378 - Os Amigos do Menino!
Eram chamados de irmãos; porque viviam sempre juntos, na mesma comunidade; mas, na verdade, eram primos, já que Jesus era o Filho unigênito de Deus. E João, um de seus primos, o mais fiel apóstolo, recebeu como Mãe adotiva, a Sua Mãe, quando Ele expirava na Cruz: "Filho, eis aí tua Mãe! Mãe, eis aí teu Filho". E eles foram morar juntos, numa casinha, nas terras de Lázaro, irmão de Marta e Maria Madalena.
Foram estes, portanto os primeiros amigos do Menino. Depois, foram surgindo outros nas redondezas, enquanto ainda criança. E mais tarde, quando já adulto, escolheu os doze, como apóstolos, e muitos outros discípulos que se fizeram seus amigos até a Sua morte - e depois dela - quando sofreram todo tipo de perseguição por continuarem a pregar Sua doutrina, acreditando em tudo o que Ele ensinava.
Mas, na verdade, os primeiros que se consideravam amigos daquele Menino, foram os pastores que o contemplaram na manjedoura de Belém, que o presentearam com o leite fresquinho de suas ovelhas e a lã para cobrir seu corpinho inocente! Encantaram os pais do Menino, com sua simplicidade e abertura de coração, e com seu desprendimento, suprindo a Sagrada Família em suas primeiras necessidades. A alguns desses, o Menino se encontrou mais tarde, durante sua caminhada terrena e pôde ouvir de sua boca, todas as maravilhas daquele acontecimento.
Porém, ser amigo daquele Menino não era fácil! Eram tantos e poderosos os seus perseguidores, porque O temiam, porque invejavam a autoridade com que falava e Seu poder de convencimento, porque eles se sentiam ameaçados, em sua vida de ricos corruptos e exploradores dos povos. E assim, todos os que O seguiam também eram maltratados por aqueles que se declaravam seus inimigos.
Assim descreve Paulo, em sua segunda carta aos Coríntios: "Muitas vezes, vi-me em perigo de morte. Cinco vezes recebi dos judeus, quarenta açoites, menos um. Três vezes fui batido com varas. Uma vez, fui apedrejado. Três vezes, naufraguei. Passei uma noite e um dia em alto-mar. Fiz inúmeras viagens com inúmeros perigos: perigos de rios, perigos de ladrões, perigos da parte de maus compatriotas, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos em lugares desertos, perigos no mar, perigos por parte de falsos irmãos. Trabalhos e fadigas, inúmeras vigílias, fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez!"
Assim desabafa Paulo, que antes era Saulo, ferrenho perseguidor dos cristãos, mostrando o que sofriam aqueles que creram no Menino, como ele mesmo, após o episódio singular, na estrada de Damasco. Aquele Menino, que nascera na Gruta de Belém, e era conhecido como o Rabi de Nazaré. Para mostrar a força de sua fé, sujeitavam-se os amigos, às mais cruéis torturas. Como sofreram os amigos de Jesus, aqueles que não aceitaram renegar a Sua Santa Doutrina!
(Celina - 28/06/19)