270 - DE NATAL EM
NATAL!!!
Esta expressão - DE NATAL EM NATAL - foi utilizada hoje, pelo sacerdote, no Santuário da Adoração. Achei legal e fiz uma breve
retrospectiva: de Natal em Natal, aqui estamos nós! Principalmente a família
católica, que vive realmente o Santo Natal de Jesus, pensar nos natais que já
viveu é bom demais.
Quando eu era pequena, bem criança mesmo - mais
precisamente, até os oito anos, aproximadamente - vivíamos um Natal lá na roça,
numa simplicidade meio mística, ouvindo falar muito no Menino Jesus que ia
nascer numa manjedoura, no dia vinte e cinco e lá pelos meados de dezembro, as
mães e avós começavam a fazer os doces. Era muito doce! Preparados e
armazenados em grandes latas, tipo essas de dezoito litros de tinta, imagine!
Era doce de leite, de figo, de manga, cidra, mamão, arroz-doce... E as famílias
se visitavam e comiam dos doces que parentes e vizinhos fizeram. Era uma grande
festa - simples assim!
Familiares e amigos rezavam o terço, entoavam ladainhas,
juntos repetiam cânticos católicos - sempre os mesmos! - que eram passados de
geração em geração. No máximo, se ouvia pelo antigo rádio - enorme! - uma
música ou outra, que ninguém conseguia decorar.
Depois, por um incidente que marcou muito, familiares,
vizinhos e amigos, meus pais precisaram se transferir para a cidade - e lá se
foram as comemorações alegres a que estávamos acostumados. Aos poucos,
começamos a conhecer um vizinho ou outro, mas os hábitos eram muito diferentes
e aí, já não tínhamos mais como compartilhar aquela devoção tão antiga, alegres
hábitos que marcavam, para todos, esta
época do ano.
Na cidade foi que ouvimos falar do tal papai noel, mas ele não
mostrava as caras lá em casa, pobres que éramos, um pai lavrador à procura de
um terreninho pra cultivar a fim de alimentar seus muitos filhos; e, embora
cantássemos na escola, com professora e coleguinhas – “Como é que papai noel, não se esquece de ninguém, seja rico ou seja
pobre o velhinho sempre vem” – embora cantássemos, até com bastante
convicção, lá em casa, ele não aparecia! Acho que a casa era muito feia – ou distante
demais – de difícil acesso – ou coisa parecida...
Não fez falta
alguma! Fomos crescendo, estudando, e todos começamos a trabalhar com
responsabilidade; hoje todos nós, temos família, casa, trabalho... vencemos!
Nada dessas futilidades, tão proclamadas, nada faz falta para um crescimento do
corpo e do espírito!
Faz falta, sim, o
alimento de cada dia, que não deve ser exagerado, mas num hábito saudável de alimentar-se
sempre com moderação; alimento para o corpo e para a alma, o famoso “Pão nosso de cada dia” o suficiente para um crescimento sadio!
Assim, DE NATAL
EM NATAL, aqui estou eu, no meu sexagésimo sétimo natal, caminhando com aqueles
que vão me acompanhando, ou que vou conhecendo ao longo do caminho. Porque
assim é a vida – e VIVER É BOM DEMAIS!!!
UM FELIZ E SANTO
NATAL A TODOS!!!
(Sete Lagoas,
24/12/16 – um lindo sábado de sol!)
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