sábado, 20 de setembro de 2025

622 - RELEMBRANDO


RELEMBRANDO...

Preciso falar sobre isto! Porque me veio, com muita nitidez, neste final de semana. Fiz em poucos segundos, uma retrospectiva perfeita de como e quando tudo aconteceu.

Lembrei-me de que meu pai assinava a “Folha de Ubá” - um jornalzinho municipal e, quando chegava, eu o devorava rapidamente. E, certa vez, vejo a notícia da morte do filho de um dos donos do jornal: um acidente violento e fatal; comoção geral!

Senti o drama, me assentei e escrevi um soneto. Parabenizaram-me, agradeceram e se puseram à disposição para publicarem outros poemas. Foi como “jogar o sapo n’água!” Passei a mandá-los e ficava aguardando, com ansiedade, o próximo número.

Quem me fez acreditar em meus escritos, foi a professora de Português, Dona Maria Emilce, no primeiro ano de Ginásio, quando pediu para fazermos um texto intitulado: “Meu Ideal”. Escrevi rapidamente, dizendo que gostaria de ser Professora; ela, que era muito exigente com a escrita, saiu de sala em sala, lendo o meu texto, frisando a correção e demais características positivas e dizendo a todos: nota máxima!

E eu, pobre, humilde, quieta no meu canto, estudando com bolsa de estudos, comecei a ser procurada para aulas particulares. Quanto mais comentavam meus aproveitamentos nos estudos, mais eu me esforçava para ser melhor a cada dia.

Cheguei ao Curso Normal, Irmã Doralice pediu-nos que escrevêssemos sobre os meninos de rua, utilizando qualquer gênero literário. Fiz um poema, intitulado: “Peregrinação”. Ela gostou muito e incentivou-me a continuar com meus poemas. Foi o que fiz!

E já aqui, em Sete Lagoas, digitei, utilizei fotos coloridas, imprimi os 151 poemas que eu havia guardado, num trabalho totalmente artesanal, capa dura, para cada um dos quatro filhos, entregando-os no Dia do Batizado do Lucas.

Levei-os quando fui participar das reuniões do Clube de Letras e fui incentivada a transformar aquele trabalho, em “Livros de Verdade”. E foi o que aconteceu: intitulado “Retalhos d’Alma” foi o primeiro dos dez livros da atual Coleção.

E por que me lembrei de tudo isto, neste final de semana que passou? Porque entreguei o “Décimo Livro de minha autoria” no Dia da Primeira Comunhão do Rafael, o sétimo neto.

“Toda caminhada, começa com o primeiro passo!”

(Celina - 18/09/25)


sábado, 6 de setembro de 2025

621 - Para onde?...

Para onde?...

Aqui em casa, temos uma pitangueira; bem no centro do quintal; enorme! Na altura e na largura.

Todo ano, quando se aproxima a primavera, ela se enche de flores; lindas; branquinhas. Ela se  veste de noiva, se enfeita toda, como para os esponsais.  Uma beleza!

E todo ano, lá vêm elas. Logo que me levanto, antes do nascer do dia, ao chegar à cozinha, ouço um barulho intenso: um zum-zum-zum muito alto, de sonoridade específica, bem distinta; são elas: as abelhinhas! Lindas, lépidas, esvoaçantes, rápidas no voo, barulho intenso.

Corro, pego o celular. Fotografar o quê? Não as vejo, apenas ouço; faço um áudio, ouço depois. Apenas o barulho característico.

Tão rápidas são elas, tão florida toda a árvore, pego apenas uma ou duas no voo; tão pequenas que parecem invisíveis.

Gostaria de ficar ali; e tentar vê-las; mas preciso sair. E quando retorno, já nada se ouve. E em outras manhãs, não as ouço mais. Elas se vão... Para onde?... Para onde foram? E nos anos  que se seguem, lá está o barulho novamente. É sempre assim! Seriam as mesmas?... E por onde andaram durante todo o ano?... Eu gostaria de saber...

É impressionante a Obra da Criação! Quantas vezes a exuberante fauna de nosso país nos surpreende!  Fauna tão rica, flora de uma diversidade enorme!

Quanto às minhas abelhinhas, hoje, não as vi mais; já se foram! Deixaram saudades. Foram-se, como nos anos anteriores. Para onde?... Não sei; infelizmente, não sei!

Só tenho uma certeza: elas vão voltar! Porque sempre é assim. E eu quero que Deus me dê um tempo de folga para eu ficar ali, debaixo da pitangueira, a escutar aquele zum-zum. E quando ele estiver rareando, vou prestar bastante atenção porque preciso descobrir e responder pra mim mesma, esta interrogação que me intriga todos os anos: Para onde foram as minhas abelhinhas?!

Sei que um dia, terei que descobrir. Por enquanto, o título deste texto continua este: Para onde foram? Porque eu ainda não tenho uma resposta, e estou com saudades daquele barulho, tão intenso quanto intrigante.

No próximo ano, espero um título diferente para o meu pequeno texto. Sim que o terei!  Por enquanto, a pergunta só pode ser esta: “Para onde?...”

                                                                                                                                   (Celina  -  06/09/25)