domingo, 24 de maio de 2015

133 - É O FIM!

133 - É O FIM!

Fui à Biblioteca Municipal para entregar  Pollyanna, querendo muito trazer uma obra de  Rubem Alves.  Chamou-me a atenção um livro seu intitulado: " Perguntaram-me se acredito em Deus". Qual não foi minha surpresa, ao verificar que o autor, utilizando um personagem a que denominou Mestre Benjamin, seleciona poemas e passagens das Escrituras Sagradas, para deixar seu pensamento a respeito do assunto.

Mestre Benjamin, em sua tenda, recebe um público curioso que, com simplicidade, vai colocando suas dúvidas para as explicações do lendário mestre. Num linguajar poético que lhe é peculiar, o grande Rubem Alves faz desfilar ante nossos olhos, personagens bíblicos do Antigo e do Novo Testamento. E ali, crianças, jovens e adultos, que residem em imaginárias tendas, ao lado do Mestre Benjamin, vão tendo suas dúvidas esclarecidas pelas sábias palavras do Mestre.

E, de repente, vem a nossa curiosidade: "Como vai terminar tudo isto? Quem fala da criação do mundo, do dilúvio, das parábolas de Jesus, como será que consegue terminar seu pensar a respeito do que propõe?" 

Como são poucas crônicas e de fácil leitura, rapidamente a gente tem a resposta. 

E assim ele termina a obra:  após apresentar com entusiasmo o belíssimo poema de primeira Coríntios, treze, cantado por tanta gente, Mestre Benjamin, feliz e cansado com sua longa vida, sorriu, tomou a taça de vinho vermelho e disse: "Bebamos juntos! Como a vida é boa! Eu gostaria de viver mil anos"... Ditas essas palavras, ele fechou os olhos, começou a cantarolar baixinho uma cantiga que sua mãe lhe cantava para dormir. Sua mão se abriu, a taça de cristal caiu e se quebrou numa infinidade de cacos... Enterraram Mestre Benjamin no alto de uma colina... 

Última frase do livro - o epitáfio de sua sepultura: "Ele teve um caso de amor com a vida".

É o fim! Lá se foi o Senhor das Estórias! Nas brumas e espumas, citadas por ele, na última crônica... Por favor, feche o livro!


quarta-feira, 20 de maio de 2015

132 - SINAIS

132 - SINAIS

Gosto muito de observar os sinais. Nas pequenas coisas, a todo momento, vejo sinais que me apontam a bondade de Deus em nossa vida, a nossa completa pertença a Ele. São sinais ínfimos, em tudo que acontece, não dá para explicar, ou para expor, ou melhor, para fazer crer. Mas, para mim, são visíveis, tão claros quanto o raiar do dia!

Assim é que, observando ao derredor, aqui mesmo nesta sala, faço a seguinte análise: tenho na parede alguns quadros. Pouca coisa, simplicidade total. Mas o que observo é que, sem qualquer tipo de pretensão, sem planejamento prévio, temos aqui: "Um quadro bem pequeno, humilde, em preto-e-branco, moldura  preta, do meu esposo e eu, quando namorados; um quadro grande, colorido, já bem mais sofisticado, dos quatro filhos, um presente feito por ocasião do Dia dos Pais, quando morávamos em Três Marias, este, numa moldura de bronze; o terceiro, com uma estampa de João Paulo II, antes de ser canonizado, em linda moldura prata; e, por fim, um quadro do Sagrado Coração de Jesus e Imaculado  Coração de Maria, este, um pouco mais sofisticado, com moldura dourada, que lembra um metal mais precioso; não é ouro, mas se parece com ele."

Então me ponho a cismar: éramos apenas dois - dizíamos - com uma vida inteira pela frente. Porém, jamais poderíamos imaginar tudo o que adviria de uma união matrimonial! Coisas de Deus! E aí, o que nos acontece? Quatro filhos maravilhosos com que fomos presenteados: todos inteligentes, estudiosos, trabalhadores, pessoas boas, honestas, pessoas normais, que sabem cumprir com seu dever de cidadãos brasileiros! Pessoas que constituíram família e batalham  com afinco para levar adiante o seu ideal. Aqui neste retrato, com um sorriso lindo, parecendo mesmo significar a surpresa alegre do papai, ao receber este presente pelo seu dia. Era uma etapa bonita da vida, tinham de quatro a onze anos, quando, a única responsabilidade de cada um, eram os deveres escolares.


E aí, contemplo o terceiro quadro: um Santo Homem, que lutou ferrenhamente até o fim, com seu sorriso largo, suas muitas viagens, suas palavras afetuosas, seu carinho para com todos aqueles que lhes foram confiados. Hoje, Santo Papa João Paulo II; um santo, cujo retrato, meu pai Geraldo, já trazia no bolso e dirigia a ele suas preces, quando ainda vivo, pela enorme simpatia que emanava de seu sorriso, de sua face iluminada. Meu pai, já doente e alquebrado, trazia sempre no bolso da camisa, duas estampas: a de Nossa Senhora Aparecida e a do referido Papa; parecia já prever a sua canonização, o que ocorreu muito mais tarde.


E aí contemplo o quarto quadro: Ele é o próprio Deus que veio ao mundo para nos evangelizar, valorizando cada ser humano, cada um de seus irmãos, enquanto Deus-Filho, Jesus Cristo; e Ela, a grande Mulher, a escolhida, a mais perfeita de todas as mulheres,  a Mãe do Filho de Deus! Não merecem eles, uma moldura de ouro, cravejada de diamantes e das mais puras e brilhantes pedras preciosas?!...


Foi pensado isto, ao emoldurar os quadros?! Não, claro que não, de jeito nenhum! Cada uma,  a seu tempo, mesmo porque não pautamos nossa vida, nossas ações, num plano cartesiano, não existe esta racionalidade, não somos assim tão metódicos. As coisas vão acontecendo e uma análise posterior é que nos leva a gratificantes conclusões. 


Chamo a isto, sinais de Deus em nossa vida. Por estas e por outras, é que vejo e sinto a Mão de Deus a nos guiar. Sou feliz assim: muito feliz! Porque sei que Deus caminha conosco! 

131 - COMIDA JAPONESA

131 - COMIDA JAPONESA

Talvez não volte mais a falar deste assunto. Mas é preciso que eu analise com você esta expressão, dita muitas vezes ultimamente nas mensagens de whatsapp,  nos grupos familiares.

Pensei nisto, quando meu neto ontem à noite, fala com muita seriedade, olhando para a fruteira onde havia apenas uma laranja: "Vovó, não chupa esta laranja!" - Por que, Lukinha? - "É pra minha comida japonesa amanhã." - Uai, você não comeu a última banana? - "Mas não tem importância: põe esta laranja, uma maçã - e tomate ou goiaba."

Como já relatei na crônica 126, comida japonesa na nossa brincadeira, são frutas picadas que ele come com gosto pela manhã - frutas bem brasileiras! Geralmente não falta o fruto do tomateiro,  da bananeira, da laranjeira, da mangueira... Ultimamente andou fazendo uma farra com limões-doces que eu trouxe lá da minha cidade, realmente uma delícia! Devora essas frutas com alegria e, no almoço, além do arroz com feijão, consome muitos legumes e verduras, bem brasileiros!

Arroz e feijão: alimentos cultivados largamente, em nosso país. Tive a oportunidade, enquanto criança, de lançar ao solo, ajudando meus pais,  preciosas sementes dessas maravilhas, além do milho e  verduras e legumes  diversos.  Que alegria ver germinar, crescer, florescer e frutificar! E grande entusiasmo na hora da colheita! 

Não precisamos ir longe. Não precisamos de comidas cultivadas no Japão, na China, seja onde for! Precisamos cuidar do nosso Brasil. Cuidar do nosso solo, respeitar nossa terra, na sua fecundidade e diversidade de nutrientes, amar este chão que é nosso, e viver de forma simples, com os produtos da terra.

Por que tanta perturbação, tanta corrupção, tanto roubo, tanto dinheiro nosso, desviado para o exterior?... Por quê?... Por que tudo isto, se somos simples mortais, e daqui a pouco tempo, tão misterioso que a nossa vista não consegue alcançar, daqui a alguns poucos dias - ou anos - já não estaremos aqui?...

Comida japonesa! É o apelido carinhoso de um prato bonito, pleno de elementos bons para a saúde, coisas nossas, bem deste chão, presentes de Deus! Alimentos cultivados por gente simples, povo bom de nossa terra. Pai do Céu, abençoa o nosso Brasil e o povo brasileiro!


domingo, 17 de maio de 2015

130 - BRINCANDO COM AS PALAVRAS

130 - BRINCANDO COM AS PALAVRAS

Adoro registrar, em rápidas pinceladas, aquilo que vejo, que ouço, que  encontro pelos caminhos da vida.  Adoro me deter um pouco em cada degrau da existência, a ver se visualizo algo interessante, digno de ser pintado nas páginas de minha história, coisas pequenas, umas bobagens à-toa, mas que, no momento, se me apresentam com um brilho especial, provocando uma emoção diferente, uma vontade de mostrar para pessoas que ainda não descobriram essa beleza sutil, na simplicidade do cotidiano.

Eu sei: algumas crônicas minhas são boas, trazem algo novo, despertam emoções diferentes, levam às vezes até às lágrimas, o leitor. Sei disto porque choro todas as vezes que as visito. Outras, nem tanto! Mas  a vida não é assim mesmo? Não é feita de comparações? Não é feita de compensações? Não é bordada de características bem diversificadas? 

Além disto, os gostos são diferentes. Que seria do amarelo se todos gostassem do vermelho, não é mesmo? Muitas vezes, aquilo que não agrada a algumas pessoas, enche as vistas de muitas outras! É assim mesmo!

Tenho lido todas as crônicas que aparecem nas embalagens do pão. Algumas se repetem várias vezes e a gente fica até sem entender o porquê. Outras, que a gente considera belíssimas, vêm de vez em quando ou apenas uma vez. De toda forma, como não poderia deixar de ser, trazem sempre boas mensagens e a gente não perde tempo ao lê-las.  Continuemos.

Lembra que eu comecei este trabalho a partir de uma crônica de que gostei muito, numa embalagem da padaria? Foi a minha crônica número um. Intitulei-a: Conteúdos e embalagens (30/10/12). Vale a pena rever.

E com esta crônica de número cento e trinta, fecho o volume dois do presente blog, com a certeza de que deixei aqui apenas mensagens positivas. Outra grande certeza trago ainda comigo: a de que não vou parar de escrever. Porque gosto! E a vida é maravilhosa, tem muita coisa boa pra se dizer dela.

Voltando um olhar às postagens antigas, tenho o prazer de dizer que até o presente momento a crônica de número 57  - Quarentena - (09/11/13) - foi visitada  136 vezes;  e a de número   60 - Maria passa à Frente - (20/11/13) - ainda bem mais: 289 vezes! Isto significa que não estou perdendo meu tempo; que há pessoas boas e caridosas que leem o que escrevo. Graças a Deus! Agradeço de coração pelas visitas e ainda mais a quem faz algum comentário. É muito bom ler as críticas, que até o momento, felizmente, são positivas. Que venham as negativas também, que porventura surgirem: são todas construtivas. Querendo visitar todas as postagens, acesse: botoesderrosass.blogspot.com - é isso! Muito obrigada!!!

129 - DESEJOS

129 - DESEJOS

Adoro ler Rubem Alves! Sempre me lembro de suas brilhantes ideias, frases fortes que ele vai criando, comparações incríveis, imaginação fértil demais. Ele diz que tudo passa pelo desejo. Sim, mas como se faz para desejar adquirir o desejo de algo? E mais ainda, como fazer com que as pessoas tenham desejos grandes, desejos bons, positivos, cheios de otimismo?...

"Se a criança desejar estudar com afinco, ela vai longe, aprende sem dificuldades". A questão é: como fazer com que todas as  crianças tenham desejos de estudar?...

Fui professora regente por mais de vinte e cinco anos e estimulava muito os alunos, incentivava-os a progredirem nos estudos, tentava criar mecanismos que os fizessem gostar do produto do seu esforço, utilizava estratégias diferentes para situações diversas. Creio que me saí bem, na maioria das vezes. (Há pouco tempo, no velório do meu irmão, encontrei-me com uma dentista, que me afirmou ter eu conseguido fazer com que ela tomasse gosto pelos estudos, com minhas aulas bem criativas e ainda, levando-a para a minha casa durante um certo tempo em que ela apresentava dificuldades. Interessante como ela conseguiu descrever perfeitamente a situação, quase quarenta anos depois!) Tenho tido bons retornos com alunos que encontro pelo caminho. Neste particular então, digo para  o nosso escritor, que é mais fácil. 

Mas como é difícil despertar na pessoa o desejo de parar de fumar, por exemplo, ou de beber exageradamente, ou outros vícios ainda, que a gente detecta, gostaria muito de ajudar e vê, com grande tristeza, que não consegue! Como é difícil! 

Difícil porque tudo que a gente disser, eles já sabem, mas certamente falta-lhes força de vontade para deixar o vício. Que pena! Tenho visto tantas mulheres fumando pelas ruas, tantas pessoas cambaleando por aí, pessoas boas que têm tudo para vencer na vida... E o que dizer de outras drogas,  piores ainda?... São problemas que nos fazem desanimar de tentar  conseguir uma solução. 

Gostaria de perguntar ao famoso  Rubem Alves, uma forma de despertar nessas pessoas,  o desejo de uma vida mais saudável...

sábado, 16 de maio de 2015

128 - DUAS FALAS IMPORTANTES

128 - DUAS FALAS IMPORTANTES:

"Fazei tudo o que Ele vos disser" 
"Fazei isto em memória de Mim".

Frases importantíssimas! A primeira, afirmada, com confiança pela Mãe de Jesus, quando Ele dizia que ainda não tinha chegado a Sua hora. E foi o início do seu ministério: seu primeiro milagre, nas bodas de Caná. E as pessoas viram, provaram, aprovaram e creram nele.

A segunda, dita pelo próprio Jesus, na última ceia, despedindo-se de seus amigos, nos  momentos finais com os apóstolos - antes da morte na cruz - ocasião  em que instituiu a eucaristia, criando assim o sacerdócio.

Por que estou unindo as duas falas?!... Porque o que contemplo todos os dias, durante a consagração do pão e do vinho, é a concretização do pedido de Nossa Senhora. Os sacerdotes fazem o que Ele disse, em memória dele. 

Um ato sublime de obediência ao Filho de Deus e, concomitantemente, à nossa Mãezinha do Céu! Assim, nós, católicos, estamos coerentes com o grande  desejo de Jesus, numa  reunião decisiva com seus apóstolos, amigos que o acompanharam nas suas andanças aqui na terra. Obediência e gratidão; em agradecimento a tudo que Jesus sofreu por nós, para a nossa salvação.

Tomai e comei, isto é o meu corpo... Quem disse isto? Jesus! (E o que sua Mãe nos disse? Fazei tudo o que  Ele vos disser!)... Tomai todos e bebei, isto é o meu sangue... 

Fazer isto, em memória de Jesus, nos dá uma alegria indefinível! E é o que estamos fazendo! Obrigada, Senhor, pela compreensão dos planos de Deus para a  salvação dos homens!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

127 - POLLYANNA


127 - POLLYANNA

Não, não é nossa neta, a Pollyanna: é uma criação feliz de Eleanor Hampshire Porter - a menina e a moça. Uma obra prima de que sempre gostei e indiquei. Uma literatura suave, leve, sem sofisticação, vidas sofridas, não muito diferentes de tantas outras que conhecemos...

O que há de interessante em Pollyanna? O "jogo do contente"! Uma criança pobre, órfã de mãe, que recebe no Natal, ao invés da boneca esperada, umas muletinhas!  Como foi isso?... Vieram na "barrica do missionário". Imagine o desapontamento de uma criança pobre, que não tinha brinquedos e pede, por ocasião do Natal, uma boneca e ao abrir a caixa, só encontra lá um par de muletas...

Pois, foi o que aconteceu. E seu pai, um missionário, para consolá-la, inventa um jogo, dizendo à filhinha chorosa que ela devia ficar contente por não precisar usá-las. É como se lhe dissesse, carinhosamente: "Filhinha, você tem pernas perfeitas... pode caminhar direitinho... que bom!... fique feliz... porque não precisa usar estas muletas! E toda vez que ficar triste por algum fato, procure sempre ver o que há de bom naquilo. Com certeza, existe sempre um lado bom, em tudo o que acontece."

Fácil é dizer, mas, colocar em prática?... A própria Pollyanna que aprendera a  jogar tão bem o jogo do pai e o ensinara a tanta gente, houve época em que foi difícil, muito difícil, jogá-lo com prazer.

Ouvir do médico que talvez nunca mais voltasse a andar, depois do acidente;  ou vivenciar mais tarde, as peripécias do jogo do amor, que qualquer ser humano sempre experimenta... Aqueles momentos que a gente tem vontade de morrer...

Ainda assim, a escritora consegue colocar em sua boca, embora com dificuldade, um pouco de alento e, com o passar dos tempos, todos podem se certificar de que foi bom, encontrando realmente a razão do sofrimento. E a história termina com algumas surpresas e um final feliz, do jeito que eu gosto!  Vale a pena conferir!



quarta-feira, 13 de maio de 2015

126 - NOSSOS NETOS: GABRIELA

126 - NOSSOS NETOS: GABRIELA

Ai, Gabi, como coordenar as ideias se você não pára de cantar, de falar "Papaiii! Mamãeêê! Atuuu! Didu! Iaiááá! Ioiôôô!... Vovó! Vovô! Cocóóó! Cocôôô!!!...

E lá vem o Lukinha: Cadê minha comida japonesa??? (Comida japonesa do Lucas são frutas bem brasileiras: bananas, abacaxis, mangas, maçãs, peras, laranjas, goiabas... às vezes Kiwi, caqui... mas estas ele não gosta muito). Vou parar um pouquinho e preparar a famosa "comida Japonesa" pro nosso Lukinha!

Pronto! Se não fosse a insistência do Lukinha, talvez tivesse queimado a mandioca, puxa vida! Mas também, quem manda eu querer  escrever agora, com os dois aqui em casa, tomando conta deles e fazendo o almoço?... Poderia até deletar isto aqui e escrever depois, quando tudo estiver mais calmo, ou quando não houver crianças por perto; mas, não; não me importo. Sempre fiz várias coisas ao mesmo tempo e não vai ser diferente agora. É que quero terminar o segundo volume de BOTÕES DE ROSAS". O primeiro ficou bem bonzinho e o terceiro, se Deus quiser, com um tempo maior pra escrever - deve ser o último - aí vai sair bem melhor que os primeiros, espero!

Por enquanto, o que dizer da Gabi que tem pouco mais de um ano, a não ser que está linda, faz gracinhas o tempo todo, está começando a dizer algumas palavras; o vovô diz que mostra pra ela o poster do Arthur e ela: "Atuuu!". Senta no chão, chuta qualquer coisa e grita forte: "Gooooool!"

Ai! A mamãe está babando à-toa e o papai, acho que mais ainda! Podem ficar mesmo orgulhosos dos dois filhos: são maravilhosos! Tomara que venham outros,  tão lindos quanto! 


terça-feira, 12 de maio de 2015

124 - NOSSOS NETOS: O LUCAS

124 - NOSSOS NETOS: O LUCAS

Lukinha, Lukinha, o que dizer de você, hein? Você que está todos os dias aqui conosco, você que, quando viaja com o papai e a mamãe, diz que "está morrendo de saudades da vovó e do vovô!"...

Você e seus carrinhos,  sua fileira... A mamãe quer até comprar uma mesa grande pra sua casa, de tanto que você gosta de brincar nesta nossa mesa aqui, fazendo castelos, garagens, torres, desenhando, colorindo, recortando, colando... 

Ah, mamãe, não há como negar: ele gosta demais de estar aqui conosco! Mas também, por que negar se ele é um xodó só, com o Pito, a Mamã e a irmãzinha Iéia... É um menino sensível, educado, carinhoso, feliz!...

E como é espirituoso! Não vacila em suas conclusões, não deixa ninguém sem reposta, possui um vocabulário extenso, conversa como gente grande. Parabéns, Lukinha! Você vai longe!


Se a gente for contar as coisas engraçadas que você diz -  nossa! - teremos um livro de muitas páginas, pois, tudo que  você diz é interessante!


Será que você vai se lembrar, quando adulto, da sua "comida japonesa" todas as manhãs, as coisas engraçadas que vão surgindo a todo momento, as brincadeiras com os primos aqui neste quintal, corridas no velotrol, carros e carrinhos, nos cavalos de cabo de vassoura, o futebol - as boladas nas orquídeas do vovô - os brinquedos que "caem" na casa do vizinho...


Aliás, Lucas, acho que você é o mais indicado pra lembrar aos outros, os folguedos  aqui vividos por todos vocês, em uma infância feliz, quando a vovó e o vovô não estiverem mais  com vocês, quando nós dois já tivermos partido para a eternidade...

125 - NOSSOS NETOS: O SÁVIO

125  -  NOSSOS NETOS: O SÁVIO

Sávio, Sávio, que bom que você já cresceu um pouco e, apesar de ainda gostar de chorar, agora você já sabe dizer por que está chorando! Ainda bem! Ninguém aguentava mais vê-lo chorar e não saber como consolá-lo. Nas constantes consultas, os médicos diziam: "Criança chora mesmo! É assim mesmo! Não há nada errado com ele!" Mas você chorava, chorava, chorava... Mandar um bebezinho calar a boca?! Como?!... E a gente sofria com você - ou, por você! Quem sabe você nem estava sofrendo?... Meu Deus!!!

Mas agora você cresceu! É grande e forte! Já é até um jogador de futebol!...Como consegue jogar no meio dos grandes, sem medo, dividindo jogadas, tomando a bola?... No seu primeiro jogo no Náutico, seu time era um, e o do seu irmão era outro; E o seu time ganhou de 1x0. E de quem foi o gol? O Arthur disse que foi seu! Eu não vi, de verdade! Eram tantos meninos dentro da área, brigando pela bola... No último jogo, vocês faziam parte do mesmo time. E eu vi quando o Arthur foi cobrar um escanteio e gritou: "Vai pra área, Sávio!" Mas você parece não ter ouvido, ou não entendeu direito. E aí, disse o seu irmão depois do jogo, como você não foi, ele tentou chutar direto, mas balançou a rede pelo lado de fora. Tomara que vocês formem uma dupla imbatível! E nós vamos investir em vocês, com certeza!

O vovô gosta de contar este fato: Dizem, que você não gostava de tomar banho e fazia hora com todo mundo. Então, na primeira vez que você veio pra cá depois da aula, chamei-o pra subir que estava na hora do banho e você ficou quieto a princípio e depois disse que não ia. Ah, menino, como eu não aceito criança fazer hora com as minhas ordens, falei sério com você, fiquei brava mesmo, e você foi chorando na minha frente; mas foi! No dia seguinte, no mesmo horário, você foi chegando aqui e falou bem alto e em bom som: "Quero tomar banho, vovó!!!" O vovô achou o máximo! E não deu mais esse tipo de trabalho.

É isto aí, Savinho! O que os adultos querem, é sempre o melhor pra vocês. Procure obedecer direitinho o papai, a mamãe, as professoras, vovô, vovó, pessoas responsáveis por vocês! E vá em frente! Você é forte pra caramba!Terá um futuro brilhante, se Deus quiser!


(12/05/2015)

segunda-feira, 11 de maio de 2015

123 - NOSSOS NETOS: A LETÍCIA

123 - NOSSOS NETOS: A LETÍCIA

Como você, a nossa pequena Lelê, fez o vovô lembrar a Júlia! Dizia pra todo mundo que era a cara dela! Muitos não concordavam, com certeza, dizendo que parecia muito mais com a mãe. Mas o vovô era teimoso em afirmar o contrário. Acho que é pela saudade da Júlia pequena, com quem ele tinha que ficar muitas vezes, porque eu ainda não havia aposentado no segundo cargo. Assim o contato dele com a primeira neta foi muito maior e, por isto, ele tem muitas histórias dela pra contar.

Mas você chegou, Letícia, e o seu papai, que gosta tanto de criança, ficou babando à-toa! Podia deixá-la por conta dele, que sabia tudo o que devia ser feito. Como você soube trazer felicidade pra tanta gente! Não era a primeira neta paterna, mas era a do lado materno e foi paparicada demais. E o é até hoje, não é, Lelê? Todos gostamos muito de você.

Mas você parece ter uma paixão maior por alguém: e não poderia ser outro, a não ser o Arthur. Virgem Maria! Quando ele está por perto, você se transforma; não é a mesma menina quietinha, bem comportada, quase adulta. Não! De jeito nenhum! Você começa a fazer as mesmas peraltices que ele, rola de rir das bobagens que ele diz, formam uma dupla imbatível.  Nossa! Vocês dois juntos, sai de baixo, que aí vem coisa grande, levadeza sem limites, fica tudo de pernas pro ar! 

Ah, meninos levados! Vocês vão sentir com certeza, muitas saudades deste período de folguedos e brincadeiras em casa da vovó! Deve ser por isto que, em uma das suas muitas andanças com o papai e a mamãe, você trouxe pra nós um lindo quadro com os seguintes dizeres: "Casa dos avós, paraíso dos netos!" Mas não é só agora que vocês são pequenos: podem todos contar sempre com o vovô e a vovó. Podem contar conosco pro que der e vier!

122 - NOSSOS NETOS: ARTHUR

122 - NOSSOS NETOS: ARTHUR


Quando você surgiu, Arthur, a Júlia já tinha completado nove anos. Ficou apaixonada por aquele bebezinho lindo, pequenininho, indefeso, levinho, que ela carregava com a maior tranquilidade. Já no hospital, ela teve permissão para vê-lo e ficou toda feliz.


Você preenchia os dias da Júlia, como ela aos nossos, a princípio. Agora já eram dois e ninguém poderia imaginar que dali a pouco tempo seriam três, com a Letícia que chegou logo em seguida.

Você era assim como o brinquedo de estimação da Júlia: o seu ursinho de pelúcia, o seu boneco predileto. E talvez você também a considerasse um brinquedo, ou um ser especial a quem amava muito. Tanto é que a primeira palavra que você aprendeu a falar foi o nome dela. Era uma ligação muito forte. Recentemente, a Júlia leu pra mim uma crônica que ela escreveu pra você. Peça a ela para vê-la: ficou linda! Deu até vontade de chorar ao ouvi-la.  Realmente você marcou positivamente a vida dela. 

Até então, eram apenas os dois e ela estava sempre a carregá-lo no colo: era o seu xodó! Como, de repente, ela passasse alguns dias sem aparecer, você ficou sem entender e no seu linguajar de bebê, começou a chamá-la. Entendemos que era o  nome dela que  você estava dizendo; que era a sua falta que o incomodava. Então, de repente, ela aparece aqui e você  fez a maior festa, pronunciando repetidas vezes o seu nome. E daí pra frente, não parou mais. É difícil registrar com letras, a fala de um bebê, mas ficou confirmado o que desde o início imaginamos que era o  nome dela que você falava. 

A Júlia  sempre diz que gostaria de ter um irmão, mas pode ter certeza, você preencheu a vida dela, como um carinhoso irmãozinho. Que bom!

Espero que vocês sejam sempre muito amigos, apesar da diferença de idade. Parabéns, Arthur, por tudo de bom que você faz. E deve fazer muitas coisas mesmo porque todos os primos são apaixonados por você!!! Que Deus o abençoe sempre!

121 - NOSSOS NETOS: A JÚLIA

121 - NOSSOS NETOS: A JÚLIA

Quando você nasceu, Júlia, uma colega me disse: "Uma criança em casa é sempre bom; volta a ternura, o afeto." E foi assim mesmo, Júlia. Uma casa só de adultos não tem a mesma alegria, a mesma leveza, o mesmo barulho. Pode até se tornar um silêncio sepulcral.

A criança tem graça, estilo, sorrisos, falas engraçadas, gestos infantis deslumbrantes. Vou citar aqui algumas das suas:

A primeira palavra que você pronunciou  aqui em casa e que conseguimos alcançar o sentido, foi pedindo água para o vovô; ele se lembra com carinho disto. E dizia a todo mundo que você já sabia falar, mas, na verdade, não era bem uma fala,  apenas um jeito de se comunicar quando estava com sede.

Um dia, você ainda nem falava direito, lá fora, na rua,  ele lhe mostrou a lua e disse: "Olha lá, Júlia, a lua!" E você na mesma hora: "Não, vovô, é meia!" Isto porque a fase da lua era exatamente quarto-crescente. Então não era uma lua inteira: era apenas meia-lua!

Certa vez,  você estava sozinha com ele e pediu que lesse para você uma história; e ele, com preguiça, respondeu: "Júlia, eu não sei ler!" E você: "Claro, vovô! Você não vai pra escola!"

Histórias...Você adorava isto! O primeiro livrinho quem lhe deu foi o Tio Júnior, por quem você tinha um carinho imenso. Chamava-se: A princesa e o Sapo. Nossa! Quantas vezes será que ele foi lido pra você e por você... Lembra-se?

Quantas histórias... quantos filminhos infantis... Matilda, Thainá, Sítio do Picapau Amarelo, Historinhas diversas, mil vezes repetidas, milhões de vezes dramatizadas, saboreadas, as lágrimas... os sorrisos... as gargalhadas...  Lembra da Narizinho e a Emília que caía da "buticabeira"?... Quantas vezes fizemos isto!...


Você vivia recriminando o vovô que tinha passarinhos presos. Porque não se pode prender passarinhos, têm que ficar soltos na natureza, não se pode maltratar os animais... Um dia, ao voltarmos para casa, você viu um filhotinho, quietinho no chão. Pediu, parei o carro e você o trouxe. E quando aqui chegou, pediu ao vovô uma gaiola para prendê-lo. O vovô então soltou esta: "Uai, Júlia, não era proibido prender passarinhos?" E você, na mesma hora: "Era!"


Quando você certa vez, pediu dinheiro pra sua avó materna e ela lhe falou pra pedir ao vovô Waldívio, que foi que você lhe disse? "Ah, vovó, ele não tem dinheiro. Ele nem trabalha!" Você via todos nós, saindo pra trabalhar e não podia compreender, certamente, porque ele só ficava em casa. Explicar pra você que ele já estava aposentado?!... 


Assim era você, Juju, presença de espírito, esperteza, inteligência aguçada. Ah, como todos temos saudades de sua infância conosco!


Uma tarde, eu estava em uma reunião na escola, vovô aqui sozinho, alguém liga: "Olha, Sr. Waldívio, a Júlia está aqui até agora, ninguém veio buscá-la hoje, todos  os alunos já foram embora, ela está tristinha aqui, chorando!" Aí, quem chorou foi o Vovô ao pensar na triste cena; já começava a escurecer... Combinaram o que fazer e a pessoa gentilmente a trouxe para ele. Quando o viu, pulou em seus braços, abraçou-o com força, como se mendigasse proteção.


Ah, Júlia, você nos trouxe muitas alegrias, você soube preencher o nosso tempo, com suas gracinhas... Lembrar de tudo isto, nos faz um bem imenso. As escolas por onde passou, desde bebê, nossas viagens, as aulas de piano, nossas idas à igreja, coroinha, leiturista, comentarista... E aquele poema imenso que você decorou em três dias e o declamou com muita desenvoltura e graça por várias vezes na igreja e na minha escola? Até hoje as pessoas falam disto...


Obrigada, Juju, obrigada por você existir e colorir com sua presença os nossos dias. Muito obrigada! 

120 - FAMÍLIA-NAÇÃO

120 - FAMÍLIA-NAÇÃO

Interessante: a cada dia, refletimos um pouco mais sobre nossas experiências, o que vemos, o que ouvimos, as coisas que vão acontecendo em nossas vidas, aquilo que experienciamos no desenrolar dos capítulos de nossa história.

Hoje procuro refletir sobre a expressão "Família-Nação". Ao comentar  as falas da Bíblia - levar o Evangelho a todas as nações - o sacerdote disse que a primeira nação é a família. Que devemos ter um cuidado imenso com esta nossa nação, que o nosso testemunho de vida cristã deve ser forte, alegre, partilhado. Que é precisamente aqui, na nossa família, que vamos testemunhar o amor do Pai pelas criaturas, com a nossa dedicação aos filhos de Deus que nos foram entregues, a nossa doação por cada um daqueles que nos foram confiados.

E é assim mesmo. Poucos são os que vão fazer missão em outras nações, poucos os que deixam a sua terra e saem para países distantes, pregando o Evangelho. Poucos ainda os que ficam por aqui mesmo e atingem um número maior de pessoas. Nós que procuramos vivenciar os ensinamentos de Jesus, normalmente o fazemos num círculo muito pequeno, mostrando o que valorizamos como uma melhor forma de semear coisas boas. E onde ficamos mais tempo, onde mais nos despimos de nossas hipocrisias, é mesmo perante a família. 

Tenhamos então o cuidado e a falta de acanhamento para mostrarmos que somos de Cristo, que queremos ser cristãos autênticos,  pessoas boas que se doam, que se deixam consumir, que querem servir, da melhor forma possível. 

Podemos ser assim! Podemos cuidar melhor da nossa Família-Nação pra que todos os que convivem conosco possam também testemunhar o bem, sejam também construtores da Paz!!! 

119 - FRAGMENTOS...

119 - FRAGMENTOS...
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Listo aqui algumas falas do segundo volume das reflexões do escritor Augusto Cury sobre a milenar Oração do Pai-Nosso:
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"Algumas vezes Jesus chorou, mas em grande parte da sua vida se alegrou. Algumas vezes vivenciou angústias, mas na maior parte do tempo bebeu da fonte mais excelente da satisfação. Foi tão realizado e alegre que deixou perplexos seus ouvintes ao dizer que quem dele se aproximasse beberia de um rio de águas de prazer."
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"Hoje é tempo de diminuir nossas atividades. Se não for possível fazer uma grande cirurgia em nossa agenda, devemos nos programar seriamente para começar a fazê-la amanhã, depois, gradativamente, no correr dos anos. Hoje é tempo de rever nossas metas, colocar colírio em nossos olhos para enxergar o que tem importância. Hoje é tempo de amar nossos filhos, elogiá-los por tantas coisas que fazem e que consideramos meras obrigações. Hoje é tempo de descobrir cada um com suas características únicas. Hoje é tempo de pedir-lhes perdão pela nossa falta de tempo, sem usar a desculpa de que tudo o que fazemos é para eles. Hoje é tempo de cobrar menos e abraçar mais. É tempo de dizer que eles não estão no rodapé de nossas vidas, mas nas páginas centrais de nossa história"... 
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"Se você deseja ser excessivamente racional, desista. Em algum momento entrará em contradição. Se almeja ser extremamente cartesiano, matemático, desista. Em algum momento sua emoção o trairá. E, se conseguir ser racional e estritamente lógico, a vida perderá o sabor, o tempero. Estará apto para ser um alienígena, não um ser humano. Somos deliciosamente ilógicos. Nossos gostos, expectativas, sensibilidades, preferências, disposições, mudam com o tempo. Sofremos menores ou maiores transformações a cada momento existencial."
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"Certa vez (o Mestre dos Mestres) disse: 'Não andeis ansiosos pelo dia de amanhã, basta ao presente o seu próprio mal' (Mateus 6:34)." E mais adiante:"Jesus sonhava em gerar pessoas livres e tranquilas diante de um Pai dócil e pacífico, e não pessoas atemorizadas diante de um Deus julgador e castrador."
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Falando das dívidas existenciais contraídas no teatro da vida: "O que estamos devendo? Devemos amor, gratidão, gentileza, paciência, solidariedade, afeto, compreensão e muito mais."
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"Aprender a agradecer tudo o que temos é uma forma excelente de cuidar carinhosamente da saúde psíquica. Hoje é tempo de agradecer a nossos pais, a nossos filhos, à pessoa amada e aos amigos. Agradecer o carinho, o afeto e a dedicação, dizer que eles fazem toda a diferença em nossas vidas. Quem não sabe agradecer não sabe saldar as dívidas de amor consigo mesmo e com os outros." 
                                                                    ***
"Mais uma vez repito, para que o  leitor fique atento: nos primeiros 30 segundos depois dos focos de tensão cometemos os maiores erros de nossas vidas. O eu tem de ser treinado, desde a mais tenra infância, a fazer a oração dos sábios - o silêncio - nesses momentos e desenvolver a nobre arte de pensar antes de reagir. Caso contrário, perderá o controle e deixará um rastro de dor em sua história."
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"Muitas gerações se passaram na história da humanidade. Crianças brincaram, correram, jogaram, admiraram as borboletas, sentiram a suavidade da brisa que as tocava. Adolescentes sonharam, viveram aventuras, questionaram regras sociais, e, sob o calor da explosão hormonal, amaram intensamente a vida. Adultos desenvolveram projetos, batalharam, buscaram um lugar de destaque no palco da vida. Idosos beberam os últimos goles da existência como se ela fosse inesgotável. Onde estão as pessoas das gerações passadas? Não se ouve mais o eco daquelas crianças, nem a efervescência emocional dos jovens, nem a ebulição do intelecto dos adultos, nem os sussurros das experiências dos idosos. Eles se foram inexoravelmente. A maioria partiu sem deixar vestígio."
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E finaliza assim sua obra: "Parafraseando o Sermão da Montanha, bem-aventurados os que não se auto-abandonam, os que têm ricos encontros com o seu próprio ser, pois deles é o reino da serenidade, e do prazer de viver. Felizes os que humildemente olham para o espelho da sua psique, que descobrem que não são deuses, que procuram superar a necessidade doentia de poder, de controlar os outros, de se fixar em preocupações, pois deles é o sabor inefável da liberdade e o paladar inexprimível da sabedoria."
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segunda-feira, 4 de maio de 2015

118 - REFLETINDO...

118 - REFLETINDO...

Terminei de degustar o primeiro volume daquilo que considero grande obra, na qual o renomado psiquiatra Augusto Cury procura dissecar a oração, segundo ele, mais utilizada em todo o mundo: o Pai-Nosso. Enquanto analisa cada termo, vai enxertando suas reflexões com  casos relatados na Bíblia Sagrada e outros tantos,  detectados em seu trabalho de psiquiatria, ao mesmo tempo em que cita outros grandes pensadores como Nietzsche, chegando a publicar um pensamento seu, intitulado "Oração ao Deus Desconhecido". onde o famoso pensador, apesar de suas dúvidas,  declara: "Teu, sou eu". Imagine,  o grande Friederich Nietzsche reconhecendo sua pequenez e clamando em alta voz: "Eu quero Te conhecer, desconhecido!"

Neste primeiro volume, onde analisa a referida Oração, em sua primeira parte, o autor coloca dezessete segredos, listados por ele, num estudo minucioso e empolgante. Assim, quando analisa a expressão Pai-Nosso que estás nos céus, vem com seu nono segredo, definindo esse espaço que chamamos de céu. 

Vamos conhecê-lo: "O céu onde habita Deus-Pai é infinitamente distante e extremamente próximo. É distante o suficiente para não superproteger os seres humanos e próximo o bastante para que seja ouvido o clamor de cada um deles". E continua explicando: "Mesmo que esse clamor seja inaudível, mesmo que seja apenas uma lágrima sutil que sai dos becos da emoção ou um sussurro de dor que emana das áreas mais ocultas do intelecto." 

Ah, é preciso ler, na íntegra, para compreender a análise feita por ele a respeito desse céu de que Jesus   fala no Pai-Nosso! Um espaço, físico ou não, de onde esse Pai consegue visualizar todos os corações humanos, todas as nossas misérias, os nossos rogos, para nos ajudar;  mas a certa distância para não nos controlar, já que quis nos presentear com a liberdade de ação, o livre arbítrio, a capacidade de trilharmos nossos caminhos da forma como acharmos melhor. Um Pai consciente, não controlador, não super protetor; um Pai que quer ajudar de acordo com os rogos dos filhos, nas suas necessidades, mas deixa-os livres para agir, para viverem seu tempo aqui na terra, como quiserem.

Espero que você tenha a oportunidade de conhecer esta obra, feita pelo intelecto privilegiado de um grande pensador, mas também pela emoção de um filho de Deus que vai relatando de forma poética e linda, aquilo que vem surgindo em sua mente e em seu coração de filho amado. Vale a pena, digo com alegria, vale a pena parar um pouquinho e apostar numa boa literatura. 

Vale a pena gastar as madrugadas de insônia, ou momentos de folga, para ler trechos da Bíblia ou pessoas que dissecam a Palavra de Deus. Também li neste tempo pascal, os Atos dos Apóstolos, páginas maravilhosas da Bíblia Sagrada: quantas maravilhas essas testemunhas de Jesus testemunharam após a Sua morte! Leia! Vale a pena!

domingo, 3 de maio de 2015

117 - TODOS PRECISAMOS DE TODOS!

117 - TODOS PRECISAMOS DE TODOS!

Uma vez, ouvi alguém dizer: "Eu não preciso de ninguém!" 

A esta triste afirmativa, silenciei-me! Não era o momento propício pra dizer coisa alguma... Tudo que eu dissesse naquele momento, cairia no vazio - e não produziria frutos. Só pedi a Deus, em silêncio, que brotasse de dentro daquele coração amargurado, uma boa reflexão sobre o absurdo que acabara de dizer.

A gente precisa de todo mundo. Creio que você não duvida disto! Pense apenas no seu café da manhã: quantas pessoas trabalharam arduamente para que você pudesse tê-lo hoje. E todos os dias! 

O arroz que você consome... Nunca plantou um grão!... E você precisa do prato, dos talheres, da panela, do fogão, óleo, temperos, uma mesa, cadeira, um chão, um teto... Meu Deus! Você não fez coisa alguma! Talvez nem seja você a preparar o arroz... Conheço gente que já o recebe no prato: só falta levar à boca e mastigar... E feliz de quem pode levá-lo sozinho à boca - porque, muitas vezes, nem isto! 

"Não preciso de ninguém!" Ô, coitado! Precisamos de todo mundo! Andamos vestidos, calçados, sempre nos alimentamos, temos nossas ferramentas de trabalho e de descanso, temos onde nos abrigar do sol, da chuva, dos perigos da noite escura... Temos onde repousar a cabeça para que os olhos se fechem, num sono reparador... 

Aí, você diz: "Adquiri tudo com meu suor, comprei com meu dinheiro, fruto do meu trabalho!" Sim, o seu trabalho... Trabalho de cujos frutos, outros podem desfrutar. Que bom que você também contribui para o bem da humanidade! E o dinheiro que você diz:"meu" também é fruto do trabalho de muita gente, sabia? E não é de ninguém: vai passando de mão em mão...

É assim mesmo! Somos uns pelos outros. E pode ser ainda que, num momento de grande necessidade, nem é um parente, ou um vizinho, nem mesmo um conhecido quem vai ajudá-lo a sair de uma situação difícil: muitas vezes é um desconhecido, uma pessoa que nunca o viu, mas é um ser humano, um seu irmão na espécie homo sapiens quem vai socorrê-lo. Pense nisto, você que acha que não precisa de ninguém! 

Pensemos nisto todos nós. E amemos mais nossos semelhantes! E lembremos do pão nosso de cada dia: Você já plantou um grão de trigo???

Hoje cantamos esta belíssima música no Santuário da Adoração:
Quando o trigo amadurece
e do sol recebe a cor.
Quando a uva se torna prece
na oferta do nosso amor.

Damos graças pela vida
derramada neste chão.
Pois és Tu, ó Deus da vida
quem dá vida à criação.

Os presentes da natureza,
o amor do coração.
O teu povo canta a certeza,
traz a vida em procissão.

Abençoa nossa vida,
o trabalho redentor.
As colheitas repartidas
para celebrar o amor!

Sim, as colheitas repartidas... Trabalhemos - e continuemos repartindo o fruto do nosso trabalho. É assim, não é? Uns pelos outros...


sábado, 2 de maio de 2015

116 - SIM, DEUS EXISTE!!!!!!

116 - SIM, DEUS EXISTE!!!

...E continua Augusto Cury: "Esforcei-me muitíssimo para eliminar Deus como possibilidade de ser o Autor da existência. Depois de inúmeras viagens intelectuais e momentos reflexivos, tive que engolir em seco e admitir que é impossível não haver Deus."

E relata que,  no seu discurso ateísta, pensou: "No princípio era o nada e o nada gerou todas as coisas."  E então, refletindo, analisando profundamente, o que pensa o famoso psiquiatra, cientista, pesquisador e escritor?... A que conclusão chega o nosso estudioso?!...

Chega à seguinte e fulminante conclusão: "O 'nada' e o 'vácuo existencial' não são criativos. Só a existência pode gerar existência." 

E com muita propriedade, vai explanando sobre a tese filosófica a que chegou. E confirma: "Deus não é uma hipótese da fé, mas uma verdade científica."

Gente, dá vontade de ir lendo e comentando com vocês; mas, se o fizer, minha crônica de hoje, além de excessivamente longa, não será fala minha, mas do grande Augusto Cury. E quem sou eu para chegar onde ele está?! Por isto, fico por aqui, mas, não antes de dizer-lhes,  a todos que acessarem esta postagem, que fico feliz, ao tomar conhecimento desse tipo de literatura. Uma vez, meu filho caçula me deu um livro de Einstein, intitulado: "Como vejo o mundo". Lindíssimo! Vale a pena conhecer.

Claro que o Deus , que eu conheço, o Deus de nossos pais, eu O conheço pela Fé. Não preciso ler nada deste gênero para amá-Lo, louvá-Lo, glorificá-Lo, mas acho muito bom quando cientistas de renome O estudam à luz da Ciência. Fico muito feliz. Quem sabe os céticos vão se conscientizando de que nossa passagem por aqui é tão pequena, tão rápida, e que não somos donos de nada? Apenas, com o nosso trabalho e empenho, colaboramos com Deus na perpetuação das coisas criadas por Ele. O homem não tem a capacidade de criar nada. Tudo que ele faz é a partir daquilo que existe, a matéria prima que nos foi legada! Como já disse o grande filósofo: "Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."

Acho sinceramente que precisamos filosofar mais. Só pra finalizar com Augusto Cury: "As pessoas não têm tempo para repensar sua história e filosofar sobre a vida. Raros são os que investem em seus projetos e sonhos mais cálidos. Não sabemos fazer uma parada estratégica para corrigir nossas rotas. Às vezes me vejo preso nesta armadilha."

Até ele, viram? Vamos dar uma paradinha e pensar um pouco sobre nós mesmos? Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Que estamos fazendo aqui???

Bem, deixem-me continuar a minha leitura. Até a próxima.


sexta-feira, 1 de maio de 2015

115 - DEUS EXISTE!

115 - DEUS EXISTE!

Esta foi a conclusão maravilhosa a que chegou o grande escritor Augusto Cury, neste lançamento arrojado a que denominou "Os segredos do Pai-Nosso, A solidão de Deus". Tenho lido várias obras deste autor, mas esta,  eu a considero  especial, porque aqui ele se declara abertamente que era ateu, que fez tudo para provar que Deus não existe  e - Graça Divina! - conseguiu provar o contrário!

Veja, na íntegra, o que ele escreveu no décimo parágrafo   da Introdução, página onze: "Eu fui um dos ateus mais críticos que já existiram. Mas, depois de intensa reflexão, me convenci de que não há discurso ateísta que aplaque a ansiedade inconsciente do ser humano pela compreensão da vida e pela continuidade da existência. O vácuo da inexistência imposto pela morte nos perturba profundamente. Só não se inquieta quem nunca o analisou."

E no capítulo onze: " Tal inquietação, longe de ser negativa, é uma fonte inesgotável que impulsiona o saber e alimenta a produção de teólogos, filósofos, pensadores, cientistas. Sempre haverá um prazer da mente humana pelo desconhecido, pela superação das intempéries. Sempre haverá o  desejo irrefreável de desvendar o Autor da existência."

Parágrafo doze: " Einstein também foi consumido por essa inquietação. Não se contentou em produzir conhecimento sobre a relação espaço-tempo. Queria entender Aquele que inaugurou e fundamentou os elementos da existência. Desejava perscrutar a mente de Deus."

... E assim,  Augusto Cury continua suas reflexões... Vale a pena ler. Voltaremos a falar disto depois. Hoje tenho pressa, mas até onde li, já me satisfez plenamente, porque vai clareando cada vez mais a verdade suprema. Obrigada, Carol, pelos dois volumes desta empolgante  obra.

(Ai! Daqui a pouco vou para a Capela: Missa de sétimo dia por intenção da alma do meu irmão Geraldo que partiu para a eternidade. Precisamos crer: DEUS EXISTE - e está com ele neste momento em algum lugar da amplidão do Universo. E está conosco aqui também. Que Ele nos abençoe e nos conforte nos momentos de dor! Amém!)