213 - OU ISTO OU AQUILO
Grande Cecília
Meireles! "... Ou
guardo o dinheiro e não compro o doce,
Ou compro
o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto
ou aquilo: ou isto ou aquilo...
E vivo
escolhendo o dia inteiro!”
Escolhas...
A vida é sempre feita de escolhas... E nem sempre o que escolhemos, acontece,
porque, de repente, muda tudo e o que pensamos ser, já não é mais; o que
pensamos fazer, passa longe das possibilidades do momento.
Foi
assim no final de semana que passou. A começar pela minha filha na sexta-feira, que saiu com esta de "almoçar fora amanhã, porque é aniversário de
mãe..." Cochichei com meus botões: " Nem pensar! Amanhã quero ficar
quietinha, vou pra missa bem cedinho, rezamos o terço, como fazemos todo
sábado; depois vou pro clube, exercitar um pouco, algumas braçadas a mais,
porque, estando sem os netos em casa, o tempo disponível é maior - como no ano
passado que, ao invés dos costumeiros seiscentos metros, fiz mil e fiquei
feliz pela conquista; volto pra casa, vou ler um pouco, talvez escrever algo...
e à tardinha, estarei pela segunda vez, participando da reunião do Clube de
Letras; mesmo porque, havia dito a ela - minha filha - quando a gente
entra nos 'enta', não se comemora mais os anos, mas as décadas! Assim,
reafirmei, estou esperando o arredondamento da década."
Programado?
Sim! Mas não executado. À noite, recebo uma mensagem bem diferente que me
deixou surpresa e me fez feliz: era pra eu buscar minha irmã na rodoviária
pela manhã, que chegaria no ônibus de São Paulo a Diamantina. Saí às cinco e
meia, com um pensamento fixo: iríamos diretamente para a igreja, celebração
Eucarística, reza do terço, tudo bem; mudaria só a programação do Náutico e
reunião. Porém, quando ela chegou, já a missa estava terminando e viemos
direto pra casa, prometendo voltar no final da tarde!
Ter uma
visita assim, de surpresa, no dia do aniversário, é muito bom. Mesmo que não se
esteja disposto a fazer nada diferente, a rotina é mudada. Após o almoço, fomos
ao hospital visitar uma pessoa querida que havia passado por uma cirurgia e
dali, à casa do Savinho, cantar Parabéns pra ele - e pra mim, né? Não houve
como fugir!
Bem,
como disse, mudou tudo, desculpei-me com as meninas que queriam cumprimentar-me
após a missa, e irei desculpar-me igualmente com a equipe do terço e da
reunião, já que são poucos participantes e dão mesmo pela falta do ausente.
Valeu
demais da conta, foram quatro dias de presença constante, colocamos o papo em
dia e, como ela mesma disse, aniversário da gente é um dia só no ano; outros
eventos podem esperar, certamente.
São
assim, nossas escolhas; muitas vezes, a decisão foge ao nosso alcance; porém,
vezes há em que nos encontramos em uma encruzilhada e necessitamos de sabedoria
para optar, porque depende unicamente de nós "o isto ou aquilo". E
daí, a nossa responsabilidade com as consequências da escolha feita. Nesses
momentos, é que devemos pedir humildemente a ajuda divina, para que não
nos arrependamos depois.
E, voltando ao terceiro parágrafo, como, passando em frente à igreja, vimos
que todos já estavam saindo, voltamos à noite e nunca rimos tanto após a missa.
Rimos, sem controle, um bom tempo, lembrando dos cochilos na igreja: eu havia
passado a noite praticamente em claro, e ela disse que não pregou os olhos
durante a viagem. Sentadas ali no banco, músicas suaves, a fala tranquila do
sacerdote, tudo contribuindo para uma cochilada. E como cochilamos! Porém, acho
que os risos foram bem maiores que os cochilos, pois conseguimos assimilar a
mensagem do evangelho, reflexão muito bem feita pelo sacerdote.
Foi
muito bom, o dia do meu aniversário! No dia seguinte, tirei um bom tempo pra
responder as mensagens de WhatsApp e Facebook - bendita tecnologia!!! Graças a
Deus, quantos votos de felicidade! Obrigada, Senhor!
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