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– VISITAR
Tirei um tempinho ontem para fazer uma visita. Bem, pensei que
seria um tempinho. Na verdade, foi um tempão: fiquei lá por longas duas horas e
falamos de muitas coisas. Como foi bom! Há muito, ela está acamada, com dores
pelo corpo, ainda sem um diagnóstico preciso. Tenho estado com ela por alguns
momentos, mas ontem resolvi que ficaria um tempo maior; só não esperava que fosse
tanto assim.
Como faz falta, esse contato com as pessoas que passam por um
período maior de enfermidade, confinadas em sua casa, sem condições de
continuar com as andanças diárias a que está acostumada. Essa minha amiga,
dinâmica como é, deve estar se sentindo “amarrada”, porque era difícil
encontrá-la em casa. Agora...
Então me deu uma vontade imensa de registrar hoje este recado:
vamos visitar nossos doentes! Vamos tirar um tempinho pra marcar presença ao
lado daqueles que amamos, no momento de suas fragilidades. É uma das obras de
misericórdia de maior valor. Não podemos deixar nossos amigos assim, dias e
dias, sem a visita de um amigo que possa oferecer-lhe bons momentos de presença
afetiva e efetiva, num bate-papo gostoso, sem pressa, saboreando cada olhar,
cada palavra, cada gesto daquele que está ansioso para falar de suas mazelas...
Emprestemos
nossos ouvidos, falemos o mínimo possível e, quando o fizermos, que seja apenas
para mensagens positivas, palavras de incentivo, elogios, coisas desse tipo.
Faz um bem imenso ao doente e a nós também, esse gesto de caridade cristã.
Portanto,
pensemos nisto. Vamos nos organizar, tirando um tempinho para esta boa ação. Visitar! Visitar, levando nosso abraço, nossa
boa vontade, todo nosso afeto! E sem muito compromisso logo em seguida, porque,
conforme o assunto, a animação, a gente não sai tão cedo! É muito gratificante!
Porém,
fica bem dar uma ligadinha antes para saber se o doente está em condições de
nos receber. Pode ser que esteja com consulta marcada, uma fisioterapia, pode
ser que seja esse o momento de descanso, pode ser que esteja dormindo... E tem
mais: avisando antes, criamos um tempo de espera, que fará bem ao doente; como
nos ensina Exupéry, em sua famosa obra: “... se você vem às quatro, desde
as três eu começarei a ser feliz!”
(Sete
Lagoas, 01/06/17)
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