56 - MANIFESTAÇÕES
Estamos todos preocupados com essas manifestações populares, por causa da inevitável infiltração de mascarados, já que o cidadão comum fica à mercê de todo tipo de violências, cuja contenção está se tornando incontrolável. Os Poderes Constituídos certamente discutem o que fazer, mas parece que não estão chegando a conclusão alguma.
Meu filho mais velho é Delegado de Polícia e recentemente publicou no Facebook o texto abaixo. Achei-o uma análise razoável da situação e, como foi postado em redes sociais, creio que não há problema em transcrevê-lo aqui, na íntegra, para sua apreciação:
Texto de Walcely Almeida, postado em seu Facebook
"Em determinado momento histórico, por necessidade de sobrevivência, o homem abriu mão de parte da sua autonomia da vontade, transferindo-a ao Estado. Como resultado desse ato os indivíduos deixaram de realizar as suas condutas da maneira que bem entendiam, e passaram a respeitar a vontade coletiva, representada pelas leis. Assim, para que o Estado cumprisse o seu papel, as leis eram criadas de forma que, primariamente, defendessem o interesse da sociedade, para, somente em um segundo momento, o interesse dos pequenos grupos, e dos indivíduos de forma isolada, fosse defendido. Com o poder do povo o Estado adquiriu força e passou a repreender condutas contrárias ao interesse comum.
Porém, a vontade da maioria é o que fundamenta o Estado, e este, pode começar a se fragmentar caso pacto não seja bem conduzido, caso o interesse de poucos se sobreponha ao interesse coletivo.
Quando as leis são mal elaboradas (representam apenas a vontade de uma minoria) ou não são cumpridas, o Estado se enfraquece e se torna incapaz de impor a sua vontade. É o que ocorre com o Brasil. Não há mais qualquer respeito à sociedade, ao coletivo. Todo mundo faz o que quer, da forma que quer, e o Estado assiste a sua autólise, inerte. Somos 200 milhões de brasileiros que aceitam grupos de 200, 300 pessoas depredar bens, fechar estradas, saquear, invadir empresas, enfim, impor vontade de uns contra os direitos de todos. É a volta ao estado natural e, consequentemente, um Estado que tende rapidamente ao caos. Se é que esse caos já não se instalou de forma definitiva."
Creio ser necessária e urgente uma ação efetiva por parte do Estado, pois a sociedade não suporta mais esse caos.
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