381 - Uma Pessoa - Uma Vida!!!
Houve uma pessoa aqui entre nós, que muita gente conheceu. Seu nome? Geraldo de Queiroz Filho, um de nossos irmãos. Hoje está com o Pai do Céu! O Geraldinho.
Foi meu aluno. Gostava de escrever! Fazia belos textos, dos quais não me lembro. Mas sei que o elogiava pelas boas ideias e até certa correção ao escrever. Em mãos, aqui comigo hoje, alguns de seus poemas, que devem ter sido feitos bem mais tarde - não me lembro de tê-los visto! Minha irmã Graça os entregou a mim, após a passagem dele para um plano superior. Deve estar poetando entre os Anjos; era, ele mesmo, um anjo aqui na terra... Saudades!
Era um menino bom; nenhuma correção mereceu na escola. Em casa também, creio que não; não dava trabalho - antes daquilo... Rapaz, procurou, a princípio, fazer algo bom. Tenho em mãos sua Primeira prova de Mecânica de Automóveis, com uma pontuação de 6,5; e a Décima primeira, num total de trinta questões e uma pontuação de 9,0! Não encontrei data nas avaliações. Não sei quando isto aconteceu.
Nos poucos poemas guardados, ele fala de passarinhos, fala da rosa, de casamento - mas fala de catástrofe, de bêbado e de prisioneiro!
Dá muita dor no coração, reler estas coisas! Porque nos reporta a muitas situações de dificuldades, de pouco entendimento, de tristezas...
Mas... é a Vida! E precisamos aprender... Trabalhou um tempo como guarda no Banco Real. E meu esposo diz que lá o chamavam de Pafúncio! E todos gostavam dele. Humilde, sorria apenas, quando se dirigiam a ele. Era um rapaz bom, tranquilo, confiável!
Não sei quando ficou doente. Só sei que, estando lá em Teixeiras, uma vez, fui com ele ao médico acompanhando uma de minhas irmãs. E o doutor, paciente, mas incisivo: "Vocês têm que aceitar. Seu irmão apresenta um quadro de esquizofrenia".
Aceitar, é preciso; mas é difícil! Eu já não morava lá, mas sei que a sua doença o fez passar por períodos bem complicados e deu muito trabalho para a família! Coitado! Ele que era tão bom! Porém, quando a doença atacava mais, saía andando sem rumo, e a família procurando por ele. Ajuntava lixos na rua e trazia pra casa. Tirava coisas em casa e levava para os pobres, aqueles que ele conhecia; as casas que frequentava; via a necessidade deles e queria ajudar... Como?... Se não, tirando na casa de seus pais - e doando! Assim era o Geraldinho! Passou por muitas dificuldades, muitos atritos... Essa doença é terrível!
Quando ele se foi, a minha irmã que mora em São Paulo me disse: "Descansou, Celina! Ele precisava descansar!"
Internado por várias vezes, conheceu o outro lado da vida aqui na terra. Vi isto no poeminha "O Prisioneiro"!
Na próxima crônica, vou postar alguns poeminhas dele, porque ele me disse um dia: "Celina, quero fazer um livro. Você me ajuda?"...
A saudade dói muito! E as lágrimas não dão conforto!
(Celina - 12/07/19 - exatamente meio dia!)
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