341 - ... e - A Reta Final!
Hoje - Dia de São José. Acabei de chegar da igreja e, relendo a crônica anterior, quero complementar com esta reflexão: depois da curva parabólica da vida, falar com você da "Reta Final".
Creio não ser difícil entender que é assim que as coisas acontecem. Simples assim: a gente nasce, cresce, faz algumas escolhas e vai vivendo conforme escolheu; e um dia, a cortina se fecha. É assim. Não há como fugir! Creio que isto, todo mundo entende. Mas talvez nem todos entendam "a reta final" E é disto que quero falar hoje, precisamente hoje. Porque ontem, meu filho mais velho, que estava conosco há quinze dias, foi embora pela manhã. E assim - como os outros filhos aqui não apareceram, nem netos, deu um vazio no meu coração - mais nele que na casa - nem havia pensado nisto. Então falei da descida. Mas hoje, quero falar da subida. Espero que você entenda:
Encontrávamos, todos e cada um de nós, numa redoma de vidro, bem quentinhos, no ventre de nossa mãe e aí, de repente, chega o momento de pular pra fora e viver num novo mundo. Agora, por nossa conta! Antes, através do cordão umbilical, era a nossa mamãe que se alimentava por nós. De tudo que ela escolhia para comer, um pouquinho, certamente, era separado praquele serzinho inocente e ainda informe que carregava dentro de si. Aos poucos, ele foi tomando forma e se fortalecendo cada vez mais. Até se achar no direito de sair dali e ter vida própria.
Nós, que aqui estamos e podemos falar disto, fomos mais felizes que alguns que não chegaram a ver a luz do dia. Sabe por quê?... Sabe por que ele não chorava, não abria os olhos, não se movia, nenhum gesto conseguia mostrar?... Sabe por que aquele serzinho recém-chegado, para o espanto de todos, conservava-se completamente inerte?...
Pois é! Alguns vivem dias, outros, meses; outros vão mais longe. E há os que passam de um século. E nós ainda estamos por aqui. Que bom! É procurar viver da melhor forma possível!
Mas voltando às interrogações sobre o natimorto, a resposta é muito simples: ali está somente o corpo físico, lembrando que somos físico e espírito, corpo e alma. E é esta que nos anima; do latim, anima (ânima) - alma - sem ela o corpo nada faz - é um ser inanimado! Isto é o que chamamos de morte: ato de separar a alma do corpo. Este vai ser enterrado, ou cremado... Ela tem seu retorno para Aquele que no-la concedeu: é a reta final, o que já aconteceu com muitos dos nossos, não é mesmo?
(Celina - 19/03/19)
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