sábado, 15 de maio de 2021

523 - INCÓGNITA

 523  -  INCÓGNITA


INCÓGNITA

 

Vejo-te, longínqua, nas etéreas alturas,

E, feliz, minha alma, enlevada, sorri!

Sorri porque, apesar de ver-te tão perfeita e linda,

Apesar de desejar-te com missionário ardor,

E querer, no eterno, encontrar-te, assim, um dia,

Sabe, consciente, que precisa de um tempo a mais, ainda!

 

Creio merecer o tempo que minh’alma deseja,

Neste templo sublime de esmerada preparação,

Porque quero-te, luminosa, plena de amor,

Pureza de candura, santa e divinal beleza,

Pérola inigualável, preciosa e rara,

Minha bela incógnita, obra-prima do Criador!

 

Na mais perfeita, exagerada perfeição,

É assim, somente assim, que te quero encontrar,

Incógnita minha, transfigurada e grandiosa,

Obra máxima dos muitos esforços meus,

Entre rosas e espinhos, nos degraus da vida,

Conhecer-te então, ao final, divina e gloriosa!

 

E, se merecimentos, eu conseguir obter,

Após longas décadas de perseverante maturação,

No findar deste tempo, que se chama Vida,

Ao explodir, finalmente, o térreo casulo meu,

Grandiosa metamorfose, que transcende linda,

Hei de encontrar-te, resplandecente, minha incógnita querida!


(Celina  -  03/03/21)


522 - Não dar o Peixe!

 522  -  Não dar o Peixe!

Sempre valorizei esta afirmativa com muita certeza: "Não dar o peixe, mas ensinar a pescar!" Se você der o peixe hoje, a pessoa o come e amanhã volta para pedir mais. Por isto, ensine a pescar; talvez, a princípio, ela pouco consiga, mas depois se acostuma! Vale o esforço!

Considerei isto muito forte há alguns dias, com uma colega minha que pedia fraldas descartáveis para uma determinada mãe usar em seu bebê. Já vinha até com a quantia, o preço, onde é melhor comprar, e tudo mais. E eu disse que, mais uma vez, não iria dar fraldas descartáveis, que seriam usadas e, como sempre, jogadas no lixo. Mesmo as trinta fraldas que ela pedia, pouco duraria e a mãe, desolada, viria pedir mais. 

Ao contrário, daríamos a ela, fraldas de pano que seriam lavadas e reutilizadas, quantas vezes  isto fosse necessário. Disse a ela que as fraldas usadas no meu primeiro filho, serviram até ao último; e estes são quatro. Minha colega também afirmou que nunca usara fraldas descartáveis. Então por que razão insistia tanto que as comprássemos?

Hoje não se quer ter trabalho com os filhos. Por isto, os lixões estão cada vez mais cheios. E os bueiros também, quando as enxurradas passam lambendo tudo. Não sei como conseguem gerar tanto lixo, sem o menor problema de consciência.

Lixo, aqui em casa, é o mínimo possível. Lixo orgânico não existe, porque é tudo na medida certa ou reaproveitado; cascas de legumes e frutas vão para as galinhas e, se não as temos no momento, serão as cascas lançadas nos canteiros. Estou muito triste e preocupada com os rumos que as coisas estão tomando. 

Bem. Deixe-me percorrer as lojas a ver se encontro as fraldas de pano; se, apenas lá, onde achei das outras vezes, ou em outros lugares.  Até para que eu possa informar a quem necessitar. Fala-se tanto em cuidados com o planeta e toda vez que alguém vem me pedir fraldas, quer logo as famosas descartáveis! Se se está hospitalizado, ou se vai viajar, tudo bem. Mas no dia a dia... Não concordo; definitivamente! É um absurdo! Acho que é muita preguiça! Pode me chamar de antiquada, tem problema não!

(Celina  -  27/03/21)