quarta-feira, 28 de agosto de 2019

400 --Obrigada, Senhor!!!

400  --Obrigada, Senhor!!!

Eu deveria estar comemorando, alegre, mas estou é com vontade de chorar... Olha! Estou  chorando! Mal vejo as teclas do notebook, aqui no meu colo!

Já chorei tanto na minha vida!... E analisar agora a situação atual, me faz chorar, reconhecendo, como Deus é bom! Como ELE nos dá muito mais do que merecemos e muito mais do que pedimos! Nascida muito pobre - lá longe! - lá na roça, onde aprendi a ler rapidinho! Numa escolinha, onde havia três turmas na mesma sala - era só uma sala! - e uma fossa lá fora, onde a gente, quando precisava, pedia à professora a licença - que era um pedacinho de tábua - e ia com medo daquele buraco grande, onde urina e fezes caíam; mas que era bem cuidada por ela, a professora, certamente, que procurava mantê-la limpinha.

Minha irmã, Graça, já estava lá aprendendo coisas lindas que eu também queria pra mim! E quando me deixaram ir, no ano seguinte, eu já sabia algumas coisinhas, pela cantoria de minha irmã. E aí, aprendi muito rápido. Lá havia o primeiro ano inicial e o primeiro adiantado; depois, é que os alunos passavam para o segundo ano. Mas comigo foi diferente:  no mesmo ano me passaram para a turma seguinte. Glória a Deus! Logo depois, por um incidente com nosso pai e um vizinho - incidente que poderia ser considerado uma desgraça e foi a maior graça que Deus poderia conceder a nossos pais -  precisamos nos mudar de lá! Claro, no início, muito sofrimento, angústias, incertezas, lágrimas e terço nas mãos!... Mas, "o impossível, Ele pode realizar!" - e assim "aquilo que parecia não ter saída", foi a salvação da família! 

Sim, porque depois de ficarmos algum tempo na casa de uma irmã do meu pai - que Deus a tenha no melhor dos lugares no Céu! - nos mudamos para um pequeno sítio com um terreninho, que começamos a cultivar, para ter o que comer! Meus pais, com os sete filhos que já trouxeram lá da roça, começaram então, vida nova, ajudados certamente pelos irmãos dele que ali moravam e agora, com certeza, estão juntos no Céu; porque os irmãos dela, que também já estão no  Céu, ficaram lá - lá longe! - de onde, certamente, tinham dificuldade para sair, dada a precariedade em que viviam.

Aí fomos para a escola; não, logo que chegamos, porque estava no meio do ano e, saindo assim às pressas, nossos pais não se lembraram de trazer a transferência. Assim, no ano seguinte, começamos nova vida escolar, numa escola que achávamos, enorme, com muitas salas, cada turma em seus devidos lugares. As carteiras eram para dois alunos e assim, sempre me sentei ao lado da minha irmã, Graça, pessoa excessivamente boa, mas que não gostava muito de estudar,  e as provas que fazíamos eram praticamente em duplas. Era ótimo!

A professora ficou gostando muito de nós e no final do horário, sempre pediam - ela e os alunos - pediam que cantássemos, já que logo mostramos que havíamos aprendido lindas músicas na escola anterior. A gente amava aquela escola, aquela professora, aqueles colegas... E nos anos seguintes também. Tudo era muito lindo! As aulas eram um oásis, onde nos descansávamos do trabalho duro da roça, nos brejos, cultivando o arroz, ou nas eiras de milho, café, feijão...

Mas o Primário chegou ao fim e o Ginásio era particular! Como pagar, não tínhamos! Então  a  professora nossa, do segundo ano, Dona Zita Leal, conseguiu uma bolsa pra mim. E além disto,  me passou todos os livros do seu filho que estava um ano à frente. E assim, pude continuar meus estudos. Os filhos daquela tia boa que nos acolhera, certamente incentivados por ela, me deram os uniformes que eram três: o de todos os dias, o uniforme de gala - só para os dias de festa -  e o de Educação Física que era lindinho demais, não mais que o de gala, que era suntuoso e cuja presença nos desfiles por ocasião das festas de Independência do Brasil, arrancavam lágrimas dos pais ao verem filhos assim, tão lindos, a desfilar, e no coreto da praça, cantando hinos, declamando enormes poemas, como patriotas de verdade! Coisa bonita de se ver!

Antes de terminar o Ginásio, apareceram lá em Teixeiras, pessoas boas de Belo Horizonte, oferecendo-se para pagar os estudos de alunos pobres. E a diretora indicou o meu nome. Diziam as más línguas que era apenas para pagarem menos impostos; não importa! Eles não só pagavam a mensalidade, como nos davam todos os materiais escolares! E quando fomos para a Escola Normal Nossa Senhora do Carmo, em Viçosa, cidade vizinha, eles continuaram pagando para nós. Não me lembro quantas éramos, só sei que eu era uma das privilegiadas, graças a Deus, pois meus pais não tinham a mínima condição de pagar estudos pra nós. Porém, Deus é maior e nunca nos abandonou! Minha gratidão eterna a Sinésio Castilho, que não conheci, mas a quem eu mandei  cartas de agradecimento algumas vezes.

E antes de me formar Professora, comecei a dar aulas no mesmo Ginásio onde havia estudado, já que me conheciam muito por ter sido uma boa aluna e também porque já trabalhava, sempre dando aulas particulares em casa ou nas turmas para o exame de admissão ao Ginásio. Depois de algum tempo, essa escola passou a ser estadual. E foi assim que começou minha feliz trajetória na Educação Escolar,  onde fiquei trabalhando por longos quarenta e seis anos.

Sempre gostei de escrever e mandava artigos para um jornalzinho da cidade de Ubá, um jornal que meu pai assinava. Depois andei escrevendo também para jornais em Diamantina. Nessa cidade, que era do meu esposo, consegui fazer Faculdade de Pedagogia, o que me abriu novos horizontes. Aqui, em Sete Lagoas, fiz Psicopedagogia e montei um pequeno espaço em casa para atendimento psicopedagógico, o que me deu uma satisfação imensa. Era lindo trabalhar com aquelas crianças que apresentavam alguma questão a ser resolvida.

Sou feliz! Casei-me há quase cinquenta anos, com a pessoa que amo, minha grande paixão e Deus nos concedeu a graça de quatro filhos maravilhosos que trouxeram para nós a alegria de sete netos.

Minha paixão pela escrita e especialmente pela poesia, me fez guardar alguns poemas que, mais tarde, encadernei para os quatro filhos. Hoje termino este trabalho literário de crônicas e alguns outros gêneros, que entrego para os netos e, como está na internet - blogs se transformando em  livros - estão ao alcance de todos.

Paro por aqui. É claro que muita coisa boa ainda vamos vivenciar, mas são consequências: é o que plantamos que estamos colhendo, com muita alegria, graças a Deus! Nestes trabalhos diversos, pude falar de Família, de crianças criativas, falei de amizades, de estudos, do cotidiano... Mas principalmente, falei de Jesus e de Maria e de pessoas afins, como também de amigos que cruzaram meu caminho e que me fizeram um bem imenso! 

Porém o trabalho de edição destes livros que termino de escrever, eu o devo diretamente aos Clubistas que muito me incentivaram. Lembro-me de que, quando fui convidada a participar, levei comigo os livros de poemas que mandei encadernar para os filhos e os de crônicas para os netos, e falei dos dois blogs: retalhosdaalma.blogspot.com - encerrado - e botoesderrosas.blogspot.com - ao qual eu dava continuidade com novas crônicas. E muitos trabalhos, daí pra frente, surgiram dos próprios trabalhos no Clube. 

Fecho agora esta coleção! Mas continuo cantando o Amor. Porque Deus é Amor! E não está fora de moda, este sentimento - este, não, esse! - este sentimento que faz com que as pessoas caminhem em paz pelo mundo, faz com que façam bem cada pequena ação, com alegria, como diz São Paulo "Tudo o que fizeres, faze com alegria, por amor a Deus!" Seja qual for a sua profissão. 

Ouço agora - madrugada do dia 28 de agosto de dois 2019, o Professor Felipe Aquino - na sua palestra de 22/12/2016:  "Tornar a Vida Boa pela Graça de Deus!"  E segue explanando suas ideias a partir do Catecismo Católico que, no momento, é a Leitura que estou fazendo. Quando levo a Gabi para a natação, levo comigo o Catecismo, porque gosto de ler coisas boas. E agora, ele cita Santo Agostinho - hoje  dia 28 que, coincidentemente, é o Dia desse Santo;  e ontem foi o dia de sua mãe, Santa Mônica, aquela que rezou durante trinta anos para a conversão dele, que se tornou depois um grande doutor da Igreja e hoje está em nossos altares!

Meus amores, termino por aqui este trabalho de boas mensagens, afirmando a todos que não está fora de moda, o Amor - o Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo; obedecer aos dez Mandamentos, obedecer aos seus Ensinamentos, aos Sacramentos... O Professor  fala agora do sacramento da Crisma dizendo que é um sacramento obrigatório, pois é a confirmação do que nossos pais pediram no Batismo. E o Matrimônio, gente,  um Sacramento tão importante em nossa vida!

Desde o início eu disse que queria passar boas mensagens. Pois é! Creio ter dado o meu recado. Deus abençoe a todos. Se você, meu querido leitor, passou os olhos e penetrou nas mensagens destes quatro livros da Coleção "Botões de Rosas", continue lendo coisas boas: leia a Bíblia Sagrada; leia o Catecismo da Igreja Católica; leia as Obras de Maria Valtorta, leia as Confissões, de Santo Agostinho, leia a Vida dos Santos - pessoas santificadas pela graça de Deus... Leia coisas que alimentam a alma, que edificam o espírito. Paz e Bem!
(Celina - 28/08/2019)

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

399 - A Maçã

399 - A Maçã

Filhos e netos, aqui em casa, sempre comeram muitas frutas. Com os netos, inventamos uma tal de "comida japonesa" - como já relatei em crônicas anteriores - e com isto o consumo de frutas era enorme. Eu picava frutas diversas e distribuía em vasilhas iguais, com igual quantidade e entregava a cada um; e era uma festa!  Cinco, seis vasilhas sobre a mesa: coisa linda de se ver! 

Com o tempo, a meninada foi crescendo e, muitas vezes não esperam a gente fazer isto.  O Sávio vem chegando aqui, já vai à fruteira e pega principalmente maçã e sai comendo. Daí a necessidade de já comprar as frutas, lavá-las e colocá-las limpas na fruteira, porque nem se lembram de lavar. 

E foi assim que a Gabi chegou aqui ontem e já pegou uma bonita maçã e saiu comendo. Foi à sala e perguntou quem queria comer maçã. Depois chega e me diz que o Lucas queria e levou-lhe uma bem bonita, rajadinha, de bom aspecto. O Lucas comendo, olhando pra televisão, jogo do Flamengo, atento aos lances. Daí a pouco vem correndo, cuspindo, lavando a boca e reclamando: "A Gabi me deu uma maçã com bicho!"

Vê se pode? Uma maçã linda daquele jeito! Olhei: estava perfeita por fora e totalmente podre por dentro! Coitado do Lukinha! Claro, peguei outra, parti e, vendo que estava sadia, entreguei a ele. Acho melhor continuar com a comida japonesa. Bem melhor assim! Não se corre esses riscos e a gente retira qualquer pequeno defeito que possa existir.

É... Vamos sentir muita falta dessas crianças!... A Júlia já completa em dezembro vinte anos e está fazendo Faculdade em Belo Horizonte. O Arthur, que completa onze, em janeiro próximo, está agora em Guanhães, como também o Sávio, claro! O Lucas e a Gabi já não vêm pra cá todos os dias. A Letícia e o Rafael aparecem de vez em quando, quando os pais querem sair ou mesmo, viajar.  É esperar as férias escolares: aí, a casa pega fogo!!!

Enquanto isto, ficamos quase sempre só nós dois - meu esposo e eu - aguardando telefonemas e vindas esporádicas. É assim. Agora estou terminando esta obra, com a qual planejamos caminhar até o número quatrocentos. Quero reler tudo e encerrar, com a esperança de que os netos, possam ler isto um dia, quando forem maiores e conseguirem um tempo de folga. 

A vida se vai...
(Celina 26/08/19)

398 - Acreditar!

398  -  Acreditar!

Ao ler tudo isto que acabo de relatar sobre Maria Valtorta, você pode dizer baixinho, meio sem graça, sem saber, talvez, como expressar: "Celina, você acredita mesmo em tudo isto?" E respondo, confiante: Claro que acredito! São muitas as evidências, são muitos os depoimentos, e a gente precisa, como diz o Monsenhor Jonas Abib, acreditar piamente que tudo isto aconteceu e acontecerá o que Jesus relata. Ele que agora, enquanto escrevo - porque sempre faço duas ou mais coisas ao mesmo tempo - ele, que agora às cinco da manhã do dia 26 de agosto de dois mil e dezenove, fala da segunda vinda de Jesus.

Ouço-o agora na Canção Nova, uma palestra sua de dois mil e quatro, com o tema: Preparando a segunda vinda de Jesus - de 31/12/2004 - e fala exatamente  da falta de confiança dos mortais com relação às coisas de Deus.  E diz que é preciso que tenhamos os olhos voltados para o alto, pois para isto fomos criados. Precisamos acreditar! Jesus que viveu aqui entre nós, tudo documentado, com muita firmeza, muita segurança, falou de vida eterna, de salvação.

E Maria Valtorta, em sua obra, fala dos fatos que lemos na Bíblia e fala muito mais; e a coerência é muito grande. Ouvir Jesus falando diretamente com ela, e vê-la relatando essas coisas com tantos detalhes, faz com que tenhamos realmente muita confiança naquilo que é dito.

Uma obra tão simples, em livros de mais de  quatrocentas páginas, um papel amarelado, em 652 capítulos, e que começa simplesmente assim: 22 de agosto de 1944 - Jesus me ordena:" Pega um caderno todo novo. Copia, na primeira folha, o ditado do dia 16 de agosto. Neste livro se falará dela". Obedeço e copio. E aí vem o relato desse dia. 

16 de agosto de 1944 - Jesus diz: "Hoje escreve apenas isto. A pureza, na sua expressão máxima, tem um tal valor que torna o seio de uma criatura capaz de conter o que não podia ser contido. A Santíssima Trindade desceu com a sua perfeição em um pequeno espaço, habitando-o com as suas Três Pessoas, encerrando lá o seu Infinito, sem diminuir-se com isso, pois o amor da Virgem e a vontade de Deus dilataram este espaço até transformá-lo num Céu". 

A pureza de que Ele fala é a Virgem Maria, sua Mãe e nossa. Durante toda a obra, jesus fala lindamente de sua Mãe, começando pelo seu miraculoso nascimento, tendo por pais, Joaquim e Ana, muito idosos, concebida Ela, imaculada; fala de sua vida no Templo, depois José e a vida em Nazaré. É muito lindo tudo isto! 

E  Jesus fala desta Mãe para seus apóstolos com um carinho tão grande que os faz ter cada vez mais respeito e veneração por Ela. É preciso ler a obra, na íntegra, para saber exatamente do que estou falando. Não sosseguei, enquanto não cheguei ao último volume.
(Celina - 26/08/19)


397 - Quem é Maria Valtorta?

397 - Quem é Maria Valtorta?

Amigos são um presente! Uma amiga me emprestou o Volume Primeiro de "O Evangelho como me foi Revelado" - esta obra-prima de Maria Valtorta. Apaixonei-me pelo assunto, pela forma como ela relata os fatos, numa linguagem bem simples, mas colorida por adjetivos e expressões que enfeitam o texto. Amei! E comprei a coleção, os dez volumes que me encantaram!  Lendo, eu desejava, inconscientemente e ardentemente, que todos os cristãos pudessem ter acesso a tudo isto que vejo, pelos olhos dessa feliz vidente. Como é lindo tudo isto! Como é gostoso ouvir Jesus falando a todos, ver o acolhimento de Maria e de todos os outros, num aprendizado bonito e pleno de certezas que a gente não tem...

E fui buscar na internet, a veracidade da existência de pessoa tão iluminada. Entre outras coisas - muitas outras - veja o que achei sobre a autora dessa obra, a mim, tão valiosa: Maria Valtorta, mística italiana, falecida em 1961, foi um exemplo de alma extraordinária, com vida extraordinária. Foi uma das dezoito grandes místicas marianas. Aos vinte e três anos, um anarquista a espancou com uma barra de ferro, deixando-a com limitações físicas. Ficou nove anos de cama. E uniu todas as suas dores à paixão de Jesus.

Seu confessor, ao ver a grandeza dessa alma, pediu-lhe que escrevesse sua biografia. Tudo isso aconteceu em plena guerra mundial, 1943 a 1950. Logo, ela começou a receber uma série de visões, que transcreveu em dezessete volumes, entre eles, sua obra mais conhecida e polêmica: "O Evangelho como me foi Revelado." Em 4870 páginas, ela relata a vida de Cristo, dia a dia..

O Papa  Paulo VI apoiou a leitura da obra de Maria Valtorta, assim como o Padre Pio. A Madre Teresa de Calcutá era uma leitora assídua dos seus escritos. A celebração dos cinquenta anos da morte de Maria Valtorta foi acompanhada por altas personalidades da Igreja. 

Do ponto de vista histórico, os biblistas se surpreendem com o fato de que, como uma pessoa que não teve estudos, possa ter um conhecimento tão detalhado. 

O leitor dessa narração fica preso, porque a obra o introduz na vida de Jesus como um espectador presente. É uma narração extraordinária do ponto de vista teológico, histórico e científico.  Considerando teologicamente, surpreende que uma mulher que recebeu apenas as pregações dominicais tenha transmitido conteúdos de tanta profundidade teológica e, claro, totalmente em sintonia com a doutrina da Igreja.

Do ponto de vista científico, são relatados inúmeros detalhes de fauna, flora, fatos, astronomia, tradições, gastronomia, geografia, topografia, que levaram o engenheiro e pesquisador Jean François Lavere a realizar, durante vinte e cinco anos, um repertório de doze mil dados da obra confirmados cientificamente. Ou seja, os escritos oferecem contribuições muito interessantes para a posterior pesquisa de historiadores, cientistas e biblistas.

O texto da narração da vida de Cristo, às vezes se intercala com textos de mensagens de Jesus a Maria Valtorta sobre temas muito diversificados. (Fonte: Aleteia)

( Vá ao Google e você achará muito mais... Obrigada, meu DEUS!!!)

Celina - 25/08/19

sábado, 24 de agosto de 2019

396 - A Assunção de Nossa Senhora



396 - A Assunção de Nossa Senhora

Alguns dias já se passaram. João continua ali, sentado ao lado do corpo de Maria que parece dormir em paz. As flores estão frescas como se fossem colhidas há poucas horas, mas os ramos de oliveira já estão com as folhas murchas. A luz da candeia, que está posta no chão, ilumina o rosto  de  João, que, vencido pelo cansaço, pegou no sono.

Agora, eu, Celina, copio, na íntegra, o que me encantou: " De repente uma grande luz enche o quarto, uma luz prateada, esfumada de azul, quase fosforescente, e que sempre vai aumentando, anulando a do alvorecer e a da candeia. É uma luz igual aquela que inundou a gruta de Belém, no momento do Nascimento de Jesus. Depois, naquela luz do Paraíso se manifestam criaturas angélicas, numa luz ainda mais esplêndida do que a luz, já tão poderosa, que apareceu antes. Como aconteceu, quando os anjos apareceram aos pastores, numa dança de centelhas de todas as cores que escapam das asas deles, brandamente movidas, e dos quais vem um murmúrio de harmonias, arpejado, muito agradável.
     As criaturas angélicas se dispõem em círculo, ao redor da pequena cama, levantam-se diante dela, levantam o corpo imóvel e, com um forte bater de asas, que aumenta o som que já se ouvia antes, por uma passagem que se abriu prodigiosa no telhado, como, prodigiosamente se tinha aberto o Sepulcro de Jesus, e lá se vão eles, levando consigo o corpo de sua Rainha Santíssima, é verdade, mas não ainda glorificado e por isso ainda sujeito às leis da matéria, sujeição essa, à qual não estava mais sujeito o Cristo, porque Ele já estava glorificado, quando ressurgiu dos mortos. O som produzido pelas asas angélicas aumenta, e agora já está tão forte como o som de um órgão.
       João que, adormecido, já tinha, duas outras vezes caído do escabelo,  como se estivesse perturbado pela grande luz e pelo som das asas angélicas, agora despertou completamente com aquele som poderoso e por uma corrente de ar que, descendo do teto descoberto, e saindo pela porta aberta, forma um redemoinho que agita as cobertas do leito, e agora está vazio, e as vestes do João, apagando a candeia, e fechando com uma batida forte a porta aberta.
     O apóstolo olha ao redor de si, ainda um pouco sonolento, para ir informar-se sobre o que está acontecendo. Aí ele percebe que o leito está descoberto. E logo entende que um prodígio aconteceu. Corre para fora por sobre o terraço e, como por um instinto espiritual, ou por um chamado celeste, ele levanta a cabeça, fazendo um anteparo com a mão, para poder olhar sem ter o obstáculo que vem do nascente sobre os seus olhos. 
     E ele vê. Vê o corpo de Maria, ainda sem vida, mas em tudo semelhante a uma pessoa adormecida, que vai subindo cada vez mais para o alto, levada pela escolta angelical. Como para uma última saudação de despedida, uma tira do manto, e outra do véu se agitam, talvez pela força do vento causado pela rápida subida e pelo movimento das asas dos anjos e pelas flores, aquelas que o João havia colocado ao redor do corpo de Maria, e que certamente ficaram nas dobras das vestes e vão caindo sobre o terraço e o terreno de Getsêmani, enquanto o canto do hosana dos anjos vai-se ouvindo cada vez mais longe e portanto mais fraco.
     João continua a olhar para aquele corpo, que vai subindo para o Céu e, certamente por um prodígio a ele concedido por Deus, para consolá-lo e premiá-lo por seu amor à sua mãe adotiva, e ele vê, distintamente, que Maria, envolta agora pelos raios do sol, que já surgiu, sai daquele êxtase, que lhe havia separado a alma do corpo, volta à vida, põe-se de pé, porque agora ela também já goza dos dons que são próprios dos corpos já glorificados.
     João olha, fica olhando o milagre que Deus lhe concedeu ver: Maria, contra todas as leis naturais, como ela está agora, enquanto vai subindo arrebatada para os Céus, rodeada, mas não mais ajudada pelos anjos, que cantam hosanas. E João também está agora arrebatado por aquela visão de beleza, que nenhuma pessoa humana, nenhuma palavra, nenhuma obra de artista poderá nunca descrever, ou reproduzir, porque é de uma beleza indescritível.
     João, estando sempre apoiado na mureta do terraço, continua a olhar para aquela esplêndida e esplendente forma, pois realmente se pode dizer assim de Maria, formada de um modo único por Deus, que quis que ela fosse imaculada, para que assim pudesse ser uma habitação para o Verbo Encarnado, que sobe sempre mais para o alto. E um último e supremo prodígio Deus-Amor, Deus o concede a este que lhe tem o perfeito amor: e é o de ver o encontro da Mãe Santíssima com seu Santíssimo Filho, que, sendo Ele também esplêndido e esplendente, belo, e de uma beleza indescritível, desce do Céu, chega até sua Mãe e a aperta ao coração e, juntos, mais fulgentes do que os dois astros maiores, com ela volta para o lugar de onde tinha vindo.
     E o que João estava vendo terminou. Ele abaixa a cabeça. Em seu rosto cansado podem ver-se a dor por ter perdido Maria e a alegria pela gloriosa sorte dela. Mas a alegria já supera a dor.
    E ele diz: 'Eu te agradeço, meu Deus. Obrigado! Eu bem que pressentia que isto teria acontecido. E eu queria velar, a fim de não perder nenhum dos episódios de sua Assunção. Mas já havia três dias que eu não dormia! O sono e o cansaço unidos à pena, me abateram e venceram e isso justamente quando a Assunção já estava iminente... Mas talvez Tu mesmo o tenhas querido, ó Deus, para que eu não me perturbasse naquele momento, e não sofresse demais... Sim. Certamente Tu o quiseste, como agora quiseste que eu visse o que, sem um milagre teu, eu não teria podido ver. Tu me concedeste vê-la ainda, ainda que tão longínqua, mas já glorificada e gloriosa, como se estivesse perto de mim. E tornar a ver Jesus! Ó que visão felicíssima, inesperada e inesperada! Ó dom dos dons de Jesus - Deus ao seu João! Que graça suprema. Tornar a ver o meu Mestre e Senhor! E vê-lo perto da Mãe! Ele semelhante ao sol, e Ela à lua, esplendidíssimos os dois, e para serem gloriosos e felizes, por estarem reunidos para sempre!..."

(E continua o colóquio de João com o  próprio Deus, mas eu fico por aqui, com uma gratidão imensa a Deus, a João e ao Pequeno João, como Jesus chamava à Sua humilde serva, Maria Valtorta)
(Sete Lagoas, 24/08/19)

395 - Ascensão de Jesus e Assunção de Maria

395  -  Ascensão de Jesus e Assunção de Maria

Qual a diferença? O Lucas já sabe! Já sabe há muito tempo, porque quis saber ao ver os vitrais da Catedral de Santo Antônio, em Diamantina! Sabe muito bem o que é ascensão e assunção, não é, Lukinha? E eu há muito queria saber sobre a Assunção de Nossa Senhora; e Maria Valtorta, lá no Livro Décimo da sua coleção, vem nos presentear com sua fantástica visão. E é o que passo a resumir agora para você:

Jesus, na Cruz, entregou Sua Mãe para João, seu primo "e ele levou-a para casa". Foram morar em uma das propriedades de Lázaro, irmão de Maria e Marta. Apenas os dois: os outros  onze apóstolos, após Pentecostes, saíram em missão. Ele, João, cuidava dela e vice-versa. Os outros apareciam de vez em quando.

E então um belo dia, Ela, a Mãe de Jesus, lá no seu quartinho, olha mais uma vez as roupas que Jesus usava, o manto cheio de sangue e suor,  que foi achado no Getsêmani, as relíquias da última Ceia e da Paixão, reúne todas essas coisas para guardar no armário - "que é bom conservar. Todas as lembranças... Tudo o que serve de testemunho do seu amor e de suas dores mais pungentes." - disse Ela a João que lhe perguntara o que fazia há tanto tempo, em seu quarto..

E conversando ali longamente com João, entre outras coisas, Ela diz: "Terminei a minha missão terrena. Tudo terminou - Tudo Eu cumpri de tudo o que o Pai queria que Eu cumprisse... A Igreja já está formada e forte. Estas coisas, Eu as digo a ti, porque tu és o apóstolo do amor, e as pode entender melhor do que os outros. - Tu, entre os doze, foste sempre o amor, o puro e sobrenatural amor.  O Espírito de Deus, que desceu sobre Mim para que Eu desse ao mundo o Salvador, e que desceu também sobre vós, uma e outra vez, vos ajudará a recordar e a falar às turbas de tal modo que elas se convertam ao verdadeiro Deus."

E Maria continua mostrando ao discípulo amado, que havia chegado o momento de ir para junto de seu Filho. E João se apavora: "Não! Não! Não digas isso. Tu não podes, não deves morrer! O teu corpo imaculado não pode morrer, como o dos pecadores!"

Porém, com muita candura, mas com grande sinceridade e autoridade, como era sempre o seu jeito de ser, Ela lhe mostra que havia realmente terminado seu tempo aqui na terra e que iria unir-se à Trindade Santa no céu! João chora e exclama apavorado: "Como farei para viver sem ti? Eu sinto que me dilacera o coração, só ao pensar nisso! Eu não resistirei a esta dor!"

Mas Maria, com carinho de Mãe lhe afirma que ele vai viver muitos anos, e que vai se lembrar de tudo o que Ela lhe disse, de tudo o que ensinou a todos eles. "Lembra-te disso, João e dize também aos teus irmãos; sereis todos combatidos - Deus vos ajudará e vos tornará triunfadores sobre tudo e sobre todos..." 

Maria pede, João canta-lhe  salmos e ajuda-a a se deitar, pois estava transparente e reluzente  "como Jesus, quando se transfigurou no Monte Tabor!"  Percebendo que é o fim, João chora; lágrimas e mais lágrimas chovem de seus olhos sobre aquele rosto suave, sobre aquelas mãos puras, docemente cruzadas sobre o peito. É este o único banho  que recebeu após a morte, o corpo imaculado de Maria: o pranto do Apóstolo do Amor, do seu filho adotivo, por vontade de Jesus. 

Com carinho, João desce ao Getsêmani colhe lindas flores e ramos de oliveira com as azeitonas já formadas e coloca em volta daquele corpo que jaz em paz; manda um servo de Nicodemos chamar os outros e fica ali, ao lado dela, falando com ela como se ainda vivesse, e fazendo longas orações.

E daí? Como se deu a Assunção, de acordo com as visões de Maria Valtorta? - Crônica número 396.
(Celina - 24/08/19)

domingo, 18 de agosto de 2019

394 - Crê no Senhor Jesus!...

394  -  Crê no Senhor Jesus!...

Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família! Como fiquei feliz ao encontrar lá em Atos dos Apóstolos, este consolo! Sim, um grande consolo, porque na maioria das famílias, nem todos se preocupam com a salvação de sua alma; nem todos pensam na vida após a morte. E assim sendo, saber-se preparando a salvação de toda a família, é muito gratificante! Porque sempre há alguém praticamente em todas as famílias, que crê no Filho de Deus que se encarnou, trazendo aqui para nós a Palavra de Deus.

Sempre me questiono: Aquele que diz não crer em Deus, não crer nas palavras da Bíblia Sagrada, não acreditar na dinâmica da caminhada da Humanidade aqui na terra, crê em quê? Em que é capaz de acreditar? O  que pensa da vida? O que diz sobre a morte? Que esperanças apresenta? Que tipo de pensamentos elabora com relação à sua vida e a de sua família? Como vê a caminhada das pessoas com as quais convive? O que acha da vida afinal?

Não tenho a mínima ideia do que pensam esses e não tenho coragem de perguntar. Porque talvez eu me decepcione com suas respostas - e não vão querer analisar comigo as minhas...

Hoje celebramos a Assunção da Virgem Maria ao céu. E o Padre falou muito a respeito dos dogmas da Igreja, disse da presença de Jesus e Maria no céu, falou dos Santos da Igreja Católica - pessoas que já foram canonizadas - explicou muitas coisas a uma assembleia atenta que o ouvia em silêncio. Mas quem não vai à missa não ouve essas coisas...

Falou também com entusiasmo, das visões de Maria Valtorta, aquela italiana da qual já falei em trabalhos anteriores. Mas não vou terminar este livro sem falar da beleza de detalhes com que descreve a Assunção de Nossa Senhora. Lindo demais!!! E cremos em suas visões porque, como dizia o saudoso Papa João Paulo II - hoje canonizado - ela nunca esteve naqueles lugares que descreve tão bem: só podem ser verídicas suas visões! 

E concluindo esta crônica de hoje: confira lá em Atos dos Apóstolos, capítulo dezesseis, versículo trinta e um: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família!" Porque não tem sentido a gente se salvar, sem os familiares. Creio que ninguém se salva sozinho!
(Celina - 18/08/19)

393 - Devo Florescer onde Deus me Plantou!

393 - Devo Florescer onde Deus me Plantou!

Hoje me lembrei muito desta frase lá na Igreja. Lembrei-me de uma profunda reflexão quando, ao participarmos do Encontro para Casais, em Vespasiano, meu esposo e eu, ao voltarmos à sala dos encontros, num determinado momento, encontramos sobre a mesa um lindo cartão com estes dizeres. Fiquei muito feliz ao vê-lo e procurei levar meu esposo a uma reflexão bem consistente e lógica.

Amo a floração! Acompanho passo a passo, o desenvolvimento de plantas que cultivo e acho fantástica cada etapa. Há pouco cheguei à janela do quarto dos fundos e fiquei observando a pitangueira: como está linda! As primeiras flores já começam a explodir e daqui a alguns dias, ela estará toda branquinha; olhando daqui de cima, é uma maravilha!

E a mim não importa se as flores cairão pelo chão na sua grande maioria, poucas se transformando em frutos; o que me fascina agora é a quantidade enorme de alvas flores que enfeitam e perfumam o ambiente. Depois vem outra etapa! E é outra história! É outro trabalho da grande árvore que procura cumprir sua missão e, embora ela não dê muitos frutos, os que vingam são grandes e muito docinhos. Amo!

Há poucos dias, falei de minha azinheira: como estava linda, carregadinha de flores perfumadas, cuja copa eu via, da janela do meu quarto, como uma grande nuvem, como se eu estivesse voando acima das nuvens! Depois, com o passar dos dias, a floração foi se tornando rósea; e hoje - olhei-a agora - já quase não tem flores: apenas sementes que cairão pelo chão e se transformarão em milhares de plantinhas viçosas, que,  muitas vezes, coloco em vasinhos para doar. 

Assim são as plantas. Mas o cartão que recebemos, não era para elas e sim, para nós, os seres humanos. Apenas aproveito para fazer uma analogia. Sei que nas diversas etapas da vida, florescemos de forma diferente, dependendo da faixa etária que atravessamos, do local onde nos encontramos, das pessoas com quem convivemos, das coisas que priorizamos, dos trabalhos que executamos, de uma série de questões... Mas é preciso sempre florescer, onde quer que estejamos, em qualquer momento! E que as flores sejam lindas! E que venham saborosos frutos, a partir do cumprimento de nossa missão aqui na terra. 

Quero sempre florescer, onde, e como eu estiver! Peço a Deus humildemente,  que continue me ajudando em minha caminhada!
(Celina - 18 /08/19)

392 - Continuando a Catequese

392  -  Continuando a Catequese

Explicando para o Lukinha o que é Crisma, pensei: "Será que os pais ainda se lembram dos dez mandamentos?"... Pois é! Parece que a catequese atualmente está ficando só mesmo para a Igreja e é uma pena! Porque os primeiros catequistas devem ser os pais, a Família. É em casa que a criança deve receber os primeiros ensinamentos cristãos.  Como em outros tempos...

Bem! Quando a Família não consegue elaborar uma lista como foi questionado no primeiro parágrafo, mas educa seus filhos, como se os conhecesse, está bem! Porém, não é o que se tem presenciado, infelizmente. O que a sociedade moderna tem apresentado, é uma geração de crianças, adolescentes e jovens que não apresentam o mínimo de respeito para com as pessoas, de modo geral. É uma lástima, porque não é tão necessário conhecer a teoria, mas a prática precisa ser de pessoas do bem. Pequenos deslizes são comuns; entretanto, o que estamos vendo, é uma aberração!

Por isto nos preocupamos com a formação do caráter, dos novos cidadãos e pensamos que se são levados a analisarem as normas de comportamento sugeridas pela Igreja, certamente se tornarão pessoas melhores, cidadãos do bem, pessoas honestas, dotadas de valores que vão tornar melhor nossa vida em sociedade. 

Sei que alguns céticos irão criticar e questionar se é necessário ter uma religiosidade definida para se apresentar como um ser humano ético, sério,  nem um pouco amoral ou imoral. Mas, quero ponderar que, em se tratando de um cidadão que realmente leve a sério sua missão, é bem mais fácil reconhecer a tênue linha entre o bem e o mal. Porque ele tem princípios que fará com que esta análise seja mais consistente. 

Você, o que acha? Certamente alguém apontará pessoas com esta ou aquela característica, eu sei. Só que não estou falando de exceções e sim, de regra geral. E é cientificamente comprovado. Portanto, pais, vamos alicerçar uma educação religiosa de qualidade aos nossos filhos. Melhor prevenir que remediar, não é mesmo? E quanto mais cedo, melhor!
(Celina - 17/08/19) 


sábado, 17 de agosto de 2019

391 - Mais uma Dúvida do Lucas



391  -  Mais uma Dúvida do Lucas

Ontem, voltando do Clube Náutico, o Lucas me pergunta o que é Crisma. E eu disse: é um dos sete sacramentos.  Recordemos: 

OS SETE SACRAMENTOS:

1 – O BATISMO - é porta de entrada para os demais: todos nós fomos batizados e nossos pais escolheram padrinhos para comemorarem, rezarem e se alegrarem conosco. Quem são os seus padrinhos, você se lembra deles?
2 – A CONFISSÃO OU PENITÊNCIA: arrependimento dos pecados e restauração da vida da graça. Apenas você, o sacerdote e o Espírito Santo de Deus!
3 – A EUCARISTIA - o Pão dos fortes: receber com muita alegria a Jesus na Hóstia Consagrada – corpo, sangue, alma e divindade. 
4 – A CONFIRMAÇÃO OU CRISMA – a pessoa confirma seus propósitos do Batismo, assumido um dia pelos seus pais. O crismando e seus pais escolhem os padrinhos.
5 – O MATRIMÔNIO: o casal - o noivo e a noiva - vem à Igreja pedir a Deus as Bênçãos para a sua união; padrinhos, pais e convidados participam com alegria. É um dia muito especial, o dia do casamento cristão.
6 – A ORDEM: O Sacramento recebido pelo Sacerdote, também num dia muito especial, com grandes pompas; é ordenado pelo Bispo!
7 – A UNÇÃO DOS ENFERMOS: o Sacerdote abençoa com o óleo Santo as pessoas doentes e idosas, com as melhores bênçãos de Deus.

Como disse uma de minhas irmãs ontem: "...preocupar-se com a evangelização dos irmãos e irmãs." Como está difícil falar de Deus, para quem não quer ouvir.  Talvez não elaborem assim a questão, mas é que "não pensam mais nisto!"  Pensam tantas outras coisas que não reservam um tempinho para as coisas do alto.  E são as principais!

É preciso evangelizar, não é, Cida? É preciso falar dessas coisas.  Mas como é difícil falar disto aos adultos! Então, vamos dizê-lo às crianças. 

Tive a felicidade de, junto a uma amiga, levar à catequese e à Primeira Comunhão, quatro de meus netos, após ter também caminhado rente com a Júlia - que hoje já tem quase vinte anos - acompanhando-a nesse trabalho. Veremos como vai ser a catequese com os dois últimos: a Gabriela e o Rafael. 

Rezo sempre para essas crianças, a quem ajudamos com as alegrias da catequese. A alguns catequizandos, talvez eu nem mais os veja; mas os quatro netos, sinto que preciso continuar caminhando com eles. Foi uma catequese rápida, bem atípica, com idades de seis a quinze anos; crianças e adolescentes que nos proporcionaram momentos incríveis! Coloco aqui os seus nomes para que você, que me lê hoje, me ajude a orar por eles e familiares:

Nossos Catequizandos: Arthur, Daniel, Edson Victor, Felipe, Gabriel, Gabriella, Gabrielly, Iara, Isabela, Isla, Jardel, Lara, Leonardo, Letícia, Lucas, Manuela, Maria Eduarda, Raíssa, Sara, Sávio, Sophia.

Rezemos por eles para que perseverem nos caminhos do Senhor!

                                                                                 (Celina - agosto de 2019)

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

390 - Santificação

390 - Santificação

Nossa meta é santificar-nos - levando o outro também à santificação, com nosso testemunho, com nossa ajuda, mas, principalmente, com a graça de Deus! Porque tudo é graça! Por isto, precisamos estar unidos a Ele. Nossa sintonia com Ele é que nos levará a uma vida de verdadeiros cristãos, como deve ser.

Amei uma palestra do Padre Paulo Ricardo, em que ele fala da santificação dos pais de Santa Teresinha do Menino Jesus; não por serem os pais dessa humilde e poderosa Santinha, mas por viverem santamente, o Sacramento do Matrimônio. 

Ele conta que  Louis Martin e  Zélia Guérin tinham, a princípio, o desejo de viverem o celibato, mas como a vida lhes ofereceu o sacramento do matrimônio, viveram, de comum acordo,  a virgindade  durante alguns meses após o casamento. Ao conversarem com um sacerdote, ele lhes disse que deveriam viver a vida sacramental do matrimônio, já que a finalidade do casamento católico é gerar filhos para Deus. Assim, começaram a formar uma família numerosa. 

Ambos, filhos de militares, haviam recebido uma educação severa, com muita disciplina e de cunho religioso. Ele era relojoeiro e ela tinha uma pequena empresa das famosas rendas de Alençon. Ambos, enquanto jovens, tiveram o desejo de uma vida religiosa bem austera, mas isto lhes foi negado por motivos diversos: ele porque não conhecia o latim e ela, por motivos de saúde. Assim ele se dedicou ao ofício de relojoeiro, transferindo-se para Alençon; e ela, com suas rendas, servia à alta sociedade parisiense e de outras cidades. 

O encontro entre os dois acontece em 1858  na ponte de São Leonardo, em Alençon. Ao vê-lo, Zélia compreendeu no mesmo instante, que ele seria o homem de sua vida. Tinham uma vida exemplar, enquanto casal: missa diária, oração constante - pessoal, familiar e comunitária -  confissão frequente, participação ativa na vida paroquial. 

Como a profissão de Louis não estava sendo muito rendosa, ele resolveu vender sua relojoaria e ajudar Zélia em sua empresa, assumindo a parte de vendas que, até então, era terceirizada. Assim, ele sempre viajava para levar encomendas e pegar novas. Como eram um pouco demoradas essas viagens, Zelia sempre lhe escrevia cartas. Certa vez, ela lhe disse numa delas: "Eu sempre cantei para meus filhos,  enquanto no ventre, canções de ninar e músicas que falam de Nossa Senhora; mas nesta nona gravidez, é diferente, pois eu canto e a menina que está no meu ventre, canta comigo!".

Tiveram nove filhos, dos quais os quatro do sexo masculino morreram prematuramente e as cinco filhas, todas escolheram a vida religiosa, entrando, uma a uma, para o convento. Teresa, a caçulinha, precisou de licença especial para isto pois com treze anos apenas já tomara a decisão de ir para o Carmelo, contando isto corajosamente ao pai, quando tinha menos de quinze anos. 

Zélia morreu de câncer, quando Teresinha tinha apenas quatro anos. Quando o médico lhe disse que estava com câncer, ela foi para casa e contou tranquilamente para a família, sabendo que não teria mais, muito tempo de vida, pois na época, a medicina nada podia fazer nesses casos.

Cuidando da catequese de Teresa, a mãe lhe falava de uma vida feliz no céu. Por isto, a pequenina rezava pedindo a Deus que sua mãe morresse logo. Ao ouvirem isto, as pessoas a repreenderam pois esta não era uma boa oração, ao que aquela menininha de três aninhos respondeu: "Eu amo tanto a minha mãe que quero que ela conheça logo a felicidade de viver no céu!"

Depois da morte de Zélia, o pai se desdobrou ainda mais em cuidados com suas queridas filhas: brincava com elas, construía-lhes brinquedos diversos, fazia com elas momentos lindos de oração e atendia a todos os seus desejos. 

Uma a uma, foram saindo para o convento, até a sua "rainha", a caçulinha. Estando apenas a Celina com ele, um dia  ele lhe agradeceu por não ter  se decidido ir também para o convento, ao que ela lhe respondeu: "Papai, estou aqui para cuidar do senhor que está doente, mas já me decidi há muito tempo - também eu vou para o Carmelo". E ele: "Vamos então, frente ao Sacrário, agradecer pela sua decisão." E dirigindo-se a Deus, conclui. "O Senhor me pediu tudo, tudo: meus filhos, minha esposa, minhas filhas!" 

Vidas santas!...
(Celina - 14/08/19)

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

389 - "A Paz Esteja Convosco!"

389  -  "A Paz Esteja Convosco!"


"Ele está sempre presente" foi o título da crônica anterior. ELE também está sempre presente, poderia ser o título desta; porque é assim que ELE caminha conosco, todos os dias, todas as horas. Mas é preciso ter fé para sentir a Sua presença. É preciso ter fé para tentar conhecer melhor a Sua vida, a nossa vida, a nossa missão aqui na terra!


Houve um tempo em que ELE caminhou aqui, enquanto Homem. E só fez o Bem. Mas o Bem às vezes incomoda. E ELE incomodou! Os humildes, os simples, os mansos de coração O compreenderam. Alguns ricos e famosos também. Mas talvez não tivessem a coragem necessária para assumir em público essa amizade, a crença no Filho de Deus, a adesão ao Seu plano de amor, Seu projeto de vida, a verdadeira paz! Como Gamaliel que, apesar de ter participado dos questionamentos e sábias respostas daquele adolescente de doze anos, só veio a acreditar mesmo, no momento de Sua morte na Cruz, com aquele terremoto terrível, de assombrosas consequências! 

"A paz esteja convosco!" - dizia ELE -  ao chegar, ao estar, ao sair. ELE desejava que todos conhecessem a Sua paz! Que todos aqueles que O escutavam, aqueles que ouviam falar dELE, aqueles a quem chegassem as Suas palavras,  todos que ouvissem falar de Suas obras, de Seu modo de ser, que todos pudessem viver em paz. ELE deseja hoje que vivamos em paz, apesar dos problemas, apesar das dificuldades, apesar de tudo, que possamos viver na paz que vem de Deus!

E é assim que queremos viver: em Paz! Por isto buscamos a Deus. Procuramos viver na Sua presença. E pedimos, a ELE na conhecida jaculatória: "Eu creio, Senhor, mas aumentai a minha fé!"  Porque almas tíbias se afastam de Deus! E afastando de Deus, irremediavelmente nos afastamos dos irmãos. 

"Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos" - como é difícil seguir esta máxima da cristandade! Porque é preciso contemplação; é preciso disposição; é preciso despojar-se de si mesmo, para ir ao encontro do outro. Desapegar-se é difícil. Como somos pequenos, limitados, diante de Deus, diante do que Jesus pregava aqui na terra - e continua pregando através de Suas palavras! Gostaríamos de ser pessoas melhores. Precisamos ser pessoas melhores! Aos poucos, com a graça de Deus, vamos melhorando nossa atuação, aqui com nossos irmãos...
(Celina - 08/08/19) 

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

388 - Está sempre Presente!

388 -  Está sempre Presente!

Ele está aí; todos os dias! E quando chega é uma festa; porque a escuridão é terrível! Pode o tempo estar nublado; e até chuvoso! Mas ele não deixa de aparecer! E a gente que se levanta cedo, sabe exatamente a hora em que ele aparece, porque a escuridão vai-se embora! Ele é melhor que qualquer luz artificial; porque o alcance é enorme! E sem preconceitos; não faz acepção de pessoas; ele ilumina a todos: pobres e ricos, pretos, pardos, brancos, qualquer etnia ou credo religioso - não importa! Ele aquece a todos, ele cumpre o seu papel, aquilo que lhe foi destinado fazer. Exatamente!

Assim é o Sol! Assim é toda a Natureza,  com todos os elementos que a compõem; apenas o Ser Humano, dotado de inteligência e vontade, nem sempre faz o que deveria. Muitas vezes, a preguiça, o desinteresse, a má vontade,  a raiva, o ódio até, faz com que ele aja de forma inadequada, fazendo o que não deve e deixando de fazer o que deveria. É assim! Porque temos livre arbítrio. Porque temos capacidade de escolha. E nem sempre escolhemos o melhor para nós, e muito menos, para o outro!

Precisamos repensar nossas ações, nossos gestos, nosso jeito de ser e de fazer. Porque é muito melhor para todos quando a gente procura ser uma pessoa do Bem! Como os outros elementos da Natureza! As árvores, as aves, os animais irracionais, toda a flora e fauna, desempenhando o papel que lhe foi confiado. E nós, os chamados animais racionais, estamos agindo sem pensar, destruindo ao invés de construir o que sabemos fazer. 

Vamos pensar no assunto. Porque todos precisamos de todos! O dentista não trata dos dentes de si mesmo, nem o médico pode fazer uma cirurgia em seu próprio coração, não é verdade? Há coisas que somos capazes de fazer; e o fazemos. Então, cada um na sua! Para o bem de todos. Como a purificação do ar pelas árvores, como o mel tão delicioso das laboriosas abelhinhas, como produtos diversos de que necessitamos. É assim! Cada um responsável por aquilo que lhe compete. 

E Jesus, nosso Sol Maior, quando veio, fez o que devia fazer, cumprindo a missão que lhe foi confiada. E Maria... e todos os outros... 

Agora, uma Oração fervorosa, pedindo a Deus que faça com que os nossos governantes - do Mundo inteiro -  cumpram também o seu dever!!! Pai Nosso...
(Celina - 07/08/19)  

  

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

387 - Salmos


387  -  Salmos

Ter vez e voz - que interessante! Voz para cantar, sei que não tenho! Para falar, sim; para cantar, não! Uma vez, o otorrino me disse, solenemente, como dono da verdade absoluta: "Cantar, nunca mais. Nem no banheiro!" Continuei cantando, não no banheiro, mas na igreja, com certeza! Porque amo as músicas que lá são cantadas por toda a assembleia.

Mas estou tendo vez! Nem sei como! Pediram-me um dia para cantar um salmo. Achei simples - e cantei. E me pediram de novo! E agora, toda segunda-feira, lá estou eu, cantando. E no sábado passado, o coordenador me disse: "O salmo hoje é do Eduardo, mas se ele não vier, você vai cantar." Tomei a Liturgia Diária e comecei a ensaiar ali um pouco; o Eduardo chegou, mas estava sem voz, muito rouco, e eu subi, pedindo a Deus que me ajudasse; ao descer, o coordenador me deu os parabéns. Fiquei feliz porque tudo o que procuramos fazer na igreja é para a glória de Deus.

Claro que há muita gente que canta e encanta; não tenho esta pretensão. Mas se continuam pedindo, eu continuo cantando. Mesmo porque, canto para Deus! E creio que, para Deus, não é preciso ter uma voz assim tão bela; ninguém está pedindo um tenor que se apresente para encantar a assembleia! Apenas uma pessoa que tenha a coragem de subir lá no presbitério, pegar o microfone e cantar. 

Assim, estou cantando. Olho o Salmo do dia, e a primeira melodia que me vem, vou cantando e aprimorando para fazer o melhor que posso. Porque é para a glória de Deus. O nosso novo reitor quer que o salmo seja cantado e não apenas lido. Então, vamos tentando. É mais um aprendizado. E creio que precisamos aprender a cada dia. E nem é tão difícil assim. Se você for à internet, vai encontrar um mesmo salmo cantado de várias formas. Então aprendi que você pode colocar nele a melodia que mais lhe convier. E, como disse a minha irmã: quanto mais suave, melhor fica. Porque as harpas e liras, soavam as mais encantadoras notas pelos dedos mágicos daqueles que as sabiam manejar. 

Que bom! Estamos cantando os salmos todos os dias. Sempre aparece um corajoso para pegar o microfone e fazer o que estou fazendo. Obrigada, meu Deus! Muito obrigada, por mais esta atividade!
(Celina - 05/08/19)


386 - Histórias...

386  -  Histórias...


Ontem, domingo, levei a Letícia e o Rafael à Missa na Paróquia de Santa Luzia. Fiquei sensibilizada com a homilia do Padre Evandro: como falava bem do Rodolfo, como se emocionou ao falar da morte dele! Contou a uma assembleia atenta que ele veio morar nas ruas em Sete Lagoas, porque não deu conta de lidar com a morte de sua mãe. E nunca mais quis voltar à terra natal.  

Falou que dormia ali nas imediações da igreja e que certa vez deram a ele um colchão, mas logo, logo, ficou sem ele dizendo que não precisava. Sempre com um sorriso, cumprimentava a todos, era feliz. O Padre procurou saber sobre ele na Polícia Civil: nenhum crime, nenhum furto, nada, nada que desabonasse a vida do Rodolfo. Pessoa boa, humilde, simples, alegre. Faleceu aos trinta e sete anos, e queriam enterrá-lo como indigente, mas o Padre não deixou: organizou um velório para ele, com a maior dignidade, comunicou a morte aos familiares e três irmãos estavam aqui para o sepultamento. 

E o Padre quase chora ao concluir: depois do enterro, um irmão procurou por ele e pediu que agradecesse a todos que conviveram com o Rodolfo e de uma forma ou de outra o ajudaram. Disse que estava indo embora triste porque perdera o irmão, mas em paz, por ficar sabendo que aqui ele tinha sido bem tratado.

Esta história me fez lembrar do Luciano, um mendigo ainda tão novo, que morava ali na Rua Urcine Campelo. Também era sempre acompanhado por alguns cachorros de quem ele tratava. Todos daquela rua gostavam dele e lhe davam comida. Procurei agora uma de minhas amigas,  a Gema,  para saber que fim ele levou, já que há muito tempo não o vejo por lá. E ela  me disse que ele era muito bom, nunca fez mal a ninguém e que chamava de mãe a  todas as mulheres dessa rua, mulheres boas que o ajudavam; disse ainda que arranjaram um emprego pra ele e está morando num comodozinho que alguém lhe arrumou. 

Histórias e mais histórias de pessoas que passam às vezes uma vida inteira perambulando por aí, sem ter o que fazer, sem ter o que comer, sem ter onde dormir. Mas Jesus disse um dia aos discípulos: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus  ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde recostar a cabeça!" - (Mateus 8:20)

Assim, vamos caminhando, cada um com sua história!
(Celina  -  05/08/19)


domingo, 4 de agosto de 2019

385 - Rodolfo

385  -  Rodolfo

Ainda bem que faltam algumas crônicas para eu fechar este trabalho porque não gostaria de me omitir num momento tão importante; detalhes que poderiam, a um olhar menos observador, ou destituído de emoções, passarem despercebidos; fatos de uma riqueza incomparável! É parar para ver o valor do ser humano, como Ser e não como ter.

Estávamos no Santuário, cantando o Ofício de Nossa Senhora, após a celebração da Santa Missa, quando a Sandra recebe uma ligação. Vai atender, e volta dizendo: "O velório do Rodolfo está sendo ali, na capela de São Vicente de Paulo." 

Até então eu não sabia quem era o tal Rodolfo, mas a Maria Eugênia completou: "Ah é! Ele morreu ontem."  E ela: "Ligaram pra mim onze horas da noite, dizendo que ele havia morrido."

Como já havíamos parado mesmo de cantar por alguns momentos, perguntei quem era. Explicaram: um morador de rua que ficava ali perto do SAAE;  há muitos anos que ele vivia ali. E a Sandra completou que sempre dava a ele um prato de comida, almoço, janta, quando ele pedia; ele tinha consigo,  quatro ou cinco cachorros, de quem tratava; sempre que ela passava perto e ele perguntava sorrindo onde estava indo, se ela respondesse que ia ao supermercado, ele dizia: "Traz um pão com mortadela pra mim." Quando entregava, ele mesmo pouco comia pois dividia com os cachorros.

Assim, Sandra ia dando detalhes do jeito de ser do Rodolfo, e a Maria Eugênia complementando. Ele lavava carros e levava o dízimo, religiosamente para a Paróquia de Santa Luzia. E eu pergunto: Onde arranjava água para lavar os carros? "Uai, no SAAE! O povo lá era doido com ele!"

Gente! Isto é um morador de rua! Então eu disse: Terminando nossas orações aqui, vamos lá rezar um terço pela alma dele? E muitas se prontificaram a ir conosco.

Até nos assustamos com o requinte do local: Lá estava tudo o que o Assistencial Santa Clara coloca nessas ocasiões! E lá estava o Padre Evandro! Quando dissemos a ele que iríamos rezar o terço, ele falou: "Que bom! Enquanto vocês rezam eu vou providenciar o atestado de óbito para o sepultamento." Apresentou-nos então suas irmãs que haviam sido avisadas e vieram de longe para o enterro  e  passaram os dados para o Padre providenciar tudo. 

Foram chegando outras pessoas e rezaram conosco. Fiquei encantada com a beleza da urna, a roupa que puseram nele, as flores que o enfeitavam, a expressão tranquila de seu rosto, tudo muito lindo, com direito até a uma bela coroa ofertada pela comunidade de Santa Luzia! Muita dignidade!

Enquanto rezávamos, chegaram outras pessoas chorosas, talvez vindas de longe também. Aproveitei a presença das irmãs para nos inteirarmos melhor da situação e ficamos sabendo que são de Montes Claros, mas não residem mais lá. Que muitas vezes vieram aqui buscá-lo, porém ele nunca quis voltar; gostava da sua vidinha aqui em Sete Lagoas, com os amigos que conquistou e seus cachorros. E lá estavam funcionários do SAAE, rezando conosco e falando de suas qualidades, sempre sorridente, amigo; levava pra eles, frutas que conseguia no Sacolão. Incrível história, a do Rodolfo! E a Sandra resumiu a história assim: "Viu como Deus é maravilhoso? Uma pessoa boa, que só fazia o bem, e recebe agora neste momento final da vida, todo este carinho. Nada passa despercebido aos olhos de Deus!" E eu me lembrei: Está na Bíblia:  um copo d'água, não fica sem recompensa!

Uma vez, em meus trabalhos escritos, fiz esta observação: quando fiquei sabendo que pessoas moravam nas ruas, fiquei encabulada: como é que pode uma pessoa morar na rua? e banheiro? e banho? e chuva intermitente? e frio cortante? e um travesseiro? como é que dorme?...

Não costumo citar em minhas crônicas, nomes de pessoas, a não ser da nossa família, ou pessoas muito amigas. Mas cito aqui algumas,  pois é por uma boa causa: pessoas boas, melhores que eu, que se dedicam a correr atrás daqueles que precisam, que necessitam mais de atenção, de um aconchego e não só de um pedaço de pão!

(Celina  -  03/08/19)