segunda-feira, 2 de novembro de 2015

179 - Carta aberta para a JÚLIA

179 - Carta aberta para a JÚLIA

Júlia, meu amor, começo esta, com o famoso Exupéry: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." E para continuar no mesmo solene tratamento, preservemos a segunda pessoa: tu nos cativaste, Júlia! Desde o primeiro sorriso! Cativaste-nos a todos, com teu brilho, tua presença constante entre nós. Ninguém ama o que não conhece, mas nós te conhecemos, Júlia. E por isto, reafirmo: queiras ou não, és responsável pela felicidade daqueles a quem cativaste.

Na igreja, hoje, lembrei-me muito de ti. Nas mãos, o terço que trouxeste de Fátima pra mim. Olhando para a linda imagem de São José com o Menino Jesus ao colo, agradeci a Deus pelas vezes que vi o brilho no olhar de teu pai, quando te carregava, uma boneca viva, linda, mimosa, toda dengosa; contigo ao colo, ele se sentia uma pessoa melhor. Que bonita lembrança! Tu eras a mensagem de Deus-Menino aqui pra nós. E agora, já em casa, com o vidrinho de água benta, onde se lê: "Em Fátima, rezei por ti", fico pensando no que me disseste ao entregá-lo, da dificuldade de colocar dentro dele a água, gota a gota, com o dedinho. E nenhuma dificuldade te fez desistir do desejo de trazê-lo. Obrigada, Júlia!

Gostamos muito de ti; realmente nos cativaste. Tu nos ensinaste a ser melhores, a ser mais gente, mais afetivos; contigo, a doçura voltou a reinar em nossa casa, onde só havia adultos. Tu  me ensinaste a nadar, lembras? Íamos para a casa de teu pai; e lá tive a coragem de tentar. Hoje é o meu exercício predileto, duas a três vezes por semana. 

Ontem, senti tua falta, o dia todo te esperando.  Teu avô também; tinha dito a ele que virias... Aparece aqui, não te esqueças de que "tu te tornas eternamente responsável..." Porque te amamos. E a tua ausência machuca; e sei perfeitamente que não queres ferir-nos, não é? 

Tenho ouvido falar de ti, sempre. Pessoas que se lembram de tua brilhante atuação, seja declamando, dançando, nadando ou com as suaves músicas ao piano. Lá no Náutico, quase todos os dias, uma pessoa diz: "Cadê a Júlia, aquela piabinha?..." E a enfermeira que lá trabalha: "Diz à Júlia, que estou grávida; estou esperando uma menininha; ela vai gostar!"

Cativar é isto: deixar impregnado no coração de muita gente, a felicidade de boas lembranças, de mágicos momentos, vividos em comunhão, na construção de nossa história. Nós te agradecemos por isto! Um abraço carinhoso de toda a família que torce pelo teu sucesso! Que Deus te abençoe sempre, sempre!

                                          (Sete Lagoas, 02 de novembro de 2015)

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