sábado, 6 de setembro de 2025

621 - Para onde?...

Para onde?...

Aqui em casa, temos uma pitangueira; bem no centro do quintal; enorme! Na altura e na largura.

Todo ano, quando se aproxima a primavera, ela se enche de flores; lindas; branquinhas. Ela se  veste de noiva, se enfeita toda, como para os esponsais.  Uma beleza!

E todo ano, lá vêm elas. Logo que me levanto, antes do nascer do dia, ao chegar à cozinha, ouço um barulho intenso: um zum-zum-zum muito alto, de sonoridade específica, bem distinta; são elas: as abelhinhas! Lindas, lépidas, esvoaçantes, rápidas no voo, barulho intenso.

Corro, pego o celular. Fotografar o quê? Não as vejo, apenas ouço; faço um áudio, ouço depois. Apenas o barulho característico.

Tão rápidas são elas, tão florida toda a árvore, pego apenas uma ou duas no voo; tão pequenas que parecem invisíveis.

Gostaria de ficar ali; e tentar vê-las; mas preciso sair. E quando retorno, já nada se ouve. E em outras manhãs, não as ouço mais. Elas se vão... Para onde?... Para onde foram? E nos anos  que se seguem, lá está o barulho novamente. É sempre assim! Seriam as mesmas?... E por onde andaram durante todo o ano?... Eu gostaria de saber...

É impressionante a Obra da Criação! Quantas vezes a exuberante fauna de nosso país nos surpreende!  Fauna tão rica, flora de uma diversidade enorme!

Quanto às minhas abelhinhas, hoje, não as vi mais; já se foram! Deixaram saudades. Foram-se, como nos anos anteriores. Para onde?... Não sei; infelizmente, não sei!

Só tenho uma certeza: elas vão voltar! Porque sempre é assim. E eu quero que Deus me dê um tempo de folga para eu ficar ali, debaixo da pitangueira, a escutar aquele zum-zum. E quando ele estiver rareando, vou prestar bastante atenção porque preciso descobrir e responder pra mim mesma, esta interrogação que me intriga todos os anos: Para onde foram as minhas abelhinhas?!

Sei que um dia, terei que descobrir. Por enquanto, o título deste texto continua este: Para onde foram? Porque eu ainda não tenho uma resposta, e estou com saudades daquele barulho, tão intenso quanto intrigante.

No próximo ano, espero um título diferente para o meu pequeno texto. Sim que o terei!  Por enquanto, a pergunta só pode ser esta: “Para onde?...”

                                                                                                                                   (Celina  -  06/09/25)