Capítulo XXVIII
SER FELIZ,
no barulho e no silêncio!
O barulho incomoda? Depende! Depende de você querer ser incomodado. Se não... alie-se a ele! Se o barulho incomoda e você tem como corrigi-lo, que o faça! Mas, se não depende do seu querer, seja feliz com ele!
Sou feliz com o canto do nosso galo no quintal, às quatro da madrugada e com os que respondem, lá longe, pela vizinhança – uma coisa que minha netinha Gabriela reclamou!
Feliz com o toque característico do celular, avisando que os amigos já estão acordando e me mandam lindas mensagens!
Feliz com o barulho da porta da cozinha que meu esposo fecha, avisando que já está vindo para a cama.
São tantos os barulhos à nossa volta, que, o melhor que temos a fazer, é procurarmos ser felizes com eles; apenas alguns exemplos na minha rotina :
- O barulho diversificado dos veículos que começam bem cedo a circular pela avenida;
- O portão da casa vizinha, às cinco da manhã, certamente de alguém que sai para o trabalho;
- O barulho insistente da moto que passa todas as noites, em intervalos regulares, certamente contratado por alguém da rua;
- O choro da criança no prédio vizinho;
- A máquina que corta a grama de quintais e jardins da vizinhança, por vários dias;
- O barulho dos carros que fazem a troca de óleo, bem à frente da nossa casa;
- O barulho forte dos ventos que levam as palmeiras do jardim até quase beijarem o solo e as trazem de volta;
- O tic-tac do relógio grande da sala, com seu toque sonoro que me informa as horas, sem que eu necessite olhar para ele;
- A sirene da ambulância que vai socorrer a quem precisa de auxílio ou dos carros de polícia que vão resolver alguma situação de conflito;
- A brisa mansa que cantarola nas árvores do quintal;
- As orações nas casas das vizinhas que estão rezando por todos nós, com certeza;
- O barulhinho gostoso da água que sonoriza e umidifica a casa durante toda a noite, na fonte de pedra que ganhei no meu aniversário;
- O barulho do jornal que, toda sexta-feira bem cedinho, cai aqui no jardim, trazendo as notícias da nossa Sete Lagoas e região...
- E até o barulho ensurdecedor de um aparelho que, a pedido médico, mapeia o corpo da gente com tanta precisão!
Enfim, é escolha de cada um, conseguir lidar com todos os barulhos, que são tantos... e curtir, com alegria, sem reclamar.
E curtir também, com a mesma tranquilidade, a um silêncio como este de que posso desfrutar agora, nesta manhã, e que só é levemente quebrado pelo barulhinho das teclas do computador que estão me trazendo tanta satisfação ao poder falar tudo isto com você, em momentos e locais diferentes. Que coisa boa! Isto me faz tão feliz!
E me veio à mente agora, uma aula do curso de Psicopedagogia quando a professora dividiu a turma para refletir sobre temas diversos e todos queríamos ir para outras salas da UNIFEMM, já que elas estavam vazias naquele sábado, pela manhã.
Sabe o que ela disse? “Não! Vocês precisam aprender a prestar atenção apenas nas falas das pessoas do seu grupo e se isolarem completamente do barulho dos demais.”
É fácil não, viu? Mas a gente deu conta! Todos os grupos apresentaram bem suas discussões. Porém deu trabalho!
Você, o que acha disto?
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