sábado, 26 de dezembro de 2015

198 - LINGUAGEM MATEMÁTICA

198 - LINGUAGEM MATEMÁTICA

Um, dois, três... é assim que começa! Lindíssimo aprendizado é a linguagem matemática! Gosto de observar o relacionamento das crianças com a contagem: é impressionante! Contam os dedinhos, os degraus da escada, os carrinhos, os carros grandes pelas ruas, os peixinhos nadando ali no aquário -  e até no laguinho!

O  Lukinha desce todos os dias comigo, contando os carros de auto escola. Outro dia ao virar a esquina, contava, contava... Perguntei: O que você está contando, Lucas?... Continuou contando - e respondeu exatamente quantas vezes estava escrito SESC nos muros da esquina!

É assim! Contamos os nove meses, dia após dia - e contamos depois os anos de vida - as décadas - e há pessoas, como meu sogro, que vão além de um século!

A contagem nos leva aos problemas concretos; estes, aos abstratos e hipotéticos - até que a gente descubra que viver é solucionar problemas, dos mais diversos matizes, problemas que são escolhas, problemas que são vida.

E imprimindo este pequeno texto numa folha especial, vejamos se você é capaz de contar as joaninhas que circulam apressadas entre as folhas verdes, perdidas no papel! É um desafio! Uma dica: por que não usar o mesmo método primitivo do pastor e suas pedrinhas, contando ovelhas?!...

196 - COMPROMISSO

196 - COMPROMISSO
(Carta aberta aos irmãos)

Sei que vocês queriam que eu fosse, gente; eu também o queria muito; mas não deu, fazer o quê, não é?... Quando me levantei hoje, bem cedinho, fiquei pensando em vocês aí: quem poderia estar acordado àquela hora?... Se eu estivesse aí, já ia sair correndo pelos campos, observando fauna e flora e, certamente, iria à mangueira a ver se encontrava alguma fruta madura pelo chão. Seria ótimo! Um programão!

Como me levantei hoje no mesmo lugar de sempre, fui à missa, pedi ao sacerdote que benzesse uma imagem linda que a Gabi ganhou, rezamos o Glória alegremente, porque estamos na oitava de Natal; rezamos o Creio e o Santo. Após a comunhão, um pouco de adoração ao Santíssimo; rezamos o terço - o mesmo grupo de sempre - e fui comprar o milho que o Waldívio pediu ontem. Passei lá na casa da Ina, para colocar comida pra Luna e os peixinhos. Já lavei um pouco de roupa e... daqui a pouco, vou mexer com o almoço. Tudo isto e muito mais, pensando em cada um de vocês. É como se eu estivesse aí com todos...

O Walcely queria ir e me chamou com insistência; mas como eu deixo o pai dele aqui sozinho?... Ele não quis ir, o que eu posso fazer?... Imaginem ontem, o dia do Natal do Senhor, ele ficar aqui o dia todo, sentado ou deitado, sem ter com quem falar, sem ter com quem contar... Não, me perdoem, não tive coragem! Pensei muito no Sacramento do Matrimônio: "na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, em todos os momentos da vida". Assumimos um dia, este compromisso!... Na eventualidade de doenças ou morte, tudo bem,  mas para o lazer?... Um lazer que seria excelente, junto com ele, como foi de outras vezes. Expliquei isto pra Ana Cláudia ontem; creio que ela, recém-casada, entendeu direitinho!

Além do mais, a Letícia vem para a nossa casa hoje porque o Rafael chega amanhã, bem cedinho, se Deus quiser!  E certamente, devo levá-la para vê-lo, assim que for liberado. 

Faço votos de que se divirtam muito, muito mesmo! Que seja, este encontro de hoje, ainda melhor que os anteriores. Aguado fotos e relatos. Deus os abençoe a todos!
                        Celina - com saudades!
(Sete Lagoas, 26 de dezembro de 2015)

197 - COMO É BOM SABER LER!

197 - COMO É BOM SABER LER!

Oi, Rafael, você chega amanhã, não é maravilhoso? Seja muito bem-vindo, Deus abençoe sua chegada! Há muito estamos ansiosos para vê-lo; e isto se dará agora; é obra divina realmente, a criação de todas as criaturas. Só mesmo um Deus-Criador de extrema sabedoria para proporcionar ao ser vivo, a capacidade de se reproduzir.

O mundo é surpreendente, cheio de maravilhas, Rafael. Você vai ver! Muitas coisas boas e simples você vai vivenciar; entre elas está o saber ler; saber enxergar letras, numerais e símbolos diversos, que foram registrados por alguém para que sejam lidos, compreendidos, compartilhados, ensinados a outros que ainda não os dominam. Isto é  fantástico, muito mais do que se pode imaginar!

Certa vez, surpreendi uma pessoa idosa, à frente de um pequeno cartaz pregado na porta da igreja matriz de minha terra; ela ia ajuntando as letras, formando sílabas com grande dificuldade, até conseguir -  palavra por palavra -  detectar as poucas frases que ali haviam sido registradas. Estava tão absorta em sua atividade que nem me viu chegar. Fiquei um pouco distante, observando e acompanhando a soletração. Ela falava alto, exageradamente alto, como se estivesse numa sala de aula, com muitos colegas, lendo aquela mensagem com toda a turma. Você um dia vai entender o que estou dizendo. Pensei: Deve estar frequentando o MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização - um programa do Governo Federal que, na época, tentava erradicar o analfabetismo no país. Ela, a velhinha, ainda não dominava o processo, mas estava tão empolgada que certamente o faria em pouco tempo.

Mas fiquei com pena dela. Porque crianças tão pequenas já estão lendo. Vejo o Arthur com seis anos: como lê direitinho, com pontuação, segurança e compreensão.

Aquela senhora de muitos anos, apresentava um estágio de letramento como o nosso Lukinha, de cinco! Mas o entusiasmo dela era bem maior, porque fora-lhe dada uma oportunidade, à qual ela se agarrara com toda força. Certamente, tal privilégio não lhe fora oferecido enquanto criança. Mas compreendia que nunca é tarde para aprender, para conhecer, para amar! E ela estava disposta a sacrificar suas sonolentas noites, numa sala de aula. 

Relato esse pequeno incidente, ocorrido há algumas décadas, para lhe mostrar uma das maravilhas da vida neste mundo que o recebe agora. Você tem muito o que aprender, cada coisa a seu tempo. E você vai sentir que viver é bom demais e que a gente pode ser feliz se conseguir se maravilhar com pequenas coisas. Venha! Deus o abençoe!