382 - Poemas do Geraldinho
O Beija-flor
Bailando pra cá e pra lá
Beijando a flor do jardim,
Todo o mel que recolhe
Leva pros seus filhotinhos.
Que lindo que ele é
Com suas penas furtacores!
Dos pássaros, o mais formoso
É o símbolo dos nossos amores.
O seu ninho, tão fofinho,
E seus ovos, que amor!
São tão pequenininhos
Tal qual os de lagartixa!
E nele, não há preguiça
Trabalha feito um doutor!
O Pica-pau
É um animal importante
Com seu bico possante
Vai bicando a madeira
É muito misterioso.
De repente, o majestoso
Derruba um imenso galho,
Não sei se ele procura
Algum bicho pra comer.
Tem grande e tem pequeno
Mas são ambos iguais,
Pra cortar esta madeira
Tamanho não é documento
E todos trabalham demais.
A rosa
É a mais linda das flores
E é toda perfumada
Pros enterros, principalmente,
É a mais procurada.
Existem de várias cores
Rosas, vermelhas e brancas.
Todas elas são formosas
Que ficam em nossas lembranças!
A Noiva
Já vai pro cabeleireiro,
A noiva se enfeitar.
Ela sai toda vaidosa
E com o noivo vai encontrar.
Quando entra na igreja
Vai chorando de alegria.
O noivo já todo prosa
Vai em sua companhia.
O coroinha vai junto
Com a aliança na mão,
O noivo recebe a aliança
E coloca em sua mão!
O Bêbado
Lá vai ele moribundo
Cambaleando pra lá e pra cá.
De vez em quando, toma um tombo,
Mas levanta de repente,
Vai xingando toda a gente.
A mochila vai no ombro
Carregando um litrão.
Ninguém sabe se vai cheio,
Só sabe que ele, sorrateiro
Vai cantando uma canção!
Quando encontra uma pinguela
Nela atravessa, sem cair,
Parece até um milagre, coitado,
Só sei que ele dá cabo,
Do dia que há de vir!
O Prisioneiro
Lá vai o prisioneiro
Na sua grade ficar
Ele é meio zombeteiro
E todos ficam a espiar.
No dia de visita
Ele logo quer fumar
E pede logo um maço
Pro visitante comprar.
Exige até tira-gosto
Isso eu acho engraçado!
Come de tudo que ganha
Até ficar saciado!
Catástrofe
Um dia eu saí a andar
E me encontrei com um acidente;
Era sangue pra todo lado
E tanto pedaço de gente...
Eu fiquei entristecido
E me peguei a pensar,
Tantos corpos estirados no chão
Não ficou ninguém pra semente.
Os carros todos amassados
Só serviam pra ferro velho.
Pedaços pra todos os lados
No meio de tantos mistérios!
(Esse era o nosso irmão. Sensível, parece que se assentava e ficava observando os passarinhos, as flores, as pessoas que passavam... Não podia beber, mas de vez em quando se excedia - e era um problemão! Não se casou, falecendo solteiro aos sessenta anos. Preso também esteve, nas clínicas de recuperação. Andava muito e deve ter ficado impressionado com os mistérios de cada uma das vítimas daquele acidente. Só não entendi bem sobre "o bêbado e o dia que há de vir"... Enfim, Geraldinho, aqui estão os poemas que conseguimos recuperar! Esteja em Paz!)
Celina - 12/07/19 - 14 horas
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