cada dia.
Cheguei ao Curso Normal, Irmã Doralice pediu-nos que
escrevêssemos sobre os meninos de rua, utilizando qualquer gênero literário.
Fiz um poema, intitulado: “Peregrinação”. Ela gostou muito e incentivou-me a
continuar com meus poemas. Foi o que fiz!
E já aqui, em Sete Lagoas, digitei, utilizei fotos coloridas,
imprimi os 151 poemas que eu havia guardado, num trabalho totalmente artesanal,
capa dura, para cada um dos quatro filhos, entregando-os no Dia do Batizado
do Lucas.
Levei-os quando fui participar das reuniões do Clube de
Letras e fui incentivada a transformar aquele trabalho, em “Livros de Verdade”.
E foi o que aconteceu: intitulado “Retalhos d’Alma” foi o primeiro dos dez
livros da atual Coleção.
E por que me lembrei de tudo isto, neste final de semana que
passou? Porque entreguei o “Décimo Livro de minha autoria” no Dia da
Primeira Comunhão do Rafael, o sétimo neto.
“Toda caminhada, começa com o primeiro passo!”
(Celina - 18/09/25)