quinta-feira, 30 de outubro de 2014

98 - BOAS EXPECTATIVAS

98 - BOAS EXPECTATIVAS

Hoje, como o faço todos os dias, fui buscar o Lucas. Estava de bem com a vida, muito falante, mas o que me impressiona é a concatenação das idéias, a facilidade com que a narração flui, a forma como direciona um diálogo, o vocabulário correto, a concordância verbal e nominal...

Foi entrando no carro e dizendo: "Vó, hoje eu ainda vou pra escola; papai e mamãe foram trabalhar e só quando terminar é que vão me  buscar na escola; e aí a gente vai pro aeroporto. É hoje que a gente vai lá pra Foz do Iguaçu.  Sabe, vó, vou ver as cataratas e quero tomar um banho lá." (Eu havia dito a ele, que eu me molhei  toda e nesse dia, ele afirmou que não queria se molhar "de jeito nenhum!"). Agora já está ansioso para que tal aconteça. E veio  comigo, falando dos dinossauros de cera que vai ver com o tio Walcely, falando, falando, falando...

A gente se apaixona quando resolve prestar atenção no desenvolvimento da criança, no aprendizado de cada dia. Quem me dera poder registrar cada avanço de cada um dos netos, já que são tão diferentes entre si e têm uma percepção bem diversa de todas as coisas! Sinto ainda, por não tê-lo feito com os filhos. Seria interessante eles lerem hoje, o que diziam quando ainda não tinham a visão de mundo com olhares alheios, uma visão, muitas vezes, deturpada pelas falas de outros...

A criança é autêntica, diz o que pensa, fala por si mesma e não por ter ouvido dizer, ou pior, por ter que dizer o que os outros querem ouvir.

Deus abençoe as nossas crianças e não as deixe se decepcionarem muito, ao crescerem... 


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