domingo, 3 de julho de 2016

239 - MOMENTOS...

                                                                             239 - MOMENTOS...

Há ocasiões especiais que não devem ser desperdiçadas. Quando surge o momento, aproveite, não deixe pra depois. Principalmente em se tratando de crianças! Não devemos deixá-las sem resposta. 

Levei a Gabi e o Lukinha para brincarem um pouquinho no Náutico. Ficaram eufóricos quando disse isto a eles, em plena manhã de sexta-feira. Assim que chegamos, desceram rapidamente a rampa de entrada e o Lucas admirou-se, falando alto, quase gritando: 
_ Vovó!  Olha que lindo! 
Vi vários troféus sobre uma mesa: ouro, prata e bronze.
_ Olha, vovó, uma chuteira de ouro, igual a que o Arthur ganhou aquele dia!
Arrisquei:
_ É, Lukinha, igual a que você vai ganhar um dia!
_ Eu?!  Nunca, vovó! Nunca vou ganhar uma chuteira igual a esta. Eu não sei jogar!
_ Ora, Lucas, o Arthur também não sabia, não! Você também vai aprender.
Parou, olhou bem nos meus olhos e arrematou:
_ Vovó, eu não sou bom de futebol!!!

A Gabi já passava correndo na nossa frente, procurando um jeito de descer para ir ao parquinho. Saímos atrás dela, e eu fui explicando a ele como foi a trajetória do Arthur. Não falei dele, Lucas, mas fui dizendo como o primo, no início, ficava lá parado em campo, abaixava-se, brincando com a grama; os colegas correndo atrás da bola e ele parado com o dedo na boca... E, como ele muitas vezes ia conosco, eu disse mais: Lembra, Lucas, como a gente ficava brigando com ele, por causa dessas coisas que ele fazia?... Lembra que ele não jogava nada?  Depois, com o tempo, foi aprendendo. E deu sorte de fazer tantos gols no campeonato, revelando-se o artilheiro do time.

Ia falar agora da sua atuação, como ele já estava conseguindo dominar a bola... Mas ele já saiu correndo para o escorregador. Mais tarde, comentei com seu avô e ele disse: 
_ Coitado, Celina! Já estão colocando na cabeça do menino que ele não sabe jogar futebol. Que maldade!... Tem que explicar pra ele... 
_ Eu tentei. Aos poucos,  vamos mostrando a ele, o seu progresso. 

É claro que cada um tem aptidão pra uma coisa; ser dos melhores, depende dos carismas; mas todos somos capazes de aprender um pouco sobre qualquer coisa. E o Lucas tem uma vantagem: é muito disciplinado e faz tudo o que os instrutores pedem. Corre pelo campo o tempo todo, saltitando, e comemora as jogadas boas dos companheiros, grita quando seu time faz um gol, é muito entusiasmado.

Sua mãe comenta: "De vez em quando, a bola sobra pra ele, mas nem sabe o que fazer com ela." Peço muito pra não dizer nada disto a ele. "De jeito nenhum!" afirmou. É claro que, certamente, não vai ser um jogador de futebol. Ninguém está pensando nisto, mas o esporte disciplina e é um exercício muito bom e necessário ao crescimento saudável. Então, vamos incentivá-los a continuar. 

Brincaram no parquinho, viram passarinhos saltitando pelo campo, uma garça na lagoa, brincaram um pouco na piscina, dei-lhes um banho quentinho e voltamos pra casa, em cima da hora de almoçar e aprontar pra ir pra escola.

O assunto em questão vai voltar, com certeza, e vamos caminhando juntos, analisando o desempenho de cada um, em cada atividade. O que não devemos fazer, é deixar as crianças desanimarem frente à primeira dificuldade. E ensinar a cada uma, a não se comparar com os outros, mas superar-se a cada dia.
(Sete Lagoas, 03/07/16)


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