quinta-feira, 1 de junho de 2017

294 - VISITAR

294 – VISITAR


Tirei um tempinho ontem para fazer uma visita. Bem, pensei que seria um tempinho. Na verdade, foi um tempão: fiquei lá por longas duas horas e falamos de muitas coisas. Como foi bom! Há muito, ela está acamada, com dores pelo corpo, ainda sem um diagnóstico preciso. Tenho estado com ela por alguns momentos, mas ontem resolvi que ficaria um tempo maior; só não esperava que fosse tanto assim.

Como faz falta, esse contato com as pessoas que passam por um período maior de enfermidade, confinadas em sua casa, sem condições de continuar com as andanças diárias a que está acostumada. Essa minha amiga, dinâmica como é, deve estar se sentindo “amarrada”, porque era difícil encontrá-la em casa. Agora...

Então me deu uma vontade imensa de registrar hoje este recado: vamos visitar nossos doentes! Vamos tirar um tempinho pra marcar presença ao lado daqueles que amamos, no momento de suas fragilidades. É uma das obras de misericórdia de maior valor. Não podemos deixar nossos amigos assim, dias e dias, sem a visita de um amigo que possa oferecer-lhe bons momentos de presença afetiva e efetiva, num bate-papo gostoso, sem pressa, saboreando cada olhar, cada palavra, cada gesto daquele que está ansioso para falar de suas mazelas...

Emprestemos nossos ouvidos, falemos o mínimo possível e, quando o fizermos, que seja apenas para mensagens positivas, palavras de incentivo, elogios, coisas desse tipo. Faz um bem imenso ao doente e a nós também, esse gesto de caridade cristã.

Portanto, pensemos nisto. Vamos nos organizar, tirando um tempinho para esta boa ação.  Visitar! Visitar, levando nosso abraço, nossa boa vontade, todo nosso afeto! E sem muito compromisso logo em seguida, porque, conforme o assunto, a animação, a gente não sai tão cedo! É muito gratificante!

Porém, fica bem dar uma ligadinha antes para saber se o doente está em condições de nos receber. Pode ser que esteja com consulta marcada, uma fisioterapia, pode ser que seja esse o momento de descanso, pode ser que esteja dormindo... E tem mais: avisando antes, criamos um tempo de espera, que fará bem ao doente; como nos ensina Exupéry, em sua famosa obra: “... se você vem às quatro, desde as três eu começarei a ser feliz!”

(Sete Lagoas, 01/06/17)

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