sábado, 26 de julho de 2025

620 - Inocência das Crianças!

  Inocência das Crianças!

Esta crônica de número 620 (seiscentos e vinte) do blog Botões de Rosas, saiu pronta lá do Santuário, hoje, quando o sacerdote falou sobre o Dia dos Avós e pediu que colocássemos em Oração, os nomes dos nossos avós, vivos ou falecidos.

Lembrei-me com carinho do nosso avô, Manoel, lá de Ubeba, pra lá de Ubá. Era um local muito bonito, uma casinha modesta, mas um pomar imenso com muitas e saborosas frutas. Lembro-me das mexericas, conhecidas pelo injusto apelido de "candongueiras". 

Segundo o nosso avô, só poderíamos apanhá-las quando estivessem bem maduras. Mas nossos pais pensavam diferente. Então, a mamãe nos dava uns bornais - como umas sacolas - e pedia a cada um que os enchesse com mexericas e os escondesse.

Lembro-me que ele estava sempre em uma cadeira, porque não caminhava mais. Contaram-nos que, na festa de casamento de uma filha, a mesa do banquete - algo improvisado - caiu em suas pernas, inutilizando-as para sempre. 

Coitado do vovô! A gente morria de dó dele, porque não podia caminhar como nós, mas o achávamos um sábio, um adivinho. Por quê? 

A mamãe dizia sempre que era pra não chupar ali, nem umazinha sequer, que lá em casa a gente chuparia muitas. É o mesmo que falar com uma criança pra segurar gostosos pirulitos e não dar nem uma lambidinha. Ah, mamãe! Como obedecer?

E era uma lástima, pois quando chegávamos perto do vovô para "pedir a Bênção", ele logo dizia: "- Ah! Já foram comer frutas verdes!... Está errado! Não pode!"

Ficávamos intrigados com aquilo: "Uai! Quem contou pra ele? Como ele podia saber que a gente chupou das suas mexericas?" Éramos todos muito pequenos e tínhamos aquele velhinho como um homem bom, mas muito diferente! Ele adivinhava tudo! 

Como éramos infantis, como éramos crianças de verdade! Que inocência!... Nosso Vovô Manoel era realmente um sábio, um adivinho, um profeta, sei lá o quê... Alguém diferente das outras pessoas que a gente conhecia...

Quanto ao vovô paterno, nunca o vimos, não sabemos se também era adivinho!...

(Celina  -  26 de julho - Dia dos Avós)

 

 


segunda-feira, 7 de julho de 2025

619 - QUE ALGUÉM LEIA!

  QUE ALGUÉM LEIA!

Meu Deus! Como dá trabalho fazer um Livro! Quem nunca fez um, não tem, certamente, noção disto, não sabe o quanto é trabalhoso, dispendioso, preocupante, cansativo...

E o pior: sempre se faz, na esperança de que alguém leia! E quantos livros, novinhos, sem sinal de que foram abertos, anos e anos depois!... Que pena! Talvez pudesse fazer bem a alguém...

Pensei nisto agora, quando é mandado para o prelo, o meu décimo livro... De vez em quando, a gente tem um feedback, mas isto é tão pouco para alguém que gasta dias e dias, noites e noites, madrugadas a dentro, colocando no papel, aquilo que o incomoda.

Sim, porque o pensar incomoda. Como a semente que se encontra dentro de uma fruta e quer sair para o mundo, quer se transformar numa criatura como aquela de onde veio, deseja germinar, crescer, florir, frutificar, para novas sementes, assim também, a ideia que brota, quer gritar, sair por aí, quer convencer... quer se mostrar e... viver! Ser aplaudida, talvez!

Não que se necessite de aplausos, não é isto. Pouco importa se quem o lê, concorda ou não com o que é dito; se o que pensa vai exatamente de encontro ao que ali é proposto. O que o autor deseja é que se tome conhecimento do seu jeito de pensar, o seu modo de ser, de fazer, de se mostrar. É possível que um texto, uma frase, uma palavra, leve o leitor a refletir, a questionar... E isto é o que se propõe.

Livros não são feitos para ficarem fechados em gavetas e prateleiras. Eles querem, certamente, que sejam abertos, lidos, questionados, fazendo chorar, ou sorrir ou, no mínimo, pensar. Livros querem ser presença! São um presente! Querem sê-lo!

Meu queridíssimo "Décimo Livro" - que as Crianças o leiam, já que você nasceu para elas, tão somente! Foi encomendado, pensado, gestado... ficou pronto, de leve roupagem. Tenho certeza de que você vai ser útil a elas, fazendo-as voar, nas asas do pensamento! Elas vão gostar de conhecê-lo. E você vai ficar feliz ao vê-las felizes! Vai ser bom!

(Celina - 07/07/25) 

 


618 - MAGNÍFICO TAPETE ROSA!


 MAGNÍFICO TAPETE ROSA!

Eu havia chegado de carro - e entrado já na garagem, quando me lembrei de que necessitava fazer algumas compras. Como seria pouca coisa, saí a pé. Ando sempre muito rápido, mil pensamentos a povoar-me o cérebro, coisas a resolver...

De repente... "Meu Deus, o que é isto?! Eu passei aqui agora!... Como pode?..."

_ Um enorme tapete rosa, retangular, lindíssimo, a ocupar toda a calçada! Que maravilha!!! 

Não! Não tenho coragem de pisar em tão divina obra do Criador! Olhei para cima - mais para o céu, que para a criatura que deixara formar ali, aquela suntuosidade, tão excepcional e rara!

E mudei de calçada, pensativa: "Meu Deus! Que inteligência humana seria capaz de tão grandioso feito? Quem poderia fazer crescer e florir árvores de beleza infinita, como os nossos ipês de tão lindas cores que extasiam o olhar de quem os contempla?..."

E ontem, domingo, à tarde, saio para, com outras pessoas, levarmos os Ícones do Jubileu de Platina de nossa Diocese, que estavam na Capela de Santa Teresinha, para a Catedral de Santo Antônio. Estaciono ali, ao lado da lagoa central, perto da E. E. Dr. Arthur Bernardes. 

Quando retorno, o carro está todo enfeitado, todo rosa, flores maravilhosas a colori-lo, um presente de Deus! Venho devagar, observando as flores, como belas e esvoaçantes borboletas, levadas ao vento; algumas chegaram até aqui e estão ainda ali, no para-brisa, a fim de que eu possa provar ao esposo e netos, o presente recebido.

Como é preciosa e divinamente perfeita, a obra da Criação. Obrigada, Senhor!

(Celina  -  07/07/25)