sexta-feira, 18 de setembro de 2020

493 - Na Esperança!...

 493  -  Na Esperança!...

Na esperança de que tudo isto vai passar, pintei de um verde forte, a parte cimentada do quintal da minha casa. Na esperança de que dias melhores virão, colori ontem este chão aqui, mesmo sabendo que os passarinhos vão sujá-lo logo, logo, mas não importa. O que conta - sempre - é a esperança, que nunca me abandona. 

Fiquei o dia todo, na feliz missão. Desde que voltei da missa, comecei a fazer o que planejei durante a noite: lavei bem o espaço, e, enquanto secava, fui cuidar da rotina de todos os dias. Depois, abri a enorme lata de tinta e comecei a pintar. Como eu gosto de fazer isto! Como é bonito ver a transformação de um espaço, trabalhado pelas nossas próprias mãos!

Sei que as árvores não cooperam; e lançam suas folhas sobre a tinta ainda fresca. E sei que os passarinhos também não reconhecem o meu esforço para deixar o ambiente mais agradável; nem tinha dado ainda a segunda demão, lá estava o sabiá se deliciando com uma pitanga bem madurinha que havia caído. É muita folga!... E para comer uma simples pitanga, colore de vermelho vivo, bem mais que meio metro do meu espaço verde. Vê se pode! E ainda costuma deixar ali, o seu pagamento que eu tenho que limpar depois. É mole?

Ontem fiquei a tarde toda nessa tarefa pois o espaço é grande, uns  cinquenta metros quadrados. E quando vi que estava quase na hora da Oração, saí com as mãos coloridas, rezei e depois voltei para terminar a primeira demão. Hoje dei a segunda e fico feliz ao ver o produto do meu trabalho: ficou muito bom!

Sei que as árvores continuarão a jogar ao chão, as suas folhas. Sei também que elas estão cheias de ninhos e, assim sendo, os passarinhos vão sujar o meu verdinho e amanhã, quando eu me levantar, terei muito o que fazer para o chão ficar limpinho de novo. Mas não me importo. "Lavou, fica limpo!" Não é assim? É tinta de quadra, totalmente lavável e fica tudo bem lindo! 

Enquanto vamos ocupando o nosso tempo, unindo o útil ao agradável, o tempo vai passando, as coisas vão se ajeitando e, tudo bem! A esperança nos alimenta sonhos de dias melhores, quando poderemos sair por aí, sem máscaras e preocupações. Já são seis meses de pandemia e a gente na expectativa de uma vacina, que possa nos livrar da doença. Mas enquanto isto não acontece, não sabemos onde se encontra o inimigo e por isto, qualquer pessoa pode ser um perigo em potencial. Que situação não é mesmo?

Enquanto necessário ficarmos confinados, vamos inventando e pintando escadas, e cadeiras e chão, mesmo que para isto precisemos de um esforço um pouco maior. Isto é bom para ocupar o tempo ocioso, dando corda à esperança de que amanhã será melhor. Muito melhor! Dizem por aí que a esperança é a última que morre mas eu penso sempre diferente: para mim, a esperança não morre!

(Celina  -  18/09/2020) 

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