161 - COISAS BOAS
Momentos de felicidade são pequenas coisas que nos fazem bem, alimento para a alma. São porções do tesouro que é a vida. A felicidade é silenciosa, é degustada bem devagarinho, espiritualmente, massageando o eu interior.
Ontem, silenciosamente, vivi um momento desses, quando a Carol me disse que os três - pai, mãe e filha - ficaram juntos, um bom tempo, lendo Botões de Rosas. Gratificante saber que o que pensamos e registramos com todo carinho, pensando na posteridade, é visto por pessoas que nos querem bem. Poderiam estar lendo outras coisas, um bom livro, apreciando algum novo programa, mas ali estavam a ler o que resolvemos escrever. Obrigada, meus filhos! O que mais peço a Deus é que sejam felizes, que curtam muito a família, que conservem esse sentido de família, que tentamos passar, com alguns erros, às vezes - somos todos passíveis de erros - mas também com muitos e sólidos acertos.
Devo lhe dizer, Júnior, que você, como todos os seus irmãos, já nos deu muitas alegrias. Somos-lhe gratos, pelo seu esforço e boa vontade com relação a tudo que faz. Seu pai, com o maior orgulho, sempre comenta, com todos os amigos, que, sem fazer cursinho, você passou em três faculdades federais no vestibular de medicina e que, antes mesmo de terminar o ensino médio, havia passado em medicina veterinária, em Viçosa. Você poderia escolher fazer o curso em Montes Claros, Juiz de Fora ou Belo Horizonte. É bom que nossos netos saibam de todas as suas vitórias para que compreendam que o esforço compensa.
Meu filho, ser inteligente é dom de Deus; aproveitar bem a inteligência que nos foi dada, é mérito nosso, é escolha nossa. Escolher empregar para o bem, os dons que nos são dados, é a maior dádiva. Tanta gente direcionando-os para o mal.
Você que veio de uma gestação bem longa, que chegou ao mundo por meio de um parto normal bem difícil, que teve que fazer um esforço grande para ver a luz do dia, você, meu filho é um vencedor; sempre foi um grande vencedor. Que Deus continue abençoando seus passos, para que você saiba levar a bom termo todos os seus empreendimentos, especialmente no que diz respeito a seus filhos.
Na vida, adotamos valores que julgamos corretos e que nos fazem felizes. Por isto, confesso hoje, humildemente, algumas coisas suas que me fizeram um grande bem - e você talvez nem tenha percebido. Na sua primeira comunhão na Catedral de Diamantina, chorei copiosamente, com sentimentos antagônicos que me fizeram derramar quentes e sentidas lágrimas; sentimento bom de ver você tão compenetrado, recebendo pela primeira vez, Jesus na Eucaristia, após longo tempo de preparação, mas triste, porque seu pai, que tanto o ama, por preguiça, ali não estava.
Um segundo momento, em Belo Horizonte, na sua formatura, quando vi você, um lindo rapaz, esplendoroso em sua alegria, com alguns colegas, na fila de comunhão. Como isto me fez feliz!
E um terceiro momento, talvez ainda mais marcante, ajoelhado frente ao altar, o padre me chama para ministrar a comunhão aos recém-casados. Fiquei surpresa, não esperava por isto, disse à sacristã que se eu soubesse, teria levado o meu jaleco e ela me respondeu: "Foi seu filho quem pediu para você dar a eles a comunhão." Chorei!
Júnior, não tenho palavras para agradecer o carinho de vocês para comigo. Só posso pedir a Deus que os abençoe abundantemente e que vocês recebam de seus filhos cem vezes mais. Obrigada por tudo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário