terça-feira, 29 de setembro de 2015

168 - TANTA COISA BOA!

168 - TANTA COISA BOA!

Ô, Rafael, hoje, lá no Santuário, quando o Padre disse: "Agradeçamos a Deus, porque estamos vivos e podemos estar aqui, neste momento", pensei logo: preciso registrar isto! Que bom que eu estou viva e que bom que eu estava lá para participar dessa reflexão. 

E depois, na hora do ofertório, quando cantamos "o pão e o vinho, frutos da terra, duro trabalho, carinho e amor..." roguei a Deus que abençoe nossos agricultores. Porque eu entendo a expressão "duro trabalho". Vi meu pai, que era lavrador, suar a camisa com exagero; chegava em casa para o almoço com a roupa encharcada de suor; trocava de roupa e, esta, à tardinha, estava ainda mais molhada que a primeira. É duro e abençoado o trabalho daquele que lavra a terra!

Tenho falado disto em outros trabalhos. Todas as vezes que vejo o sacerdote elevar aos céus, o pão e o vinho para serem consagrados, penso imediatamente em quantas pessoas trabalharam duro para que isto pudesse acontecer! Aquele que planta, e cuida, e colhe; aquele que transporta, que negocia; aquele que transforma, que trabalha a matéria-prima; aquele que faz  o produto ali chegar...

E no final, no canto da comunhão, proclamamos: "faz de nós tua morada"... Não, não somos dignos, Senhor! Ser no mundo, a morada de Deus... Pão e vinho consagrados, carne e sangue de Jesus, que passam a fazer parte de nosso corpo, correndo nas nossas veias... É muito pra nós, pobres mortais...

Olhando as pessoas que ali estavam - um público sempre fiel que ali se encontra todos os dias - fico muito feliz e penso com seriedade nos projetos de Deus. Muito difícil entendê-los, mas necessário  vivê-los! 

E quando termina a celebração e quero sair correndo para buscar os meninos mais cedo, uma pessoa chega a mim e pede para eu rezar o terço com ela. Conhecendo-a - porque já rezara com ela outras vezes - disse-lhe: Deus conhece todas as nossas necessidades, sabe das intenções que colocamos todos os dias; por isto, vamos já começar com o Credo, rezar bem rapidinho que hoje eu tenho pressa. (Costumo rezar aos sábados, quando não tenho que tomar conta dos netos.) Assim o fizemos e saí feliz, para a rotina diária.

Ontem, domingo, pensei muito em você, Rafael. Sua irmãzinha ficou aqui a tarde toda, brincou com água, terra, folhas, fez chazinho de verdade, comida de mentira... Estamos esperando você para se reunir aos demais. Vamos ver se o Arthur tem com você o mesmo cuidado que ele tem com a Gabi. Deus permita que vocês todos sejam muito amigos!

domingo, 27 de setembro de 2015

167 - COISAS DE FAMÍLIA

167 - COISAS DE FAMÍLIA

Encontros... Como são bons, os encontros de família! Acho lindo ver meus quatro filhos - e seus familiares - juntos, conversando, rindo animadamente, trocando ideias, falando cada um de suas experiências, suas conquistas, seus relacionamentos... Há sempre também, nos assuntos que vão surgindo, algo em comum, que é partilhado ali, naquele bate-papo gostoso, descontraído, com palavras boas, de pessoas que se amam, que se respeitam...

Nesses momentos de descontração em família, procuro ficar observando, de longe, em silêncio, sem interferir. E agradeço a Deus por tesouros escondidos em cada alma, cujos lampejos, vez por outra, são colocados em evidência, nos diálogos desses encontros. 

Ali aparecem os sonhos, projetos de vida, que vão tomando forma nas falas de um e outro, e eu peço aos Anjos que digam Amém! Que eles possam continuar sempre amigos, e que cada filho seja filho de todos, cada pequena preocupação seja resolvida por todos, para o bem de cada um e de toda a família.

É preciso forjar tais encontros com mais frequência, para que não se percam muito, as delícias de uma vida alicerçada na presença, no bem-querer, nos sonhos realizados de comum acordo, para que o sentido de família fique cada vez mais forte, os laços afetivos adquiram  um colorido especial, com um brilho intenso que mostre ao mundo o que significa ser família, unidos pelos sagrados laços do matrimônio. Obrigada, meu Deus, por tanta bênção!    


sábado, 26 de setembro de 2015

166 - VAIDADE DAS VAIDADES

166 - VAIDADE DAS VAIDADES

Eclesiastes, capítulo doze, versículo oito: "Vaidade das vaidades, tudo é vaidade."

Pensar profundamente nos dizeres deste versículo é perigoso: Corre-se o risco de cruzar os braços e entregar os pontos, principalmente se se passa por um período difícil da existência...

Mas, analisando friamente, sem paixão, vê-se claramente que é verdadeiro, como verdadeiras são todas as afirmações da Bíblia Sagrada.

Tudo é vaidade! Por que gastar o tempo correndo atrás de tanta coisa, tanta riqueza, correndo o risco de conquistar muito e aproveitar pouco do que se conquistou?...

Vemos todos os dias, nos noticiários, fortunas imensas sendo conquistadas ilicitamente, falam em milhões, bilhões... Para que tudo isto? Que se pensa fazer com quantias tão grandes?...  Quanto tempo acham que vão passar aqui neste planeta?...  Quantas vidas pensam viver?... Por que tanta roubalheira?...


Mas deixemos os grandes, e pensemos em nós mesmos, simples mortais: pra que tanta vaidade, tanto orgulho, se o fim é certo e daqui nada se leva?... Por que dar tanto valor a coisas efêmeras, deixando de lado o essencial, que é nossa integridade, nossa identidade, nosso eu interior, que é o que nascemos com ele e caminhamos até o fim da existência?...


Nascemos sem roupa,  e levaremos conosco apenas uma, que servirá para cobrir nosso corpo inerte, até que os vermes da terra tudo destruam... 


É cruel falar  tudo isto?... Nem tanto! Mesmo porque creio que existe uma vaidade santa. Pensei nisto agora, rezando com o Padre Antônio Maria na TV Aparecida: vejo o sofrimento de Jesus - e que sofrimento! - no primeiro Mistério Doloroso, na sua agonia, que antecipa o momento de sua morte. Suou sangue, pois havia chegado a sua hora. Penso, ao ver os carrascos com os açoites, que a sua maior dor talvez não fosse a física, com as lambadas, dilacerando sua carne; penso que sua maior dor era psicológica ao saber que aqueles que o açoitavam eram irmãos seus, filhos do mesmo Pai Eterno, fazendo tanta 
maldade... 

Mas por que falar de vaidade agora?... Porque penso que Ele era invadido por um santo sentimento quando falava das coisas do alto. E que oratória! Todos ficavam extasiados, ao ouvi-lo. Claro que Ele ficava feliz com isto, a mesma felicidade que sentimos, quando fazemos bem, aquilo que nos é dado fazer. Um trecho bem proclamado da Palavra de Deus, uma palestra que toca o coração das pessoas, mas como diz São Paulo, "quem se gloria, glorie-se no Senhor!" 

Que ótimo! Que seja tudo para a glória de Deus! Envaidecemo-nos porque sabemos que estamos fazendo bem feito. Como devem ser feitas todas as nossas ações, por menores que sejam! Creio ser uma vaidade boa, querer, por Cristo, fazer sempre o melhor que pudermos. Pensemos nisto!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

165 - CRISE FINANCEIRA OU CRISE EXISTENCIAL?

165 - CRISE FINANCEIRA OU CRISE EXISTENCIAL?

Quinta-feira: dia de ginástica, de oito às nove horas. Como todas as manhãs, fui à missa.  Esta terminou bem cedo, pouco mais de sete e meia; então,  aproveitei para ir ao Banco. Não encontrando vaga  onde normalmente deixo o carro nesse horário,  estacionei um pouco à frente. 

Um caminhão-pipa jogava água na calçada, que era lavada por funcionários da prefeitura. Lavavam certamente, excrementos de garças que passam a noite naquelas árvores, em volta da Lagoa Paulino.

Ao sair da Agência, encontro minha cunhada, que me conta muitas coisas interessantes sobre meu sogro, que completa em novembro, cento e três anos. Pensei comigo: Nossa! Vou perder minha ginástica hoje. Mas não disse nada a ela; realmente, não importa; há coisas mais importantes.

Finalmente liberada, dirijo-me ao carro e, de longe, o vejo todo molhado. Pensei: Será que viraram a mangueira para cá e molharam  o meu carro? Ao chegar mais próximo, vejo um rapaz lavando o tal carro. Passei adiante e continuei procurando o meu. Não o encontrando, já quase chegando à Lassance Cunha, voltei. E pude ver a placa daquele carro branco. Era mesmo, o meu, e o rapaz o secava com um pano. Perguntei:
_ Por que está lavando este carro?
Ao que ele respondeu:
_ Uai, é da senhora? Eu pensei que era de um amigo meu. Ele tem o costume de parar o carro aqui e pede para eu lavar. Como ele me disse que trocou de carro, pensei que era este. O dele era igual a esse aí atrás. Posso acabar de secar?
_ Já está terminando mesmo... Não devia estar lavando. O que você passa no carro? 
_ Passo sabão mas no da senhora não passei não.
_ E por que não passou?
_ Porque estava sem dinheiro e não comprei ainda.
_ E por quanto você faz este serviço?
_ Dez reais.
_ Olha, moço, eu não precisava pagar nada; não mandei lavar o meu carro. Vou te dar o dinheiro, mas não faça mais isto. Se fosse outra pessoa, você poderia estar agora com um sério problema. 

Eu tinha, graças a Deus, uma nota de dez reais na carteira. Paguei e fui embora. Mas fica uma interrogação na cabeça da gente por muito tempo. 

Já passava muito de oito e meia. Fui para casa, em oração como sempre, mas com uma sensação estranha.

Mais tarde, meu esposo perguntou: 
_ Uai, mandou lavar o carro? 
Contei-lhe o sucedido. Ele observou o carro todo, deu uma volta em torno dele e disse:
_ É! A crise brava mesmo... Onde chegamos...
Disse apenas isto, mas ficou pensativo também...

Não vou me esquecer mais tal fato - e  jamais voltarei a parar o carro naquele local.  Fiquei indignada com o ocorrido! Você, o que faria?...
    

domingo, 20 de setembro de 2015

164 - LIMPA, SENHOR!

164 - LIMPA, SENHOR!

Hoje me levantei com uma vontade enorme de falar com Deus, pensando a todo momento, em quanto tenho a agradecer. Mas também, querendo pedir. E pensando em pedir pra mim, penso também em você. Confie; peça comigo:

_ Limpa, Senhor, os meus olhos! Ensina-me a ver o belo, o que existe de melhor em cada pessoa, em cada criatura;
_ Limpa, Senhor, as minhas narinas! Limpa-as para que eu possa aproveitar ao máximo, o ar que tenho à minha disposição, e, como diz uma amiga minha, "é preciso aproveitar, porque ainda é de graça";
_ Limpa, Senhor, os meus ouvidos!  Pois é preciso que eu esteja atenta às boas palavras, atenta a todos os sons naturais e artificiais, atenta principalmente ao silêncio; que eu possa, no silêncio, isolando-me dos sons do universo, ouvir a voz singela de minha alma;
_ Limpa, Senhor, as minhas cordas vocais! Quero que os sons saiam perfeitos, para que eu possa proclamar alegremente, com muita clareza, as maravilhas de Deus; 
_ Limpa, Senhor, a minha língua! Porque é tão triste uma língua ferina, que só sabe ferir, que amaldiçoa, que nunca consegue bendizer;
_ Limpa, Senhor, os meus lábios! Para que, ensinando, através de elogios ou repreensões, eu só utilize palavras boas, positivas, que alegrem, que levem à reflexão;
_ Limpa, Senhor, meu coração e cada órgão vital do organismo; que eu tenha sempre, a disposição necessária para servir;
_ Limpa, Senhor, cada vértebra, cada osso de todo o corpo, cada músculo, nervo e cartilagem,  para que meus movimentos sejam precisos ao caminhar, ao me dirigir a cada irmão, estendendo-lhe a mão, em suas necessidades - ou nas minhas;
_ Limpa, Senhor, artérias, veias e capilares, para que a circulação possa fluir tranquilamente, sem complicações;
_ Limpa, Senhor, enfim, a minha alma! Que eu seja liberta de qualquer sentimento negativo, de qualquer confusão que possa me distanciar das coisas do alto; que ventos contrários não consigam me fazer cair. Por favor, Senhor, ajuda-me a limpar cada sujeira, alvejando minha alma, no sangue do Cordeiro. Limpa-me, Senhor! Amém! 

sábado, 19 de setembro de 2015

163 - INSIGHT!

163 - INSIGHT!

Tenho recebido mensagens lindíssimas  por whatsapp, mas esta de hoje, eu a considero um verdadeiro insight. Li, reli, li de novo. Achei a comparação perfeita. E no final da mensagem, disseram:"Este foi o modo pelo qual um escritor húngaro explicou a existência de Deus". Procurei-a na internet, na esperança de obter o nome do grande escritor, mas lá encontrei: autor desconhecido. Que pena! Se você encontrar o autor de tão inspirado texto, mande-me, por favor, para que eu possa dar nome à minha gratidão a Deus, por inspirá-lo com tanta profundidade.

Compartilhei com alegria, enviando-o a todos os meus contatos. Porém, como tão linda mensagem será apagada em pouco tempo, deixo-a aqui para que você possa lê-la, analisá-la, vivê-la, e ainda mais, mostrá-la às pessoas que você ama:

"No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:
– Você acredita na vida após o nascimento?
– Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
– Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
– Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
– Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída. O cordão umbilical é muito curto.
– Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
– Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
– Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
– Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
– Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.
– Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.
– Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente, como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela.
— Autor Desconhecido."

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

162 - BRILHO NO OLHAR

162 -  BRILHO NO OLHAR

Como o cheiro de terra molhada, após longo período de seca; ou como o calor gostoso do sol, após vários dias chuvosos; como a criancinha feliz, que brinca distraidamente, ali no chão, aos pés do adulto em quem confia,   assim é o brilho no olhar de quem tem amor. Se não há brilho, é porque o amor ainda não se instalou. E se não aconteceu ainda, não há como forçá-lo, porque o amor é espontâneo,  é gratuito, e é construído na rotina do cotidiano.

Brilho no olhar é amor sem limites, é aceitação dos projetos de Deus para a nossa vida, é a disposição para a luta na construção de um mundo melhor, é a ousadia na gratuidade da fé.


Vejo o brilho no olhar da mãe que acaricia delicadamente, com divinal ternura, o recém-nascido, que traz ao colo; vejo o brilho no olhar da mãe aflita,  a medicar o filho  doente que tem febre. 

Grande e especial era o brilho no olhar de Maria que fitava o Menino na manjedoura; e havia igualmente brilho ao fitá-lo depois,  agonizando na Cruz. Porque o amor  não desiste, não se omite, não se desespera, não sai de cena nas situações difíceis da vida. O amor está sempre presente, sempre tentando ajudar. Havia brilho no olhar de Maria, quando ajudava Isabel, em Ain Karin; e havia igualmente brilho ao participar do primeiro milagre, nas Bodas de Caná... Assim é Maria, acompanhando os passos de seu Filho Amado, desde a Anunciação. E não perdeu o brilho no olhar, nem mesmo aos pés da Cruz, porque Ela sabia que Ele não estava ali, pagando os Seus pecados - pois, não os tinha - mas pagava os pecados da humanidade, pagava os nossos pecados, e ali fomos salvos por Ele, levantado no lenho do madeiro. E a Mãe, no esforço extremo de compreender os planos do Pai, ali nos foi entregue pelo Filho: "Eis aí, tua Mãe." Pela misericórdia do Pai, naquele momento, fomos salvos - e não podemos perder a salvação.


Quero ser como Maria, quero ter sempre esse brilho no olhar, não quero me esmorecer nas horas de provação, nos momentos difíceis da existência. Para isto, convido Jesus e Maria para viverem conosco, na nossa casa, pela preocupação de conservar intenso, o brilho no olhar. Fica conosco, Senhora, fica conosco, Senhor! 

   

161 - COISAS BOAS

161 - COISAS BOAS

Momentos de felicidade  são pequenas coisas que nos fazem bem, alimento para a alma. São porções do tesouro que é a vida. A felicidade é silenciosa, é degustada bem devagarinho, espiritualmente, massageando o eu interior.

Ontem, silenciosamente, vivi um momento desses, quando a Carol me disse que os três - pai, mãe e filha - ficaram juntos, um bom tempo, lendo Botões de Rosas. Gratificante saber que o que pensamos e registramos com todo carinho, pensando na posteridade, é visto por pessoas que nos querem bem. Poderiam estar lendo outras coisas, um bom livro, apreciando algum novo programa, mas ali estavam a ler o que resolvemos escrever. Obrigada, meus filhos! O que mais peço a Deus é que sejam felizes, que curtam muito a família, que conservem esse sentido de família, que tentamos passar, com alguns erros, às vezes - somos todos passíveis de erros - mas também com muitos e sólidos acertos.

Devo lhe dizer, Júnior, que você, como todos os seus irmãos, já nos deu muitas alegrias. Somos-lhe gratos, pelo seu esforço e boa vontade com relação a tudo que faz. Seu pai, com o maior orgulho, sempre comenta,  com todos os amigos, que, sem fazer cursinho,  você passou em três faculdades federais no vestibular de medicina e que, antes mesmo de terminar o ensino médio, havia passado em medicina veterinária, em Viçosa. Você poderia escolher fazer o curso em Montes Claros, Juiz de Fora ou Belo Horizonte. É bom que nossos netos saibam de todas as suas vitórias para que compreendam que o esforço compensa.

Meu filho, ser inteligente é dom de Deus; aproveitar bem a inteligência que nos foi dada, é mérito nosso, é escolha nossa. Escolher empregar para o bem, os dons que nos são dados, é a maior dádiva. Tanta gente direcionando-os para o mal.

Você que veio de uma gestação bem longa, que chegou ao mundo por meio de um parto normal bem difícil, que teve que fazer um esforço grande para ver a luz do dia, você, meu filho é um vencedor; sempre foi um grande vencedor. Que Deus continue abençoando seus passos, para que você saiba levar a bom termo todos os seus empreendimentos, especialmente no que diz respeito a seus filhos.

Na vida, adotamos valores que julgamos corretos e que nos fazem felizes. Por isto, confesso hoje, humildemente,  algumas coisas suas  que me fizeram um grande bem - e você talvez nem  tenha percebido. Na sua primeira comunhão na Catedral de Diamantina, chorei  copiosamente, com sentimentos antagônicos que me fizeram derramar quentes e sentidas lágrimas; sentimento bom de ver você tão compenetrado, recebendo pela primeira vez, Jesus na Eucaristia, após longo tempo de preparação, mas triste, porque seu pai, que tanto o ama, por preguiça, ali não estava. 

Um segundo momento, em Belo Horizonte, na sua formatura, quando vi você, um lindo rapaz, esplendoroso em sua alegria, com alguns colegas, na fila de comunhão. Como isto me fez feliz!

E um terceiro momento, talvez ainda mais marcante, ajoelhado frente ao altar, o padre me chama para ministrar a comunhão aos recém-casados. Fiquei surpresa, não esperava por isto, disse à sacristã que se eu soubesse, teria levado o meu jaleco e ela me respondeu: "Foi seu filho quem pediu para você dar a eles a comunhão."  Chorei!

Júnior, não tenho palavras para agradecer o carinho de vocês para comigo. Só posso pedir a Deus que os abençoe abundantemente e que vocês recebam de seus filhos cem vezes mais. Obrigada por tudo! 




sábado, 12 de setembro de 2015

160 - SABER VIVER

160 - SABER VIVER

Caiu-me às mãos hoje, totalmente por acaso, um exemplar de "O Mensageiro da Catedral". Um dos artigos que me chamou a atenção e cujo título utilizo nesta crônica, inicia-se  assim: "De uma pessoa anônima: Este é o começo de um novo dia. Deus me deu este dia para utilizá-lo bem, e assim o farei. Eu posso desperdiçá-lo. Quando o amanhã chegar, o hoje terá ido embora para sempre. E espero não me arrepender do preço que paguei."

Quanta responsabilidade pelos nossos atos! Quantas vezes já nos arrependemos por ações impensadas, palavras que nunca deveriam ter sido proferidas, omissões desnecessárias que nos fazem lamentar ardentemente não ter condições de voltar o tempo, pois, certamente, faríamos diferente.

Mas, como bem disse o texto, o tempo jamais voltará. Quando o hoje se tornar ontem, terá ido embora para sempre. Portanto, vamos procurar estar atentos a tudo que pode ser feito hoje, procurando ser pessoas melhores, responsáveis, comprometidas com o bem.  

Não podemos ser negligentes naquilo que necessitamos fazer, não devemos ficar indiferentes às necessidades dos que nos rodeiam, precisamos pesar bem as nossas escolhas para que possamos errar menos,  não nos arrependendo de preferir isto, àquilo...

E especialmente, que sejamos construtores da paz, evitando sentimentos negativos de indiferença, de ódio, de vingança, pois que estes nos fazem adoecer de arrependimento ou, pior, de remorso (v. postagem 78 - vol. 2). Estejamos atentos e abertos a todas as oportunidades de crescimento emocional e espiritual. O dia de hoje é realmente um presente; façamos bom uso dele!

159 - CORAGEM

159 - CORAGEM

Somente os fortes têm a coragem de se parecer fracos; somente os sábios possuem a coragem de viver a humildade, somente os corajosos enfrentam as dificuldades com um sorriso...

É preciso ir além; transpor todas as barreiras com otimismo; viver períodos difíceis com serenidade e  não se deixar abater por ventos contrários.

Ter coragem é isto; não se intimidar diante dos transtornos da vida; é levantar a cabeça e seguir adiante; é arregaçar as mangas e recomeçar, com firmeza.

Se necessário partir, deixar tudo pra trás, que seja feito. Se necessário ficar, fazer todo o possível para permanecer em paz, sem constrangimento. 

É importante agir de tal forma que não se dê lugar ao arrependimento, à desordem mental, ao remorso... E se algo chegar a incomodar, procurar uma solução pacífica para o caso a fim de que se possa evitar um mal maior e manter a saúde psíquica. Como é bom viver em paz!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

158 - COISAS ESTRANHAS...

158 - COISAS ESTRANHAS...

Ouvi fatos estranhos hoje, muito estranhos, os quais  não tenho o direito de relatar. Mas este aconteceu comigo e sei que posso te contar. Já faz algum tempo, quase doze anos.

Meu pai havia falecido no mês de julho; e exatamente três meses depois me vem a triste notícia do falecimento de um dos meus irmãos. Faltou-me chão neste momento e não sabia o que fazer. A par do ocorrido, minha família me levou para o velório. Tristeza grande, enorme prostração, desespero total de todos, vontade de bradar aos céus, o porquê de tudo aquilo. Família em alvoroço, por tão inesperado acontecimento.

Silêncio total, após o enterro. Ninguém mais tinha vontade de falar, de comentar o fato. Somente o silêncio triste de uma dor profunda...

Foi aí que aconteceu, pois me ofereci para dormir com minha cunhada, na mesma cama. Ela estava profundamente triste, muito abalada, anos de feliz convivência, trabalhando, construindo sua casinha e planejavam agora o primeiro filho. Muito cansada, logo adormeceu, ali, do meu lado. Deitada, fiquei em oração e, de repente, sinto o braço de meu irmão sobre meus ombros. Assustei muito, mas não tive medo. Apenas disse a ele que descansasse em paz, porque a sua esposa era como uma irmã para nós; iríamos cuidar dela. Que ele não se preocupasse, ela estaria em boas mãos, que compreendíamos a situação, reafirmei que cuidaríamos dela com carinho, que ela não ficaria desamparada...

Mas aquele braço forte pesava sobremaneira. Pedi que ele se fosse, que eu viajara muito, que estava exausta, que precisava dormir, mas... seu  braço... pesava cada vez mais...

Então, comecei a escorregar, devagarinho, tentando me livrar daquele peso. Deslizando, deslizando... vi quando o braço rolou sobre minha cabeça e caiu no travesseiro. Mas fiquei mal acomodada, com as pernas encolhidas e, pior, não consigo dormir sem um travesseiro. Porém, não queria colocar a mão naquele braço, que eu supunha estar gelado. Comecei a puxar o travesseiro com as duas mãos  e o braço foi rolando; ouvi quando ele caiu lá na cabeceira da cama. E então, cansada, encolhida, adormeci...

No dia seguinte, logo pela manhã, minha irmã chega; contei-lhe o ocorrido e ela achou a coisa mais normal do mundo. Ali mesmo rezamos o terço com algumas vizinhas e ficamos depois em silêncio, cada uma com seus pensamentos...

Fiquei com minha cunhada até a missa de sétimo dia. Ele não mais apareceu, mas nunca saiu de minha mente, a sensação estranha daquele episódio, para mim, totalmente inusitado. 

157 - CLEMÊNCIA!

157 - CLEMÊNCIA!

Une tuas mãos em oração. E pede clemência! Clemência porque há muitos que neste momento estão famintos - e não têm a quem se recorrer. Clemência porque neste exato momento, muitos estão nas mãos de estranhos - e não sabem como se defender. Clemência porque muitos estão agora presos ao maligno, aos vícios, ao erro - e não conseguem se libertar.

Ora. Ora muito por todos os irmãos, por toda a humanidade, carente de um amor maior, carente de paz... Ora pelos que não sabem orar, porque ninguém lhes ensinou, porque não conhecem a Deus. Ora, especialmente, por aqueles que não querem orar, que não acreditam no poder da oração.

E ora por ti, para que teu espírito seja fortalecido, amadurecido, convicto. Ora por ti para que a tua oração seja forte, abrangente, capaz de alcançar o mundo inteiro, porque é infinito o poder da oração!

Ora por todos os conhecidos - e pelos desconhecidos também, porque todos necessitamos de misericórdia. Ora, ora sem cessar, intercede por todos! Se puderes fazer de tua vida uma oração agradável a Deus, pede a Ele, clemência! A humanidade está carente de compreensão, de misericórdia,  de compaixão, de entendimento e perdão. Há tanto sofrimento, tanta angústia, tanta morte... Ora e pede a Deus, piedade. Ajuda-me a orar! Unidos, nossa oração se tornará mais forte, tanto mais forte, quanto mais pessoas se prostrarem em sincera intercessão.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

156 - RECADINHO DE UMA PESSOA QUE DORME

156 - RECADINHO DE UMA PESSOA QUE DORME

Quando chegares e me encontrares dormindo, por favor, não acendas luzes,  não faças barulho, controla a respiração... Porque eu estou dormindo; porque o sono é sagrado e é bom demais dormir...

Pode ser que eu tenha acabado de iniciar o meu repouso... Pode ser que já esteja em sono profundo... Pode ser que esteja já sonhando... Deixa-me dormir. Deixa-me descansar. Respeita o meu tempo de sonhar!

Quando chegares e me encontrares dormindo, deita-te devagarinho, não deixes que nada caia ao chão, que nada faça o barulho de uma pena sequer, porque pode ser que meu sono seja ainda leve e possa ser assim interrompido...

Quando chegares e me encontrares dormindo, agradece a Deus, numa oração silenciosa, porque é este um momento precioso de recarregar as baterias, refazer as energias, para recomeçar a lida com mais vigor, entregar-se aos afetos com mais calor, entregar-se ao outro, com mais amor!

Quero te encontrar um dia dormindo também. E quero me lembrar deste recadinho de hoje; e fazer todo o esforço possível para não te despertar, para não te incomodar, para não interromper esse momento gostoso de descanso, esse viver num plano superior de prostração feliz, de sensação de um grande bem, um maravilhoso bem!

Este é o meu humilde recadinho de hoje: Quando chegares e me encontrares dormindo, une tuas mãos em oração e agradece a Deus! Estou feliz, estou em repouso, respeita o meu tempo de dormir. Obrigada! Eu te amo!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

155 - SETEMBRO

155 - SETEMBRO

Novo mês: setembro, considerado Mês da Bíblia! Hoje, dia primeiro, quero meditar em Atos dos Apóstolos, dezesseis, trinta e um: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua família!"

Nossa! Como fiquei feliz, quando vi isto na Bíblia! Foi há muitos anos. Eu sempre preocupada com os meus que, embora criados dentro da igreja, começavam a se afastar, sempre rezando para que Deus continuasse abençoando todos os seus sonhos, seus projetos, suas escolhas... De repente, ao ler Atos dos Apóstolos, encontro este tesouro. Fiquei feliz demais!

É isto, pensei, eu creio, eu rezo e aí minha família será salva. Minha responsabilidade aumentou, a partir desse dia. E o que mais repito hoje é: "Eu creio, Senhor, mas aumentai a minha fé!" Porque eu preciso de uma fé gigante, uma fé muito forte, para nunca vacilar, para não desanimar, para continuar orando por todos, com convicção. Sou feliz assim. Muito feliz! Obrigada, Senhor!

Padre Raimundo nos lembrava hoje da eficácia das palavras de Jesus. Ele nos ensina a dizer, com autoridade: "Sai!" Dizer "Sai" para os nossos inimigos - os vícios, as coisas ruins, as coisas feias de nossa vida. Dizer "Não!" para essas coisas e "Sim!" para o belo, as coisas boas e bonitas que podemos fazer. Vamos tentar agir assim, seguindo os ensinamentos de nosso Mestre.

153 - COISAS DO ALTO

153 - COISAS DO ALTO

Relutei muito pra falar disto, mas hoje, durante a homilia, o padre falava da necessidade de se dizer coisas interessantes que nos acontecem e até mesmo, fazer denúncias, claro, educadamente, com relação àquilo que não está muito bem. 

Dizia isto por causa de João Batista, cuja morte lembramos hoje (morreu decapitado, porque reprovava a união de Herodes com a mulher de seu irmão - todos sabemos disto, está na Bíblia Sagrada). São João Batista, grande profeta, o precursor de Jesus,  é lembrado duas vezes: seu nascimento, em junho e sua morte, em agosto.

Mas, afinal, qual foi o fato que me ocorreu e que relutei tanto em postar?... Cheguei à igreja, me ajoelhei, e ali fiquei, em oração, agradecendo muito o "poder estar ali!" Porque, com a perna engessada, ou com o robofoot, após tirar o gesso,  eu não podia dirigir e, não fosse a minha amiga, eu não estaria ali, naquele lugar sagrado. Então, chegou o grande momento de receber Jesus na Eucaristia. E foi aí que aconteceu. Já em casa, registrei o fato, e o coloco aqui agora:



“ISTO É O MEU CORPO”
Preciso registrar este fato que me marcou profundamente: Ao receber hoje,  a Comunhão, no Santuário da Adoração, durante a Missa de onze e meia, voltei para o meu lugar, me ajoelhei, e duas grossas lágrimas desceram-me  pelo rosto. Senti meus dentes dilacerando suavemente os pedacinhos de carne, a carne do Senhor Jesus! Não, eu não estava percebendo o trigo feito pão, dissolvendo na minha boca; eu mastigava a textura da carne, sentindo um sabor de Céu! Obrigada, Jesus! Muito obrigada! (05/07/2015) - Que a partir de hoje, Senhor Jesus, eu possa sentir sempre, este sabor de Céu. E que este corpo, dilacerado em minha boca, esta carne, como estava na Cruz, possa fazer de mim, uma pessoa melhor, uma pessoa melhor, uma pessoa melhor... Fica comigo,  Jesus, na minha mente, no meu corpo, no meu coração, na minha inteligência, na minha vontade, nas minhas ações. Fica comigo, Jesus, na minha família, na minha casa, na minha comunidade, na minha vida. Fica comigo, Jesus!

Quando, no final da celebração, peguei as minhas muletas, porque havia tirado recentemente o gesso e ainda não tinha confiança de caminhar com o robofoot, sem elas, levantei-me pra sair e então olhei pra minha amiga, ela também chorava e me confessou que passou pelo mesmo sentimento, ao participar da Santa Eucaristia. Compartilhamos a alegria de tão profunda experiência!

Foi por ocasião desse tempo também que, ao chegar à igreja, coloquei ao chão minhas amigas muletas e, ao olhar para cima, vi lá no teto, um ponto de Luz. Busquei ver se seria um reflexo de alguma das seis lâmpadas da parede, ou das duas velas do altar. Não consegui identificar. E aquele ponto de luz ali permaneceu durante toda a celebração. Olhei várias vezes pra ele; chamou-me realmente a atenção, aquele pequeno ponto de luz...

Volto quase todos os dias ao Santuário da Adoração e procuro o ponto de luz. Não, não está lá; foi somente naquele momento, de sofrimento, de limitação, de dependência, por ter quebrado meu pé direito.  

E graças às boas amizades, só não recebi Jesus na eucaristia, quando estava em Teixeiras com meu filho, porque naqueles dias, não houve celebração. Mas logo que aqui cheguei, voltei para a igreja, levada pela minha amiga Graça, e, algumas vezes, por um casal amigo, ministros da eucaristia, quando queria participar da Santa missa, na capela do hospital. Graças a Deus e a essas pessoas, pude continuar marcando presença. E quando alguém lá no Santuário, me disse que eu não precisaria me levantar, porque os ministros levariam a comunhão onde eu estava, não aceitei. O difícil era, com certeza, chegar à igreja. Se eu já estava lá, nada me impedia de levantar e participar da procissão para receber Jesus. Obrigada, meu Deus, por tantas bênçãos!!!

Com toda humildade, postei, apesar de não querer fazê-lo - mas creio firmemente, que Deus tem um plano para cada um de nós. Estejamos atentos!