quarta-feira, 28 de agosto de 2019

400 --Obrigada, Senhor!!!

400  --Obrigada, Senhor!!!

Eu deveria estar comemorando, alegre, mas estou é com vontade de chorar... Olha! Estou  chorando! Mal vejo as teclas do notebook, aqui no meu colo!

Já chorei tanto na minha vida!... E analisar agora a situação atual, me faz chorar, reconhecendo, como Deus é bom! Como ELE nos dá muito mais do que merecemos e muito mais do que pedimos! Nascida muito pobre - lá longe! - lá na roça, onde aprendi a ler rapidinho! Numa escolinha, onde havia três turmas na mesma sala - era só uma sala! - e uma fossa lá fora, onde a gente, quando precisava, pedia à professora a licença - que era um pedacinho de tábua - e ia com medo daquele buraco grande, onde urina e fezes caíam; mas que era bem cuidada por ela, a professora, certamente, que procurava mantê-la limpinha.

Minha irmã, Graça, já estava lá aprendendo coisas lindas que eu também queria pra mim! E quando me deixaram ir, no ano seguinte, eu já sabia algumas coisinhas, pela cantoria de minha irmã. E aí, aprendi muito rápido. Lá havia o primeiro ano inicial e o primeiro adiantado; depois, é que os alunos passavam para o segundo ano. Mas comigo foi diferente:  no mesmo ano me passaram para a turma seguinte. Glória a Deus! Logo depois, por um incidente com nosso pai e um vizinho - incidente que poderia ser considerado uma desgraça e foi a maior graça que Deus poderia conceder a nossos pais -  precisamos nos mudar de lá! Claro, no início, muito sofrimento, angústias, incertezas, lágrimas e terço nas mãos!... Mas, "o impossível, Ele pode realizar!" - e assim "aquilo que parecia não ter saída", foi a salvação da família! 

Sim, porque depois de ficarmos algum tempo na casa de uma irmã do meu pai - que Deus a tenha no melhor dos lugares no Céu! - nos mudamos para um pequeno sítio com um terreninho, que começamos a cultivar, para ter o que comer! Meus pais, com os sete filhos que já trouxeram lá da roça, começaram então, vida nova, ajudados certamente pelos irmãos dele que ali moravam e agora, com certeza, estão juntos no Céu; porque os irmãos dela, que também já estão no  Céu, ficaram lá - lá longe! - de onde, certamente, tinham dificuldade para sair, dada a precariedade em que viviam.

Aí fomos para a escola; não, logo que chegamos, porque estava no meio do ano e, saindo assim às pressas, nossos pais não se lembraram de trazer a transferência. Assim, no ano seguinte, começamos nova vida escolar, numa escola que achávamos, enorme, com muitas salas, cada turma em seus devidos lugares. As carteiras eram para dois alunos e assim, sempre me sentei ao lado da minha irmã, Graça, pessoa excessivamente boa, mas que não gostava muito de estudar,  e as provas que fazíamos eram praticamente em duplas. Era ótimo!

A professora ficou gostando muito de nós e no final do horário, sempre pediam - ela e os alunos - pediam que cantássemos, já que logo mostramos que havíamos aprendido lindas músicas na escola anterior. A gente amava aquela escola, aquela professora, aqueles colegas... E nos anos seguintes também. Tudo era muito lindo! As aulas eram um oásis, onde nos descansávamos do trabalho duro da roça, nos brejos, cultivando o arroz, ou nas eiras de milho, café, feijão...

Mas o Primário chegou ao fim e o Ginásio era particular! Como pagar, não tínhamos! Então  a  professora nossa, do segundo ano, Dona Zita Leal, conseguiu uma bolsa pra mim. E além disto,  me passou todos os livros do seu filho que estava um ano à frente. E assim, pude continuar meus estudos. Os filhos daquela tia boa que nos acolhera, certamente incentivados por ela, me deram os uniformes que eram três: o de todos os dias, o uniforme de gala - só para os dias de festa -  e o de Educação Física que era lindinho demais, não mais que o de gala, que era suntuoso e cuja presença nos desfiles por ocasião das festas de Independência do Brasil, arrancavam lágrimas dos pais ao verem filhos assim, tão lindos, a desfilar, e no coreto da praça, cantando hinos, declamando enormes poemas, como patriotas de verdade! Coisa bonita de se ver!

Antes de terminar o Ginásio, apareceram lá em Teixeiras, pessoas boas de Belo Horizonte, oferecendo-se para pagar os estudos de alunos pobres. E a diretora indicou o meu nome. Diziam as más línguas que era apenas para pagarem menos impostos; não importa! Eles não só pagavam a mensalidade, como nos davam todos os materiais escolares! E quando fomos para a Escola Normal Nossa Senhora do Carmo, em Viçosa, cidade vizinha, eles continuaram pagando para nós. Não me lembro quantas éramos, só sei que eu era uma das privilegiadas, graças a Deus, pois meus pais não tinham a mínima condição de pagar estudos pra nós. Porém, Deus é maior e nunca nos abandonou! Minha gratidão eterna a Sinésio Castilho, que não conheci, mas a quem eu mandei  cartas de agradecimento algumas vezes.

E antes de me formar Professora, comecei a dar aulas no mesmo Ginásio onde havia estudado, já que me conheciam muito por ter sido uma boa aluna e também porque já trabalhava, sempre dando aulas particulares em casa ou nas turmas para o exame de admissão ao Ginásio. Depois de algum tempo, essa escola passou a ser estadual. E foi assim que começou minha feliz trajetória na Educação Escolar,  onde fiquei trabalhando por longos quarenta e seis anos.

Sempre gostei de escrever e mandava artigos para um jornalzinho da cidade de Ubá, um jornal que meu pai assinava. Depois andei escrevendo também para jornais em Diamantina. Nessa cidade, que era do meu esposo, consegui fazer Faculdade de Pedagogia, o que me abriu novos horizontes. Aqui, em Sete Lagoas, fiz Psicopedagogia e montei um pequeno espaço em casa para atendimento psicopedagógico, o que me deu uma satisfação imensa. Era lindo trabalhar com aquelas crianças que apresentavam alguma questão a ser resolvida.

Sou feliz! Casei-me há quase cinquenta anos, com a pessoa que amo, minha grande paixão e Deus nos concedeu a graça de quatro filhos maravilhosos que trouxeram para nós a alegria de sete netos.

Minha paixão pela escrita e especialmente pela poesia, me fez guardar alguns poemas que, mais tarde, encadernei para os quatro filhos. Hoje termino este trabalho literário de crônicas e alguns outros gêneros, que entrego para os netos e, como está na internet - blogs se transformando em  livros - estão ao alcance de todos.

Paro por aqui. É claro que muita coisa boa ainda vamos vivenciar, mas são consequências: é o que plantamos que estamos colhendo, com muita alegria, graças a Deus! Nestes trabalhos diversos, pude falar de Família, de crianças criativas, falei de amizades, de estudos, do cotidiano... Mas principalmente, falei de Jesus e de Maria e de pessoas afins, como também de amigos que cruzaram meu caminho e que me fizeram um bem imenso! 

Porém o trabalho de edição destes livros que termino de escrever, eu o devo diretamente aos Clubistas que muito me incentivaram. Lembro-me de que, quando fui convidada a participar, levei comigo os livros de poemas que mandei encadernar para os filhos e os de crônicas para os netos, e falei dos dois blogs: retalhosdaalma.blogspot.com - encerrado - e botoesderrosas.blogspot.com - ao qual eu dava continuidade com novas crônicas. E muitos trabalhos, daí pra frente, surgiram dos próprios trabalhos no Clube. 

Fecho agora esta coleção! Mas continuo cantando o Amor. Porque Deus é Amor! E não está fora de moda, este sentimento - este, não, esse! - este sentimento que faz com que as pessoas caminhem em paz pelo mundo, faz com que façam bem cada pequena ação, com alegria, como diz São Paulo "Tudo o que fizeres, faze com alegria, por amor a Deus!" Seja qual for a sua profissão. 

Ouço agora - madrugada do dia 28 de agosto de dois 2019, o Professor Felipe Aquino - na sua palestra de 22/12/2016:  "Tornar a Vida Boa pela Graça de Deus!"  E segue explanando suas ideias a partir do Catecismo Católico que, no momento, é a Leitura que estou fazendo. Quando levo a Gabi para a natação, levo comigo o Catecismo, porque gosto de ler coisas boas. E agora, ele cita Santo Agostinho - hoje  dia 28 que, coincidentemente, é o Dia desse Santo;  e ontem foi o dia de sua mãe, Santa Mônica, aquela que rezou durante trinta anos para a conversão dele, que se tornou depois um grande doutor da Igreja e hoje está em nossos altares!

Meus amores, termino por aqui este trabalho de boas mensagens, afirmando a todos que não está fora de moda, o Amor - o Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo; obedecer aos dez Mandamentos, obedecer aos seus Ensinamentos, aos Sacramentos... O Professor  fala agora do sacramento da Crisma dizendo que é um sacramento obrigatório, pois é a confirmação do que nossos pais pediram no Batismo. E o Matrimônio, gente,  um Sacramento tão importante em nossa vida!

Desde o início eu disse que queria passar boas mensagens. Pois é! Creio ter dado o meu recado. Deus abençoe a todos. Se você, meu querido leitor, passou os olhos e penetrou nas mensagens destes quatro livros da Coleção "Botões de Rosas", continue lendo coisas boas: leia a Bíblia Sagrada; leia o Catecismo da Igreja Católica; leia as Obras de Maria Valtorta, leia as Confissões, de Santo Agostinho, leia a Vida dos Santos - pessoas santificadas pela graça de Deus... Leia coisas que alimentam a alma, que edificam o espírito. Paz e Bem!
(Celina - 28/08/2019)

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