quarta-feira, 16 de novembro de 2016

266 - ENQUANTO DESCANSA, CARREGA PEDRAS!

Já que na crônica anterior falávamos da necessidade de ocuparmos nosso tempo, trabalhando, aqui vai mais  uma crônica publicada no jornal VOZ DE DIAMANTINA, há mais de vinte anos:
                                                                  
266 - ENQUANTO DESCANSA, CARREGA PEDRAS!

Você está de férias - férias escolares, férias de trabalho. Tempo bom; você descansa; esquece o relógio; deixa o tempo passar, indolente, sem os compromissos rotineiros de sempre.

Mas, é bom lembrar: Você não está de férias da vida! Férias, sim, de suas atividades habituais. Todavia, há um milhão de outras atividades sadias a que podemos nos dedicar.

Curtir as férias, não é certamente ficar de braços cruzados o tempo todo, totalmente inerte, em dias ociosos e improdutivos. Não! Não deve proceder assim.

Dirá talvez que quer descansar, que deseja repousar um pouco. Mas eu lhe respondo que descansar de determinada atividade é fazer outra que exija um esforço diferente daquele que lhe é habitual. Se você está acostumado a trabalhar com a mente, escolha nas férias, uma atividade que lhe permita trabalhar com o físico e vice-versa. É uma questão de equilíbrio. E como você não está acostumado a esse tipo de atividade, logo se cansará e terá prazer em retornar a seu campo de ação.

Mas se você se entrega à ociosidade, à inércia total ou quase, como muitos pensam fazer, terá certamente dificuldade em se readaptar à sua atividade, quando tiver que dizer adeus às férias.

Um velho provérbio diz: “enquanto descansa, carrega pedras” – sabedoria antiga, mas sempre renovada por uma reflexão consciente das nossas capacidades.

Que seus dias de férias sejam preenchidos de maneira útil e agradável e que você possa retornar à escola ou ao trabalho, dizendo: não perdi meu tempo!

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(Minhas férias eram ótimas: aproveitava o tempo para pintar as grades das janelas, envernizar as treliças do telhado, refazer canteiros e outras coisas mais que não me era possível fazer na rotina diária. Mais pesado ainda era o trabalho, quando estudante e morava com meus pais: nas férias de julho, minhas irmãs e eu tínhamos que abastecer de lenha, um cômodo reservado para esse fim, já que só possuíamos fogão a lenha. Era  excessivamente cansativo, mas gostávamos de fazer. Você, certamente, não sabe o que é isto! Era preciso buscar lenha longe, antes do tempo das chuvas. Nas férias de dezembro e janeiro, tínhamos muito trabalho na roça; enxada nas mãos, lá íamos nós, ajudar nosso pai que era – sem sombra de dúvida – o MELHOR PAI DO MUNDO!)   

(Sete Lagoas, 15/11/16)

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