quarta-feira, 29 de abril de 2020

438 - 05/03/2020

438  -  05/03/2020

Que data é esta? Você pode estar se perguntando...

Talvez nada de tão importante, nacional ou internacionalmente, tenha acontecido exatamente nesse dia. Talvez, nem para mim - nem para você! Não me lembro do que eu vivi naquelas vinte e quatro horas, uma quinta-feira, como qualquer outra.

Mas hoje - dia 29 de abril de 2020 - 55 dias depois, fiz questão de conferir - pra mim tem uma importância muito grande!... Tão grande que quero contar pra você porque HOJE eu entendi o que estamos vivendo.

Hoje - 29 de abril de 2020 - acordo cedinho e começo a ouvir anúncios de mensagens no celular. Levantei-me, não por causa das mensagens, mas porque levanto cedo mesmo. E então ligo a televisão para ver um programa de que muito gosto: uma palestra - muitas vezes, bem antiga - na Canção Nova. Mas esta que vejo hoje, é recente. E fala do isolamento afetivo dos idosos na Itália e em todo o mundo.

E pude então entender tudo, tudo! E espero que você também entenda o "Para quê" desta situação atual. Porque vi na tela, exatamente assim: 

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TEMA - LEVANTA-TE, TOMA O TEU LEITO E ANDA
IVANA BRANDÃO - 05/03/2020
 (tv.cancaonova.com)
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Não tenho o hábito de colocar nomes de pessoas estranhas à família nas minhas crônicas, a não ser quando já estão mesmo na internet, com acesso público. Por isto, cito aqui o nome da palestrante, a qual falou fundo ao meu coração. Eu nunca a havia visto em outras mensagens, mas fiquei encantada com o tema abordado naquela palestra e as situações que ela aponta, com muita propriedade. E assim, atualiza uma passagem bíblica, bem conhecida, fazendo comparações com o que vivemos hoje; e aprofundando em assuntos muito importantes: Solidão e Família!

Diz que morou na Itália durante uns treze anos, e via, chateada, a solidão em que as pessoas estão vivendo. Idosos morrendo sozinhos em casa, sendo encontrados muitos dias depois; jovens também! E ela fica pensando: será que nunca tiveram filhos? Ou será que eles os abandonaram à própria sorte, nenhum tipo de assistência, de presença, de calor humano?... Onde está a família?

E então, transferindo para a nossa Pátria, cuja situação não é diferente - como em outros lugares também, infelizmente - ela chama os músicos para refletirem com a assembleia que fica assim pensativa como eu, ao cantar uma música, complementando a palestra! 

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MÚSICA: EU TE LEVANTAREI! EU TE LEVANTAREI! 
FILHO AMADO! FILHO QUERIDO!
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Você sabe cantar essa música? Certamente! Como eu! Agora, todos de pé, estão cantando. Mães, esposas, pais, esposos, filhos, pessoas solitárias, sendo levantadas, sendo retiradas da solidão, da tristeza, animadas pelos músicos.

E Jesus chama a cada um pelo nome e repete, com carinho e firmeza: "Levanta-te! Escuta-me! Eu estou contigo! Eu te visito! Eu te vejo! Sai desta prostração! Fala com quem está do teu lado agora! Se ainda não há ninguém, se ainda não veio, fala comigo! Eu estou aqui contigo! Conheço-te, mais que tu mesmo! Levanta-te! Vem a mim! Não te isoles mais! E sai dessa situação de pecado! Esquece o passado! Vive o presente! Fica comigo pois EU estou sempre contigo!"

E aí, enquanto ouço, vou conferir quem me mandou mensagens tão cedo. E a primeira que eu abro, traz palavras de São Luís Maria Grignion de Montfort! Exatamente as palavras que a  Sônia Venâncio usa agora, dando início ao santo Rosário: "Deus reuniu todas as águas e deu o nome de mar; reuniu todas as graças e deu o nome de Maria!"  Coincidência? Não! Coisas de Deus! Fico encantada com a PRESENÇA DELE em nossa vida!

(Celina - 29/04/2020)

sábado, 25 de abril de 2020

437 - Ide!

437  -  Ide!

Se a gente pedir a muitas pessoas para conjugarem o verbo ir, no presente do indicativo e subjuntivo,  poucas saberão fazê-lo com correção; e, muito menos, no imperativo! Mas todos os cristãos sabem bem o que significa esta palavrinha estranha: "Ide!" -  Ide pelo mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura. Hoje, Dia de São Marcos, estive pensando nisto. Ele que em seu curto Evangelho quer nos inquirir sobre "Quem é Jesus?" e "Quem são os seus discípulos?"  

Sabemos que para ir é preciso ter fé, é preciso acreditar. E eu analiso hoje, o que Jesus diz pra mim e pra você: "Ide!". E como a gente muitas vezes vacila, Ele nos anima: "Não tenhais medo! Eu estarei sempre convosco, até o fim!"  E é a Ele mesmo que nos dirigimos, a pedir insistentemente que nos dê coragem, que jamais nos abandone, para que não venhamos a fraquejar. 

Porém, sabemos que não é preciso ir muito longe; basta que a gente consiga ir à família, aos amigos, à vizinhança, ir ao coração das pessoas, que estão ao nosso alcance.  "Ide!" está a nos dizer o Mestre! E qual a nossa resposta?...

Por isto, pedimos: Fazei-nos, Senhor, anunciadores do Vosso Reino! Queremos ser  evangelizadores! Há muitas pessoas no mundo, anunciando a guerra. Nós queremos anunciar a Paz! Queremos ser promotores da Paz. A Paz que vem de Deus! Por isto, eu repito hoje com o salmista: "Ó Senhor, eu cantarei eternamente o Vosso Amor!"

Escuto o Senhor neste momento: "Ide!" E eu digo agora: Sim, Senhor, eu quero ir! Mas, não estou sabendo como fazê-lo. Hoje, a gente não pode sair do lugar. Temos que ficar aqui. Em casa! Todos confinados, porque é a ordem maior. E assim, não podemos receber o Senhor  na Eucaristia. Ajoelho-me, frente ao televisor. Queria tanto!...

Fico a olhar para aquele chão frio, cadeiras vazias... Mas Jesus Sacramentado está presente ali no altar, e eu gostaria de que migalhas caíssem na minha mão, como aquela senhora que proclama, falando ao próprio Jesus: "Também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seu dono!"  

Escuto mais uma vez: "Ide!"-  mas não posso ir; fisicamente, não; todavia, virtualmente, vou sim, Senhor,  deixando aqui o meu recado. Em lágrimas! 
(Celina  -  25/04/2020)  


sexta-feira, 24 de abril de 2020

436 - ERMAUM!

436  -  ERMAUM!

Notaram, amigos, que o título desta crônica está bem diferente dos outros? O título sim, mas o assunto é o mesmo da anterior: o aprendizado da escrita! E a autora deste novo vocábulo é a mesma do "coarto". Muito bem: é a Gabi! Seis anos.

A mãe conta que chega do trabalho e, por acaso, encontra um bilhete da Gabi, onde ela diz ao "QUE - RIDO ERMAUM" que sabe que ele está bravo com ela porque pegou seus adesivos sem permissão. E completa: "MAIS MESMO ASIM TE AMO" E desenha um lindo coração, fechando o seu ingênuo pedido de desculpas - por escrito!

E a palavra "ERMAUM" - parecendo um vocábulo de origem latina da quarta declinação, no acusativo singular (como "tribum") - já passou a fazer parte do vocabulário da família. Esta é a Gabi, que procura dar seu recado por escrito, como em diversas outras situações. E nós, orgulhosos da pequena escritora, vamos acompanhando seu progresso, já que ela, muitas vezes, prefere escrever, que falar. Há muitas pessoas assim, não é ? Outras têm dificuldade na  escrita,  preferindo abrir a boca e desabafar. 

Se você tem ainda em casa, uma criança, que inicia seu processo de aprendizagem da escrita, procure observá-la todos os dias e se surpreenderá com aquilo que diz, ali no papel, dando seu recado direitinho.  Em alguns casos, é preciso, delicadamente, pedir que ela diga o que escreveu. Mas, na maioria das vezes, dá pra entender, sendo utilizados alguns termos engraçadíssimos, como o coarto e o ermaum da Gabi. Acho fantástico isto!

Trago até hoje comigo, um recado do nosso caçula, quando morávamos em Três Marias. Houve um problema com o gado local - uma doença, que não me lembro mais de que se trata - e ficamos sem o leite. Ele, que sempre fizera um uso enorme desse alimento, sentindo sua falta, escreveu, num rótulo de Toddy, a seguinte súplica: "Mamãe, min da lete". Ô dó!... Antes de completar cinco anos! Claro, com a letrinha dele, bem difusa ainda!

Não é uma maravilha tudo isto?
(Celina  -  24/04/2020)


435 - Coarto

435  -  Coarto

Chegou pelo whatsapp! Mostrei ao vovô! Entusiasmado, declarou: "Nossa! Que coincidência! Igualzinho o cartaz da Júlia!"  E eu: Coincidência maior foi a gente ter comentado sobre isto há poucos dias. Estava falando com ele de vários bilhetes da nossa neta Júlia, que hoje já tem vinte anos,  e ele disse: "O melhor que eu achei foi aquele: Coarto da Júlia" - uma placa que ficou na porta do quarto durante meses - anos talvez - que era uma plaquinha de papel  colocada na porta. E agora, vem a Gabi com esta: "Amanhã, a brincadeira é no coarto da Gabi." 

Todo aprendizado é bom, mas aprender a escrever é muito bom! Esse início da alfabetização é  lindo demais! As crianças começam a manifestar o que pensam, através da escrita. Seja como for, sempre procuram dar o seu recado. Isto é fantástico! E aí surgem palavras ou expressões que ficam na história da família, como o "coarto da Júlia" que virou agora, "coarto da Gabi", já que escreveu da mesma forma. 

Tenho muita pena de quem não sabe ler. Durante todo o tempo que atuei na Educação, quase sempre trabalhei com alunos já alfabetizados, preocupando-me apenas com um letramento, mais apurado, a escrita correta, um jeito mais erudito de se expressar, principalmente através da escrita.  Pouquíssimas vezes, atuei como alfabetizadora, e devo declarar que achei fantástico! Como é lindo acompanhar o processo, desde o início do ano letivo, passando por várias etapas, mais ou menos, bem definidas e chegar ao final do ano com aquela leitura bonita, uma satisfação muito grande de alunos e principalmente das famílias, que acompanham passo a passo, e veem a vitória, quando as crianças dão sinais de dominar o processo. É muito lindo!

É preciso que as autoridades deem uma atenção especial à educação infantil, pois, quando a criança aprende na época certa,  o letramento seguramente é mais tranquilo e pode-se esperar que a mesma deslanche rapidamente e cada vez com mais entusiasmo. E a sociedade - especialmente o país - só tem a ganhar com isto. Cobremos dos governantes uma legislação eficiente nesse sentido.
(Celina  -  22 /04/2020) 




quinta-feira, 16 de abril de 2020

434 - Saldo de Orações

434  -  Saldo de Orações

Pensei nisto - saldo de Orações! Falo assim, por diversas situações, mas, principalmente, pelo fato que relato agora, o qual considerei pra mim mesma, um grande livramento. E senti a presença de Deus em minha vida. Já faz algum tempo!... Relutei muito para citar este fato, mas hoje senti vontade de fazê-lo, para que possamos estar atentos aos acontecimentos. 

Já falei em trabalhos anteriores, sobre bênçãos e livramentos. Por diversas vezes, falei em se prestar atenção aos sinais de Deus. Desde o amanhecer, ao se poder levantar e caminhar, e fazer tantas obras durante todo o dia, e voltar para o leito à noite, num merecido repouso, sempre louvar a Deus! Louvar o nosso Criador nas pequenas coisas do cotidiano, demonstrar-Lhe gratidão por cada momento que se vive, é uma alegria tão grande, que a gente sente a sintonia deste Ser Superior com as simples criaturas que somos nós.

Era domingo! Fui à Missa bem cedo, como sempre. Ao chegar em casa, deixei o carro na rua, porque daí a pouco, eu iria para uma ginástica no Clube, um tempo que eu tirava para cuidar do físico, após ter cuidado com muito carinho,  da parte espiritual. 

Entrei, fiz café para deixar para meu esposo, caso ele se levantasse antes de eu voltar do clube. Comi também alguma coisa e saí. Ao chegar à rua para entrar no carro, vi um vizinho no portão da casa dele, cumprimentei-o e lá fui eu. Mais de uma hora depois, eu retorno para tomar um bom banho e dar início às tarefas do dia. 

Cheguei, abri o portão da garagem, entrei, fechei-o,  e fui pegar a chave para entrar em casa. Ponho, até sem olhar, a mão onde sempre a colocava: não estava lá! Assustada, comecei a procurá-la; onde teria caído? Procurei pra todo lado, já muito assustada, porque havia trancado a porta antes de sair e não entrara com ela no clube, claro! E como é que ela não estava no lugar onde sempre a colocava?... Era um pequeno espaço retangular onde ficava - e estava lá - um terço que um amigo trouxera da Polônia, com a Medalha de São João Paulo ll, na época, ainda Beato.  

Apavorada, abri a porta do carro e acionei o alarme, desencantada da vida, sem saber o que fazer, sem a minha chave para entrar na minha casa! Desesperada!  

Ergui os olhos e, brilhando, no meio exato da rua, no asfalto quente de um sol de meio dia, ela - a minha penca de chaves! Abri o carro novamente, a toda pressa, como se, se eu demorasse, alguém pudesse pegá-la, ali naquele lugar! Peguei o controle, abri o portão da garagem apressadamente, sem fôlego - e fui pegar  a chave! Mal podia acreditar! Havia nela um chaveiro que uma amiga me dera, com uma medalha de Santa Paulina, cuja argolinha que a ligava aos outros, estava aberta; talvez um carro tenha passado por cima dela. Ainda sem fôlego, peguei avidamente os três: medalha, argolinha e chaves - e voltei para a garagem, fechando o portão.

Levei muito tempo para abrir a porta, a cismar, com as chaves nas mãos. Ali estavam três chaves: a do portão de entrada, e as das duas portas da frente, além de um outro chaveiro inox, em forma de coração, com o meu nome gravado, bem bonito - um presente de uma professora de Ensino Religioso, quando eu trabalhava na E. E. Dr. Ulisses Vasconcelos.  Como pudera ficar ali, durante tanto tempo, no meio da rua, brilhando ao sol, uma penca tão grande de chaves,  e não ser encontrada por ninguém? Certamente, caíra de minhas mãos que levavam chave do carro, a carteirinha do clube, garrafinha de água, controle do portão e talvez até outras coisas mais...

Não! Não abri a porta logo. Precisava respirar! Se um vizinho a encontrasse iria certamente bater a campainha e acordar meu esposo para entregar as chaves - e aí, eu sei a bronca que eu iria levar, duplamente! Mas, isto, com certeza, não seria o pior! Se uma pessoa, que não fosse do bem, a encontrasse, poderia perguntar maldosamente, a algum vizinho: "Onde mora Celina?" - porque o nome estava no chaveiro - daria certamente, uma volta pelo quarteirão, entraria depois na casa - poderia até escolher uma das duas portas! - e sobre a mesa, ali estava a minha bolsa com dinheiro, documentos e todos os cartões!

Só de pensar nisto, me dava calafrios. E só aí pude lembrar de rezar e agradecer ao Bom Deus, por ter me livrado de uma enorme encrenca. E pensei no "Saldo de Orações" - a gente reza o dia todo! A gente procura estar sempre em sintonia com Ele! Porque, no momento do desespero, até aquela hora, eu não havia pronunciado uma única Ave-Maria! 

Só de lembrar, estou em prantos, porque estas coisas mexem muito comigo! Começo a me lembrar de tantas outras situações de livramento na minha vida e na de nossos filhos. Só consigo dizer agora, com carinhoso fervor: MEU DEUS, MUITO OBRIGADA!


(Celina  -  16/abril/2020) 

sábado, 11 de abril de 2020

433 - Amigos!

433  -  Amigos!

Como é bom ter amigos! Amigos de verdade! Amigos que acrescentam, amigos que vêm somar sempre, e não nos deixam desanimar nunca. Chegam assim, de mansinho, como quem não quer nada e, de repente, a gente consegue visualizar por que vieram. É assim.

Criei um grupo de whatsapp e vou acrescentando, a cada dia, uma amiga a mais. São mulheres do bem, pessoas de peso, que vou encontrando pelo caminho. Vamos nos falando pelas mensagens e, quando menos se espera, lá está estampada, bem à frente dos nossos olhos, uma palavra de encorajamento, um áudio que diz exatamente o que a gente estava buscando naquele momento. E os depoimentos são muitos. E verdadeiros!

Se não se tem mais aquele hábito antigo de visitas frequentes, se a vida foi caminhando de forma a não nos permitir mais tais práticas, antes tão saudáveis, se os ponteiros dos relógios parecem ter enlouquecido, o que faz todo muito repetir que não tem tempo mais para os encontros nos finais de tarde, ou nos finais de semana, se isto é culpa de uma tecnologia que se encontra presente em cada cômodo de espaçosas casas  ou minúsculos  apartamentos, a própria vida que se segue deu um jeitinho de inventar um outro meio de marcar presença. E todos vamos aceitando e incorporando novas práticas, também saudáveis, também viáveis e eficazes.

E quando menos se espera, lá vem um telefonema - porque ainda se é possível usar o telefone pra isto também - e aquela voz bem conhecida, do outro lado da linha, que chega acaloradamente: "Nossa! como você adivinhou assim? A mensagem que me mandou hoje é exatamente o que eu queria ouvir, exatamente o que procurava! Pode acreditar, é tudo aquilo de que eu necessitava neste momento!"

E a gente fica feliz, por ter feito o outro feliz, por ter feito uma boa ação. Obrigada, Senhor! Vida que se segue, inventos que são bons, amores que se doam, feridas que se cicatrizam por bem pouco. Obrigada, Senhor!

Sei que já falei disto antes - mas me deu uma vontade de falar de novo... Porque hoje, foi mais forte o que ouvi, o que vi, o que massageou meu coração, cheio de amor pelos irmãos, pela humanidade. Obrigada, meu Deus!

(Celina -  11/04/2020)

segunda-feira, 6 de abril de 2020

432 - Pequenas Tarefas

432  -  Pequenas Tarefas

Tenho pensado muito nisto: as minhas pequenas tarefas do cotidiano, tarefas que sempre executei, mas não com tanta precisão e tamanha dedicação e cuidado, como nos dias de hoje, com este isolamento social obrigatório, que estamos todos vivenciando.

São pequenas tarefas pelas quais, em minha casa, sempre fui responsável: algumas do tipo, levantar bem cedinho, abrir as janelas possíveis, agradecendo a Deus pelo novo dia que rompe, e, fechá-las todas, à noitinha, agradecendo ao mesmo Deus, que nos proporcionou viver, mais uma vez, aquelas horas, parecidas com tantas outras que já se foram.

Agora estou aposentada, mas fico pensando em quantas mulheres estão  aprendendo ou reaprendendo a ser donas de casa, nessas mesmas tarefas de ser responsável pelos alimentos que a família vai consumir no almoço e no jantar; responsável por uma casa limpa e agradável de se estar, toda a família, durante todo o dia; de estar atendendo aos pedidos de esposo  e filhos e outros familiares, que estão agora dentro de casa, sem poder sair; de cuidar das suas roupas porque não sabe quando poderá deixar esta tarefa para secretárias que sempre as fizeram; de cuidar do lanche da manhã, da tarde e da noite; de levar as crianças para a cama e vê-las acordarem alegremente, no dia seguinte, porque, de certa forma, já se esqueceram um pouco das aulas e não estão sentindo mais a falta dos coleguinhas de escola, felizes porque têm em casa agora, durante todo o dia,  o papai, a mamãe, e, muitas vezes, ainda outros,  mesmo que sintam falta de visitar os avós...

É... Como diz meu esposo, o mundo todo deu uma guinada tremenda em poucas semanas! E como eu gosto de pensar positivamente, dentro da máxima de que "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe", quero concluir que tudo vai passar e que muita coisa boa vamos colher desses dias tão diferentes que estamos vivenciando agora, todos nós -  praticamente, toda a humanidade. E teremos, no mínimo, belas histórias pra contar para netos e bisnetos, que acharão difícil acreditar, tanto mais, quanto mais afastados da época atual.

Mas, voltando ao título, as minhas pequenas tarefas diárias adquiriram também novo sabor, já que, não tendo que sair de casa, faço-as com mais carinho e lento  cuidado: lavar a pequena fonte de água  benta, acrescentando mais um copo d'água, sempre que necessário; dar corda no relógio de parede, antigo presente meu para o meu esposo; lavar o filtro e colocar nova água; manter a casa e arredores bem limpos; molhar as plantas; alimentar os meus peixinhos, cuidando da limpeza e mantendo a bombinha funcionando;  cuidar de uma alimentação saudável para nós dois, apenas;  atender ao telefone e campainha;  missa diária - agora apenas na televisão ou computador; e orar, orar e orar; coisas que, se eu não fizer, não há quem as faça! E com maior satisfação, eu as faço agora, porque tenho tempo de sobra!

Porém, mães dentistas, professoras de tempo integral, profissionais de dedicação exclusiva, trabalhadoras de outros ramos, que estavam acostumadas a ficarem fora de casa o dia todo, estão realmente achando, no mínimo, estranho, essas novas tarefas domésticas, esse novo jeito de viver a vida! Pois, além de não poderem sair para trabalhar, tiveram que dispensar suas secretárias e fazer em sua casa, o que era responsabilidade delas. Quem diria!!! Isto tudo, pela ação maldosa de um simples coronavírus!!!

Trabalhei fora durante quarenta e seis anos, mas, como, após o casamento, era apenas em um período, nunca deixei de cuidar de minha casa, contando com alguém, apenas quando os filhos eram pequenos, no período em que eu estava no trabalho! Por isto, sempre cuidei dessas tarefas domésticas, sobrando ainda tempo para ler e escrever. Agradeço muito a Deus, por todas as coisas que tenho feito em minha vida. Obrigada, Senhor! 

(Celina  -  06/04/2020)

431 - "Volta, meu Filho, Volta pra Casa!!!"

431  -  "Volta, meu Filho, Volta pra Casa!!!"

Assim diz o Pai, o Divino Pai Eterno, a todos aqueles que estão distantes, a todos que se afastaram do convívio com Ele, a todos que se afastaram de uma vida de Oração individual e comunitária, a todos aqueles que se esqueceram de suas origens, esqueceram-se do primeiro Amor: "Volta, meu filho! Volta pra casa! Estás tão distante! A cada dia te afastas mais. Não faças isto! Volta pra casa!  Volta pra mim! Quero receber-te em meus braços! Quero te dar um abraço! Quero fazer festas pela tua volta! Volta pra casa!!!"

E hoje aqui estamos nós: em casa! Em casa, com a Família; em casa, com os mais próximos, aqueles que realmente moram conosco. 

Mas não podemos nos esquecer: para que estas pessoas, que aqui estão agora, ao nosso lado, confinadas em nossa casa, para que elas existissem, foi preciso o sopro de Deus! Foi preciso, o sopro da vida! 

É isto! Estamos vivos! Vivos porque Deus quer que assim seja! Vivos até hoje e até quando Ele quiser! Será que alguém duvida disto? Não! Em sã consciência, ninguém pode duvidar.

Não duvide você também. Você está vivo! Aleluia! Alegre-se! Quantos morreram antes de nascer. Quantos viveram poucas horas, poucos dias, poucos anos, poucas décadas! E você está vivo! Que bom! Ele quer que você viva mais! Que faça mais! Que seja mais! Porque sua missão é muito linda - e ainda não terminou; assim que terminar, você vai embora, sabia? E quando chegar a hora, não há nada que se possa fazer! E nada que você queira fazer, mudará os planos que Ele tem para você.  Porque Ele vai querer naquele momento, que você volte pra Sua casa. Percebeu? 

E sei que o dia em que Ele me chamar, eu tenho que ir. Posso ainda estar cheia de planos - planos meus - que então, já não se coincidirão com os d'Ele, porque é hora de voltar. Quando Ele me disser: "Celina, você já ficou muito tempo na terra; já cumpriu sua missão; está na hora de voltar" - eu só poderei obedecer. Não sei quando será - ninguém sabe! - mas eu terei que dizer adeus a tudo que eu quis, a tudo que eu fiz por aqui. É assim! Não tem jeito, meu bem! 

Gosto de pensar nestas coisas, gosto de estar com Ele, gosto de conhecer Sua Palavra de vida - e não só de vida na terra, mas também de vida Eterna. E foi para que eu e você e toda a humanidade - para que pudéssemos tomar conhecimento de Suas Palavras - foi que Ele enviou à terra, Seu Filho, Jesus Cristo, a segunda Pessoa da Trindade Santa. Foi para que pudéssemos ter uma relação íntima com Ele pois Seu Filho Jesus nos ensinou a chamá-lO de Pai; e não, Pai meu, mas Pai Nosso, Pai de todos os Homens!

Pense nisto, meu irmão! E seja feliz já, aqui na sua casa, e procure viver com Ele, já aqui mesmo onde estamos, todos os dias, até que Ele o chame para a Sua casa. É bom! É muito bom! Espero que você entenda!

(Celina  -  06/04/2020)

sexta-feira, 3 de abril de 2020

430 - Saudades de Ti!

430  -  Saudades de Ti!

É interessante dizer que estou com saudades de Ti! Porque sei que estás sempre comigo! Sei que, "se me deito, ou me levanto, se estou sentada, ou caminhando, posso estar em qualquer lugar, que estás comigo". Eu sei! Sinto a Tua presença, em cada instante, sinto que me olhas, que me vês, de verdade; ouço Teus aconselhamentos a cada escolha, sinto o Teu Amor a cada palpitar do meu coração...

Parece redundante dizer que estou com saudades de Ti! Uma construção pleonástica talvez. Pode parecer simplesmente, uma evocação, ou antes, um desejo de ser mais, de estar mais, de querer mais... na solidão de um louvor individual...

É isto! Talvez seja mesmo, o desejo de estar em comunidade - o que no momento, me é negado! Desejo de uma louvação maior, desejo de que minha voz se una a tantas outras, no intuito de sentir o ressoar mais forte, mais vibrante, mais audível...

Porém, sei também, que tal modo de pensar não se justifica, porque tenho certeza de Tua presença real, tenho certeza de que ouves meus lamentos, tenho certeza absoluta de que estás comigo agora, que sempre estiveste e por todo o sempre, estarás! Porque sei que és eterno: sei que sempre exististe e sempre existirás. E sei que me conheces de verdade - e me chamas pelo nome...

Mas estou com saudades! Uma saudade dolorida, constante, inquietante - mas reconfortadora! Tua presenças me faz sentir que eu sou, sou de Deus! Sou tua para sempre, meu amado Jesus!

Apenas, saudades de Ti, de Tua presença viva, real, na Hóstia Consagrada!

(Celina - 02/04/2020)

quinta-feira, 2 de abril de 2020

429 - Vírus - Reais e Virtuais!

429  -  Vírus - Reais e Virtuais!

No momento atual bem difícil que estamos vivenciando, falar de vírus dá arrepios! E aí, instintivamente, a gente corre para lavar as mãos, daquele jeito que a televisão está ensinando, meu Deus do céu, tem que ser assim, até os punhos, "lava bem, senão o vírus não vai embora!"... É um vírus real!

Quando chegou pra nós - o povão - quando nos foi permitido acessar as muitas coisas que a internet lançava aos ares, de repente, a gente ouvia: "Entrou vírus, meu Deus do céu, não consigo fazer mais nada, chame fulano, tem que eliminar esses vírus daí, senão a gente não consegue resolver isto hoje,  e, por favor, venha logo"; e mexe daqui, e mexe dali, e formata tudo de novo... e quem entendia, levava seu dinheirinho pra casa... Era o vírus virtual!

Em um caso ou em outro, é a vida que se segue, e que precisa ir trilhando seus caminhos, porque o mundo não pode parar, porque a empresa precisa continuar funcionando, porque a escola precisa dos alunos, porque os alunos precisam da escola, porque as famílias precisam seguir com suas atividades...  e os filhos com quem vão ficar? - problemas de difícil solução, soluções que nem sempre vêm a contento... meu Deus do céu, que fazer?...

Mas agora, o mundo parou! Não, sem relutar! Não, sem reclamar! Não, sem achar desnecessária esta ou aquela solução. Mas, parou de verdade E o problema agora não é virtual: é real mesmo! Bem real! E o homem não sabe como enfrentá-lo...

E a ordem é severa: "Fica em casa!" Meu esposo, achou estranho: na televisão, vendo um filme, deitado comodamente - e me chama: Vem ver! Olha ali no canto esquerdo superior da tela: um alerta, em vermelho "Fique em casa!"

É assim: Ficar em casa! Esta é a ordem: "Fechem  tudo. Fechem as escolas, as igrejas, as empresas, as indústrias"... Velórios vazios... até quando?...

Mas as pessoas não fecham o coração! Voluntários se apresentam. Quentinha pra quem está ali com fome, Parabéns à distância pra vovó que faz aniversário...  Cartazes que falam e perguntam,  caridosos, quem precisa de alguma coisa, da padaria, do supermercado...

E o vírus real, atuando! Maldoso! Impiedoso! Parece que veio, sob encomenda,  pra ficar muito tempo...

Aí se lembram da gripe espanhola! E eu vou procurar saber sobre ela. Meu Deus do céu! De janeiro de 1918 a dezembro de 1920 - três anos de peste??? Tantas mortes!...  Não! Meu Deus, não!!! Por favor!

Que passe rápido, esse coronavírus! Quero sair! Quero ver meus familiares! Quero abrir as portas da minha casa! Receber a todos que queiram vir! Misericórdia, Senhor!

Porém, como nos ensinou Jesus: "Que seja feita a Tua vontade!"
Celina - 02/04/2020)