quarta-feira, 1 de maio de 2019

350 - Histórias...

350  -  Histórias...

Eu levava muito a sério os estudos e tudo o que era proposto eu achava interessante e necessário. Nunca me perguntei por que  a gente tem que estudar isto ou aquilo. Tudo me parecia importante. Até o criticado Canto Orfeônico, que haviam colocado na grade curricular do primeiro ano ginasial, completando o absurdo total de onze matérias, quando até o Latim a gente estudava. Onze matérias para crianças tão novas, imaturas e inexperientes,  que haviam saído do antigo Primário, vitoriosas no exame de Admissão, obrigatório na época, ao ingresso a um  Ginásio particular para poucos!...

Então um dia fomos fazer um trabalho sobre o Presidente Juscelino Kubitschek e a construção de Brasília. Lembrei-me muito disto hoje cedo ao ver, na Canção Nova, uma entrevista onde o Cardeal Dom Damasceno falava exatamente sobre ele.  Claro que o enfoque era a espiritualidade, mas me chamou muito a atenção, alguns pontos de semelhança com a gente. 

Eu, que participei com muita alegria, do quinquagésimo sétimo Cursilho aqui em Sete Lagoas, fiquei feliz em saber que ele foi também um cursilhista em mil novecentos e setenta e cinco, vindo a falecer, tragicamente, no ano seguinte. Dom Damasceno relatou com muito entusiasmo que ele, o Presidente, havia sido cassado, morava num sítio, ali por perto e, convidado a participar do Cursilho, aceitou, e o fez, integralmente, de quinta a domingo, quando então se confessou e comungou. 

Diz que quando ele chegou, no primeiro dia,  foi uma festa! Ninguém sabia que ele iria participar. Então, ao vê-lo entrar, surpresos, todos o receberam com muitos aplausos. Participou ativamente de todas as atividades. No encerramento, na Capela de Santo Antônio, fez a primeira leitura durante a Celebração, comungou e saiu praticamente carregado pelos participantes. Diz que havia mais de mil pessoas participando dessa Missa, porque ficaram sabendo que ele estava lá. 

Gostei muito disto porque, ao fazer o trabalho sobre ele, me apaixonei pelo personagem que ele representou para o nosso Brasil; e a saga da construção de Brasília me fascinou sobremaneira. Pra mim, ele era algo assim como um Príncipe Encantado para o nosso povo. Eu admirava tudo que lia a respeito dele e de sua ousadia no ato de governar. Mal sabia eu, enquanto jovem estudante,  que mais tarde ele teria seus direitos cassados e seria exilado, percorrendo vários países - corroendo-se de saudades do Brasil! Simplesmente porque era muito popular, entusiasmado, um grande patriota como eu!  Injustiça gerada exatamente pela inveja e outros males!...

E as virtudes se vão...

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