348 - De Volta à Infância
Como é bom esse exercício que a gente faz de vez em quando, relembrando águas passadas, principalmente, lá no início, bem no início de nossa caminhada aqui na terra!
Pare de ler, por favor! Feche os olhos, olhe pra dentro de si mesmo, busque lá longe, coisas que já ficaram para trás há muito tempo, lá nos primórdios de sua vida terrestre, lembrando de si, e daqueles com quem convivia.
Até onde você consegue ir? Até cinco anos?... Quatro?... Três anos?... Antes disto?... Quando nos mudamos do lugar onde nasci, eu ainda não completara oito anos, mas me lembro bem de muitas coisas! Poderia pintar, se tivesse essa habilidade, um quadro bem bonito com o sobrado, a horta, o quintal, a estradinha que passava dentro do nosso terreno para levar os transeuntes a outras fazendas... Também a estrada maior que ficava a oeste e levava para outros lugarejos, contornando nossas terras - que não eram nossas, apenas morávamos lá; e o seu contorno ao sul, onde passávamos para ir à escola, à Igrejinha do povoado, como também, à casa do vovô materno.
Nesse trecho, que ficava ao sul, após a primeira curva havia um farto bambual, de bambu gigante; não sei se você conhece, mas este eu conhecia bem: eram caules grossos, amarelados, de tamanho descomunal, e existiam em grande quantidade. Ao passar em frente ao bambual, sempre alguém gritava: "Cuidado com a aranha!" E todos ficávamos de olho em um buraco grande que havia na raiz dos bambus. E aí alguns falavam que já tinham visto, que ela era enorme, peluda e muito feia. Uns garotos até saíam pulando dizendo que ela saltava assim ó! - correndo atrás de quem estivesse passando na estrada. Lendas...
Quando íamos pra escola, somente os irmãos, ninguém se lembrava do monstro. Mas na volta, como vínhamos todos juntos, brincando, correndo, naquela algazarra, sempre algum engraçadinho começava a meter medo nos menores. E nada de aranha monstruosa! Lendas, pensávamos.
Porém, um dia, distraídos, antes que alguém lembrasse o fato, nós a vimos! Era realmente algo descomunal: com suas enormes pernas - nem sei pra que tantas! - lá ia ela atravessando a estrada. Todo mundo disparou a gritar e a chorar; tanto que a pobrezinha parou e acho que ficou sem saber se continuava seu trajeto, ou voltava para o seu esconderijo de onde certamente viera. Falou mais alto a segunda opção, porque ela se virou de uma vez e aos saltos saiu correndo, e entrou buraco a dentro, em poucos pulos.
Não me lembro se ficamos ali paralisados, ou se corremos todos pro mesmo lado, ou se nos dispersamos... E talvez o famoso bicho nem era tão grande assim, mas aos nossos olhos infantis, nos pareceu realmente enorme.
Só sei que ninguém esboçou um gesto e que nesse dia chegamos muito mais rápido à nossa casa! E no dia seguinte, na escola, o assunto era só esse e os mais valentões contavam que correram atrás dela, sem dó, assustando a pobre coitada. Sei!...
O fato é que os alunos e a professora davam louvores a Deus por não precisarem passar naquele trecho da estrada, todos os dias para irem à escola!
Nesse trecho, que ficava ao sul, após a primeira curva havia um farto bambual, de bambu gigante; não sei se você conhece, mas este eu conhecia bem: eram caules grossos, amarelados, de tamanho descomunal, e existiam em grande quantidade. Ao passar em frente ao bambual, sempre alguém gritava: "Cuidado com a aranha!" E todos ficávamos de olho em um buraco grande que havia na raiz dos bambus. E aí alguns falavam que já tinham visto, que ela era enorme, peluda e muito feia. Uns garotos até saíam pulando dizendo que ela saltava assim ó! - correndo atrás de quem estivesse passando na estrada. Lendas...
Quando íamos pra escola, somente os irmãos, ninguém se lembrava do monstro. Mas na volta, como vínhamos todos juntos, brincando, correndo, naquela algazarra, sempre algum engraçadinho começava a meter medo nos menores. E nada de aranha monstruosa! Lendas, pensávamos.
Porém, um dia, distraídos, antes que alguém lembrasse o fato, nós a vimos! Era realmente algo descomunal: com suas enormes pernas - nem sei pra que tantas! - lá ia ela atravessando a estrada. Todo mundo disparou a gritar e a chorar; tanto que a pobrezinha parou e acho que ficou sem saber se continuava seu trajeto, ou voltava para o seu esconderijo de onde certamente viera. Falou mais alto a segunda opção, porque ela se virou de uma vez e aos saltos saiu correndo, e entrou buraco a dentro, em poucos pulos.
Não me lembro se ficamos ali paralisados, ou se corremos todos pro mesmo lado, ou se nos dispersamos... E talvez o famoso bicho nem era tão grande assim, mas aos nossos olhos infantis, nos pareceu realmente enorme.
Só sei que ninguém esboçou um gesto e que nesse dia chegamos muito mais rápido à nossa casa! E no dia seguinte, na escola, o assunto era só esse e os mais valentões contavam que correram atrás dela, sem dó, assustando a pobre coitada. Sei!...
O fato é que os alunos e a professora davam louvores a Deus por não precisarem passar naquele trecho da estrada, todos os dias para irem à escola!
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