127 - POLLYANNA
Não, não é nossa neta, a Pollyanna: é uma criação feliz de Eleanor Hampshire Porter - a menina e a moça. Uma obra prima de que sempre gostei e indiquei. Uma literatura suave, leve, sem sofisticação, vidas sofridas, não muito diferentes de tantas outras que conhecemos...
O que há de interessante em Pollyanna? O "jogo do contente"! Uma criança pobre, órfã de mãe, que recebe no Natal, ao invés da boneca esperada, umas muletinhas! Como foi isso?... Vieram na "barrica do missionário". Imagine o desapontamento de uma criança pobre, que não tinha brinquedos e pede, por ocasião do Natal, uma boneca e ao abrir a caixa, só encontra lá um par de muletas...
Pois, foi o que aconteceu. E seu pai, um missionário, para consolá-la, inventa um jogo, dizendo à filhinha chorosa que ela devia ficar contente por não precisar usá-las. É como se lhe dissesse, carinhosamente: "Filhinha, você tem pernas perfeitas... pode caminhar direitinho... que bom!... fique feliz... porque não precisa usar estas muletas! E toda vez que ficar triste por algum fato, procure sempre ver o que há de bom naquilo. Com certeza, existe sempre um lado bom, em tudo o que acontece."
Fácil é dizer, mas, colocar em prática?... A própria Pollyanna que aprendera a jogar tão bem o jogo do pai e o ensinara a tanta gente, houve época em que foi difícil, muito difícil, jogá-lo com prazer.
Ouvir do médico que talvez nunca mais voltasse a andar, depois do acidente; ou vivenciar mais tarde, as peripécias do jogo do amor, que qualquer ser humano sempre experimenta... Aqueles momentos que a gente tem vontade de morrer...
Ainda assim, a escritora consegue colocar em sua boca, embora com dificuldade, um pouco de alento e, com o passar dos tempos, todos podem se certificar de que foi bom, encontrando realmente a razão do sofrimento. E a história termina com algumas surpresas e um final feliz, do jeito que eu gosto! Vale a pena conferir!
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